Não existe crise, afirma Daltro

Fonte: DC

 
Vice-governador e liderança do PSD disse que há dificuldades financeiras, mas que o Estado está preparado para superá-las


Nome: Francisco Tarquínio Daltro
Idade: 55 anos
Estado civil: divorciado
Filhos: 3
Profissão: advogado

RENATA NEVES
Da Reportagem
Vice-governador e presidente do diretório estadual do PSD, Francisco Tarquínio Daltro, ou “Chico Daltro”, tem atualmente a missão de coordenar o processo licitatório das linhas intermunicipais de transporte coletivo ao mesmo tempo em que dá continuidade a outras ações de governo, e prepara o partido para as eleições municipais deste ano.
O social-democrata minimizou as crises enfrentadas pelo governo do Estado e afirmou que o governador Silval Barbosa (PMDB) tem conduzido sua gestão com transparência e firmeza. Em sua avaliação, as denúncias de desvio de recursos públicos que vieram à tona no governo do peemedebista não prejudicam a imagem nem os resultados dos trabalhos desenvolvidos por sua equipe.
Ele também falou sobre os benefícios que o novo Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal de Passageiros (STCRIP) deverá proporcionar aos usuários, sobre os planos do PSD para as eleições municipais e sobre seus projetos políticos futuros.
Daltro garantiu que não irá disputar candidatura ao governo do Estado em 2014 e reforçou o nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva, à disputa. Também negou qualquer articulação para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado e abrir espaço para que Riva responda pelo governo durante eventual afastamento de Silval Barbosa e dispute a eleição de 2014 na condição de governador.

Diário de Cuiabá - Após muita polêmica, o edital de licitação já está em fase de conclusão. O que a população pode esperar desse novo modelo?
Chico Daltro – O projeto do novo sistema do transporte coletivo intermunicipal se baseia em três pilares. Um é o social, que é melhorar a qualidade do serviço oferecido à população e reduzir o custo das passagens. Pelo projeto, devemos alcançar uma média de 21% de redução no preço das passagens e vários dispositivos irão garantir a qualidade dos serviços. Um exemplo disso é que o novo edital exige que a idade média da frota seja de no máximo cinco anos. Ou seja, pode ter ônibus com até dez anos de uso. Para o serviço diferenciado, a idade média máxima será de quatro anos. Também passaremos a exigir a bilhetagem eletrônica, que garantirá um controle preciso do número de passageiros e dos horários dos ônibus. Outro pilar é o público, que é o que o governo vai arrecadar com esses serviços para custear a agência de regulação e garantir que haja investimentos em qualificação dos recursos humanos, equipamentos de tecnologia, pesquisas permanentes, além de regulação e fiscalização para garantir a qualidade dos serviços e correção de qualquer falha detectada. O último pilar é o empresarial. O sistema trará equilíbrio financeiro e dará resultados necessários para que a empresa possa fazer investimentos ao prestar esses serviços. Temos a expectativa de que, com esses três pilares, o projeto possa trazer um resultado positivo para os cidadãos e para o funcionamento de controle, fiscalização e resultado satisfatório à iniciativa privada que vai investir nesse setor.

Diário – O governador Silval Barbosa (PMDB) nomeou o diretor sistêmico Aroldo Cavalcanti para assumir a presidência da Ager de forma interina até a conclusão da licitação. Quem assumirá a agência depois disso?
Daltro – No momento, o governador designou o diretor-administrativo para responder pela presidência até a conclusão do processo de licitação, só após esse período é que ele decidirá em definitivo sobre nome para a presidência. Não há prazo para isso acontecer, uma vez que poderão ocorrer demandas de ordem judicial durante o processo licitatório, que será finalizado só depois da homologação da licitação e contratação das empresas vencedoras.

Diário – Enquanto presidente da Ager, Márcia Vandoni seguia uma linha mais próxima a sua gestão e foi muito criticada pelo PR. Isso prejudicou a relação entre PSD e PR?
Daltro – Não. Essa discussão, inclusive com a participação de parlamentares, é parte natural de debate de um assunto dessa grandeza. Trata-se de uma licitação imensa, uma das maiores do Estado, de um serviço importantíssimo, então é natural esse debate. Recebemos isso de uma maneira bastante democrática e natural, independentemente de o debate ser mais acalorados que outros. Não há nenhum ferimento de relacionamento.

