Embora seja do PDT, partido que esteve com Mauro Mendes nos dois turnos, Adevair ainda não conseguiu apoio oficial do prefeito eleito e admite: "Por enquanto, só tenho um voto: o meu"
RONALDO PACHECO
Apontado como único nome capaz de unificar novatos e veteranos na renovada Câmara de Cuiabá, o vereador Adevair Cabral (PDT) vê sua pré-candidatura à Presidência do Poder Legislativo ser ‘engolida’ pela força política do atual presidente, vereador Júlio Pinheiro (PTB), e pelo pouco interesse de alguns ‘marinheiros de primeira viagem’. Ele não escondeu um certo desconforto, ao final da sessão ordinária desta terça-feira (13/11), com os rumores de que teria desistido do pleito interno.
Hugo Dias/HiperNotícias
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Adevair Cabral, do PDT, tenta viabilizar candidatura a presidente da Câmara de Cuiabá, mas ainda não conseguiu convencer nenhum dos colegas
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“Eu sou candidato a presidente, sim. Só tenho um voto, por enquanto: o meu. Mas sou candidato e vou articular minha chapa”, garantiu o parlamentar brizolista a HiperNoticias, mantendo-se vivo no pleito que irá ocorrer em 1º de janeiro de 2013. “Essas coisas [boatos sobre a possível desistência] são plantações de quem tem medo de perder no voto”, reagiu ele, sem dar nome aos responsáveis pela suposta ‘plantação’ da notícia de sua desistência. Desde o fim do segundo turno, Adevair aguarda uma declaração pública de apoio do prefeito eleito Mauro Mendes (PSB), que teria forte influência sobre os vereadores de primeiro mandato. Porém, nas poucas vezes em que foi questionado sobre o tema, Mendes alertou que não iria interferir, porque “é assunto do Poder Legislativo”. Candidato à reeleição, o presidente Júlio Pinheiro não quis comentar a insinuação de Cabral, alegando estar excessivamente “ocupado com assuntos administrativos da Casa, buscando solução em caráter de urgência”. Em declaração anterior, ele havia assegurado que não pretendia ‘rachar’ votos com Adevair Cabral, sob qualquer hipótese. Pinheiro deixou claro, em mais de uma entrevista, que considera apenas o vereador eleito João Emanuel de Lima (PSD) como seu concorrente. Ele sabe que se ‘rachar’ com Cabral, Emanuel vence.Júlio Pinheiro entende que o PTB, detentor da maior bancada individual, tem a primazia de indicar o candidato à Presidência. Tanto que recebeu o apoio tem apoio público do prefeito Chico Galindo, presidente da Executiva Estadual do PTB, para concorrer a novo mandato de presidente da Câmara. Rumo ao terceiro mandato, e com experiência de ter influenciado em três Mesas Diretoras da Câmara, o vereador Clovito Hugueney (PTB) acredita que no afunilamento do processo vão sobrar apenas dois candidatos: Pinheiro e João Emanuel. “Se não houver interferência externa, isso é obvio, porque somente os dois têm ‘bala na agulha’ para convencer os colegas”, disse ele. Clovito não quis especificar a linguagem figurada para o termo ‘bala na agulha’.Sobrinho do vice-prefeito eleito e deputado estadual João Malheiros (PR), Clovito apoiou o petista Lúdio Cabral para a Prefeitura de Cuiabá no segundo turno. Por não contar com o apoio do tio e líder político do clã, não é candidato a presidente da Câmara.Os novos vereadores têm se reunido reservadamente para discutir a próxima Mesa Diretora da Câmara, sob coordenação de Maurélio Ribeiro (PSDB) e Onofre Júnior (PSB). Nas duas reuniões já realizadas, as únicas ausências foram dos vereadores eleitos Wilson Kero Kero Nonato da Silva (PRP) e João Emanuel, que está em viagem de férias. Sobre a postura dos novatos, Onofre Júnior se limitou a dizer que “não há novidades” e que, primeiro, existe uma discussão sobre a postura do Poder Legislativo em relação à sociedade. “Somente depois disso é que vamos discutir nomes”.
