Ex-bicheiro é réu em 16 processos sobre supostas irregularidades na Assembleia Legislativa
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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João Arcanjo (no detalhe), ex-chefe do crime organizado em MT, está sob regime de segurança máxima
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
DA REDAÇÃO
O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro está em Cuiabá, nesta segunda-feira (26), para prestar depoimento na Vara Especializada Contra o Crime Organizado, no Fórum da Capital.
O ex-Comendador, que cumpre pena em Campo Grande (MS), é réu em 16 processos que tratam de supostas irregularidades na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Também serão ouvidos cerca de 30 advogados de réus e mais de 100 testemunhas. A audiência é conduzida pelo juiz titular da vara, José Arimatéia Neves Costa.
Arcanjo deverá ser ouvido na ação penal contra o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), e o conselheiro afastado do Tribunal de Contas, Humberto Bosaipo, por supostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A ação se refere a 43 cheques nominais da Assembleia que teriam sido emitidos a restaurantes e churrascarias, na época em que ambos comandavam a Mesa Diretora do Legislativo.
A previsão é de que Arcanjo seja ouvido na tarde de hoje ou na manhã de terça-feira (27). Enquanto isso, ele aguarda na carceragem do prédio do Fórum Criminal de Cuiabá, sob um forte esquema de segurança.
Denúncia do MPE
Conforme a denúncia do MPE, 21 dos 43 cheques foram trocados na boca do caixa e alguns desses sacadores seriam assessores dos parlamentares. Parte desses cheques também teria sido trocada nas factorings de João Arcanjo Ribeiro, como garantia de dívidas de campanha.
Na denúncia aceita pelo STJ, relativa a um cheque de 2002 no valor de R$ 34 mil, foi comprovado que foi Bosaipo fez o empréstimo junto a Confiança Factoring, de Arcanjo.
O relator apontou que o dinheiro para a campanha foi conseguido mediante empréstimo pessoal efetivado pelo ex-deputado, na condição de dirigente da Assembleia.
Fim do império
A Operação Arca de Noé, desencadeada pela Justiça e Polícia Federal, deflagrada no final de 2002, deu inicio à desarticulação do "império" criado por João Arcanjo.
Na época, o bicheiro era conhecido como "Comendador", em função da outorga de um título por parte da Câmara Municipal de Cuiabá.
Fim do império
A Operação Arca de Noé, desencadeada pela Justiça e Polícia Federal, deflagrada no final de 2002, deu inicio à desarticulação do "império" criado por João Arcanjo.
Na época, o bicheiro era conhecido como "Comendador", em função da outorga de um título por parte da Câmara Municipal de Cuiabá.
Ele era detentor de um poder paralelo no Estado, com grande potencial econômico, além de exercer forte influência na sociedade.
Arcanjo foi preso em abril de 2003, em Montividéu, capital do Uruguai.
Arcanjo foi preso em abril de 2003, em Montividéu, capital do Uruguai.
Ele acumula, até agora, 24 anos e quatro meses de condenação por crimes de sonegação fiscal, contra o sistema financeiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, contrabando, contravenção e posse ilegal de arma.
Atualmente, ele está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).





