À frente da prefeitura de Várzea Grande pelo período de 8 meses, o empresário Sebastião dos Reis Gonçalves, o Tião da Zaeli (PSD), afirma que gestão é marcada pela tentativa de reorganização do município diante da incapacidade financeira para patrocinar investimentos em melhoria social. “Devo muito a esse município que tão bem me recebeu. Enquanto empresário, gero 500 empregos diretos a Várzea Grande e busco trabalhar, enquanto prefeito, pelo bem da cidade”. Principal aposta do PSD para disputa eleitoral, Zaeli alega que vai debater com seu grupo político a possibilidade de reeleição, revela dívida de R$ 322 milhões e ataca a tradicional família Campos. “Não estou há 40 anos no poder”, diz.
Folha do Estado - O senhor está convencido de que é candidato à reeleição?
Tião da Zaeli - Ainda não tenho esse convencimento! Vou usar todo o prazo legal que tenho para promover
uma discussão com todos os partidos políticos. A questão da candidatura não é um projeto pessoal, mas representa o interesse de um grupo e tenho que analisar o coletivo. Se fosse uma decisão pessoal estaria afobado em ser candidato, mas tenho que consultar o meu grupo político.
Folha do Estado – O que, em sua visão, credencia Tião da Zaeli para buscar mais um mandato à frente da Prefeitura de Várzea Grande?
Tião da Zaeli - Principalmente meus propósitos com os municípios que são verdadeiros. Ali em Várzea Grande nós temos uma carência de pessoas compromissadas verdadeiramente com os interesses da população. Uma cidade que vai fazer 145 anos (15 de maio) ainda tem muitas necessidades básicas que não são atendidas e precisa de alguém com este perfil para administrá- la. O nosso propósito é verdadeiro e a meta é que o município ofereça dignidade à população e aos segmentos sociais.
Folha do Estado - O presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), tem dito publicamente que defende sua candidatura em Várzea Grande, vê com bons olhos este projeto e está disposto a apoiá-lo incondicionalmente. Esse apoio não é importante para o senhor assumir o projeto de continuar trabalhando por Várzea Grande?
Tião da Zaeli – Eu tenho encontrado motivação e inspiração política por meio do deputado José Riva que trabalha incansavelmente em benefício do povo e é comprometido com o Estado. Nossa aproximação é recente, mas já pude observar o quanto atuação do deputado Riva é importante para Mato Grosso. A minha filiação ao PSD serviu de renovação e motivação política para continuar. Estava desmotivado com a política e busquei renovação e inspiração nessa parceria com o Riva. Logicamente, o apoio do principal líder do PSD no Estado é importante e fico muito grato. Mas, antes de qualquer confirmação de candidatura, vou submeter essa discussão aos partidos e ao grupo político que me apoia em Várzea Grande. A vontade é continuar trabalhando em busca de melhoria nos índices sociais, infraestrutura e levar melhor qualidade de vida ao povo de Várzea Grande. No momento certo, será anunciada uma decisão!
Folha do Estado – Como o senhor avalia o cenário político que se vislumbra em Várzea Grande? Estão expostas, até o momento, a pré-candidatura do deputado estadual Walace Guimarães, família Campos e Tião da Zaeli. O senhor acredita que desponta como favorito em relação a esses concorrentes?
"Essa questão de candidatura não é interesse pessoal e sim de todo um grupo político. Ainda estou avaliando se disputoou não à reeleição"
Tião da Zaeli - Não tenho preocupação com a disputa política. Estou muito tranquilo! Cheguei agora enquanto eles estão há décadas na política! Se o município tem deficiência na distribuição da água e carência
em asfalto e infraestrutura, a responsabilidade pela precariedade não fui eu! Pelo contrário, estou trabalhando para eliminá-las. Tenho tratado a política com muita seriedade. Não tenho feito loteamento de cargos com partidos políticos. O primeiro escalão praticamente não tem indicação política, busca mais a valorização do perfil técnico. Não estou trazendo a minha família para a política. As famílias Campos e Guimarães têm o costume de colocar parentes na política. Acho que a família deve ser preservada. Tenho oito irmãos e nenhum encontra motivação ou tem iniciativa para entrar na política. Eu não estou no poder há 40 anos. Várzea Grande vive o reflexo de desmandos administrativos de quem participou das ações da prefeitura nestes últimos 40 anos. Se o município detém uma dívida de R$ 322 milhões não fui eu que fiz e a população não foi informada a respeito deste endividamento. Essa é uma dívida da prefeitura e quem paga é a sociedade que fica impossibilitada de receber investimentos em programas sociais.
