Maggi pode voltar a governar por exigência da população enquanto Taques diz que tem nome à disposição Hipernotícias
Provavelmente pela inapetência política demonstrada pelo grupo que cerca o governador Silval Barbosa (PMDB) ou talvez pela falta de surgimento de líderes de envergadura, nas últimas décadas, o pleito de 2014 em Mato Grosso se desenha como “mais, mesmo”. Reeleito em 2010, o próprio Silval está fora.
Caso não haja o surgimento de qualquer ‘fato novo’ – leia-se nome de impacto fora do círculo visível – a tendência é de que os senadores Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT), que andaram de mãos dadas em quase 40 municípios apoiando prefeitos e vereadores, neste ano, se confrontem na disputa pelo governo de Mato Grosso, em outubro de 14.
Os outros nomes possíveis de estarem no páreo para o Palácio Paiaguás enfrentam problemas diferenciados. Basta correr o olho no tabuleiro mato-grossense para perceber que realmente certos, com musculatura, sobram Maggi e Taques.
O senador Jayme Campos (DEM) já confidenciou a amigos que existe 90% de chances de ‘vestir o pijama’. Para a reportagem, Jayme despistou com o tradicional “o futuro a Deus pertence”.
Como o seu filho Dudu Campos preferiu cuidar de gado e não demonstrou vontade de seguir na vida pública, para não ficar sem sucessor, o ex-governador e ex-prefeito arriscou com sua mulher, Lucimar Sacre de Campos, dando a vitória com favas contadas, para a Prefeitura de Várzea Grande. Perdeu. A derrota para o Paço Couto Magalhães, em 7 de outubro passado, onde era considerado quase como seu quintal, calou fundo no coração de Jayme. Portanto, Jayme fora.
O deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, possivelmente quem possui maior capacidade de arregimentar majoritariamente os prefeitos, já avisou que irá ‘dependurar as chuteiras’. Ele deseja passar o bastão da família para a sua filha, Janaína Riva (PSD).
Caso mude de idéia e decida disputar um novo pleito, primeiro, José Geraldo será obrigado passar pelo crivo da Lei Complementar 135 (Ficha Limpa). Poucos apostam que consiga êxito, inclusive no meio jurídico, mas o histórico de Riva prova que jamais ‘joga a toalha’, por antecipação, o que só aumenta os pontos de interrogação. Portanto, Riva quase fora.
O prefeito eleito Mauro Mendes (PSB), segundo colocado para governador, em 2010, nem aceita falar sobre 2014. Pelo menos por enquanto. Do jeito que venceu a acirradíssima disputa pela Prefeitura de Cuiabá, Mendes estaria devendo uma vela para cada apoiador e, para PR e PDT, um pacote inteiro. Portanto, Mendes fora.
O juiz federal Julier Sebastião Silva, da Seção Judiciária de Mato Grosso, militante de esquerda desde os tempos do Curso de Direito da UFMT, deixou sem resposta os sucessivos convites de filiação formulados pelo Partido dos Trabalhadores, entregues pelo seu amigo, deputado estadual Alexandre Cesar, secretário geral da Executiva Estadual do PT. “Ele tem o direito de refletir, porque possui uma situação profissional altamente promissora”, desconversa Alexandre.
Desde que Taques foi eleito, em 2010, porém, Julier passou ficou menos recatado, dando mostras deque deseja o corpo-a-corpo com o povo. Ele passou a dialogar cada vez mais com líderes de organizações sociais e até indo a bairros e freqüentando lojas – antes, os vendedores de uma conceituada loja de Cuiabá iam até seu gabinete, no Fórum Feral, com dezenas de ternos e camisas de grife, para que fizesse suas escolhas. O problema dele é convencer sua família, radicalmente contrária a seu ingresso na vida política. Portanto, Julier fora.
Até por questão de sobrevivência, o Democratas ensaiou a busca de um romance com o ministro Gilmar Ferreira Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Mato-grossense de Diamantino (Medio Norte), Mendes nem deu chance para ser ‘pedido em namoro’, enviando um sonoro ‘NÃO’ para o ex-governador e deputado federal Júlio Campos, vice-presidente estadual e membro da Executiva Nacional do DEM. Portanto, Gilmar Mendes fora. Júlio Campos, idem.
Maggi jura por tudo quanto é sagrado que não sabe se vai ser ou não candidato, daqui a menos de dois anos. Em três ocasiões recentes, afirmou ao Hipernotícias que só vai discutir 2014 quando chegar a hora certa. Não especificou que “hora é a certa”. Na primeira vez, em Sorriso, chegou a admitir conversar sobre o tem a. Nas outras, no Aeroporto Marechal Rondon, preferiu tergiversar e disse que nem sabe o que estará fazendo, em 14. É certo apenas que ficou decepcionado com o Senado, tendo se licenciado ‘sine die’ para o senador Cidinho Santos (PR), seu primeiro suplente.
Todavia, apesar das negativas públicas, não move uma palha para evitar que a ex-primeira-dama Terezinha Maggi, sua mulher, continue mantendo contato intenso com o movimento comunitário e bases populares de Mato Grosso, quase cobrando ‘ordem unida’, como nos tempos em que mandava no Estado.
“Blairo não tem como fugir. É o povo quem deseja a sua volta”, disse Terezinha, ao responder questionamento sobre 2014, formulado por líderes comunitários da Capital. “Se ele voltar é por uma exigência da população e não por manobra politica”, emendou o deputado estadual Emanuel Pinheiro, secretário geral do PR. Portanto, Maggi dentro.
Já Pedro Taques é candidatíssimo ao governo do Estado. Nas quatro ou cinco vezes em que conversou com a reportagem, das quais duas em Sorriso, confirmou que seu “nome está à disposição”.
Historicamente, estar à disposição significa “sou candidato” e, embora seja novo na militância, Taques é antigo em política. Ela não esconde a paixão pelos holofotes desde os tempos em que era Procurador da República em Mato Grosso, quando desencadeou a Operação Arca de Noé, que prendeu o bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Portanto, Taques dentro.
|