Folha do Estado – O senhor avaliou, em 2011, a possibilidade de concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto) para solucionar o problema da falta de água em Várzea G r a n d e . E s s a m e d i d a ainda está em fase de avaliação?
Tião da Zaeli – Nós recuperamos nossa participação no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e teremos algo em torno de R$ 35 milhões para investir em água. Nós vamos fazer uma estação de tratamento de água moderna para evitar problemas no tratamento em 30 anos. Estamos avançando em esgoto também e o próximo passo é avançar no sistema de redes e tratamento de água em todos os municípios. Como esse dinheiro é a fundo perdido, é um grande “plus” na infraestrutura do DAE. Vai caber agora a uma próxima gestão de Várzea Grande decidir se opta pela concessão ou não. Eu optei pelo PAC com recursos a fundo perdido e a companhia tem um valor atual muito irrisório. Vamos receber do PAC o valor de R$ 70 milhões e estamos pleiteando do PAC 2 mais um montante para resolver definitivamente o problema da falta de água em Várzea Grande. Nós estamos fazendo uma obra emergencial para suprir a necessidade atual. Essa obra será lançada no dia do aniversário de Várzea Grande. Faremos uma extensão na captação e tratamento numa ETA (Estação de Tratamento de Água), localizada na avenida Júlio Campos. Nós faremos uma obra que é paliativa, mas atende a demanda atual. Foi criada mais de 15 mil novas residências em Várzea Grande ao longo de 8 anos, e não foi acompanhado o aumento do volume de água, assim como a captação e tratamento.
"Não tenho preocupação com a disputa eleitoral. Cheguei agora na política enquanto eles (Campos) estão há décadas no poder"
Folha do Estado – O senhor declarou que o município acumula uma dívida de R$ 322 milhões. Essa dívida torna o município ingovernável?
Tião da Zaeli - Do ponto de vista de receber recursos para investir em infraestrutura, não tenha dúvida disso. Temos dificuldades em firmar convênio, mas nós temos a saída de que o governador Silval Barbosa (PMDB) é um parceiro e tem compreendido essa situação de que deputados e senadores só podem colocar dinheiro em Várzea Grande por meio do Estado. Mas, o próprio município ter capacidade de investimento é impossível. Está totalmente inviabilizado pela falta de certidão financeira.
Folha do Estado – Neste cenário de dificuldade, o senhor encontra o apoio de políticos tradicionais de Várzea Grande como os irmãos Jayme e Júlio Campos que são senador e deputado federal, para buscar melhorias para Várzea Grande?
Tião da Zaeli - Ainda estou esperando esse apoio! Já busquei dialogar por diversas vezes! Mas acredito que como filhos de Várzea Grande ambos têm que expressar apoio ao município e ajudar no avanço da infraestrutura, pois estamos muito carentes neste setor. Os políticos que estão representando Mato Grosso em Brasília têm a perfeita condição de buscar recursos para ajudar Várzea Grande. Nós recebemos recentemente o apoio do senador Pedro Taques (PDT) que indicou emendas para as áreas de promoção social e saúde. O deputado federal Eliene Lima (PSD) conseguiu alocar R$ 12 milhões para asfalto no bairro 13 de setembro e uma pavimentação na avenida que vai dar acesso ao campus da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), que será instalado em breve.
"Várzea Grande recuperou sua participação no PAC. Teremos R$ 70 milhões para investir em saneamentobásico"
Folha do Estado - Em relação ao PSM (Pronto- Socorro de Várzea Grande), o senhor avalia a possibilidade de transferir a gestão para as OSS (Organizações Sociais de Saúde)?
Tião da Zaeli - É uma decisão que precisa ser muito discutida com a classe médica e os partidos políticos. Estou vendo como solução diante da dificuldade em investir na melhoria do Pronto-Socorro de Várzea Grande. Em conversas com a Secretaria de Estado de Saúde, a possibilidade de uma organização social administrar o Pronto-Socorro de Várzea Grande chegou a ser discutida, mas, em conjunto com a Câmara Municipal, não adotamos esse modelo diante das dúvidas que imperavam neste assunto. O poder público tem se mostrado ineficiente em prestar serviço de qualidade na saúde. Infelizmente, acidentados e outros doentes não tem recebido o tratamento que merecem. A situação da saúde pública em Várzea Grande não pode continuar como está e estamos avaliando essa alternativa. Não será uma decisão unilateral, vou dialogar primeiro com todas as partes envolvidas. Fonte: Folha do Estado
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