Diário – Há uma queda-de-braço entre PSD e PR por espaço no governo?
Daltro – Não existe queda-de-braço da parte do PSD com certeza. Aliás, o PSD inovou, colocou os cargos de maior escalão à disposição e declarou ao governador e à população que não precisa de cargos para apoiar o governo.

Diário – O presidente da Assembleia Legislativa e primeiro-secretário do partido, deputado José Riva, disse em certa ocasião que o PSD poderá voltar ao governo se o governador fizer a reforma que o partido reivindica. No possível retorno do PSD ao governo, quais Pastas o partido poderá assumir?
Daltro – Deputado Riva está correto. O partido não coloca a questão de cargos como condição para apoiar o governador, muito menos estará sinalizando interesse por Pasta qualquer que seja. Se o governador quiser a presença do PSD no governo ele deve manifestar isso e vai ficar à vontade para definir o espaço que ele entende que o PSD pode colaborar. Não temos nenhuma necessidade em ter cargos no governo, portanto também não temos interesse localizado sobre cargo nenhum.

Diário – Quais os planos do PSD para as eleições municipais em Cuiabá?
Daltro – Temos um prazo lançado até o final deste mês de maio para que os filiados do PSD que tiverem interesse em ser candidatos se manifestem. Caso não haja definição de uma candidatura própria, durante o mês de junho o partido irá analisar o cenário político e tomar decisão sobre como irá se posicionar.

Diário – Com quais partidos o PSD está conversando para firmar eventual aliança na Capital?
Daltro – O PSD decidiu que não tem veto a nenhum partido. Está aberto a conversar com todos. Não está com nenhuma conversação em andamento porque nenhum partido oficializou candidato.

Diário – O senhor considera mais provável que o PSD caminhe junto com o PTB, do prefeito Chico Galindo, ou do PMDB, que tem como pré-candidato a prefeito o empresário Dorileo Leal?
Daltro – A mesma probabilidade para com os dois e os demais partidos existentes em Cuiabá, porque não temos veto a nenhum. O PSD vai se decidir pela eleição de Cuiabá, como de qualquer cidade, colocando-se dentro do cenário político daqueles municípios, por isso o partido delegou autonomia aos diretórios municipais.

Diário – E em Várzea Grande?
Daltro – Em Várzea Grande o PSD tem candidato, que é o prefeito Tião da Zaeli. Estamos conversando com outros partidos na cidade, mas os encaminhamentos estão no início, como em todo o país, já que muitos partidos ainda não definiram se terão candidato e as definições deverão ocorrer somente em junho.

Diário – O senhor chegou a lançar candidatura do deputado José Riva para o governo nas eleições de 2014, mas ele nega interesse em concorrer. Afinal, ele deve ou não ir à disputa?
Daltro – Existe a decisão do partido de apostar no nome do deputado Riva. Ele está correto em ser ponderado, pois agora discutimos eleições municipais. O nome dele está unificado dentro do PSD, pelo trabalho que ele faz, pelo conhecimento de Estado que ele tem, pelas propostas de desenvolvimento que defende. Ele tem o apoio total do PSD para ser o candidato do partido ao governo.

Diário – Enquanto municípios do interior reclamam de negligência por parte do governo, que estaria focando suas ações em Cuiabá, a Capital ainda “patina” em relação às obras da Copa. Quais as perspectivas futuras do governo?
Daltro – Nem uma coisa nem outra é a realidade que nós vivemos. O governo tem atuado. Os projetos foram desenvolvidos, a busca de recursos foi alcançada e estamos em fase final para a contratação de volumosos recursos para investimento em todo o Estado. Não é uma realidade e não é nem justo essa colocação de que o governo está investindo só em Cuiabá e Várzea Grande por causa da Copa. O governador conseguiu demonstrar ao governo federal que a capacidade econômica de Mato Grosso é maior do que se pensava e já conseguiu aprovar um novo limite de captação de recursos para o governo, todos eles vinculados a programas específicos e claros. Trata-se de investimentos em pavimentação de estradas, recuperação de estradas pavimentadas e desenvolvimento do turismo, por exemplo. Esses recursos já estão em fase de contratação e ainda em 2012 estaremos viabilizando a conclusão de projetos de engenharia e licitação dessas obras. A persistência do governador Silval Barbosa é uma diretriz que ele dá para o seu governo. Sou seu companheiro nessa atuação e vejo que o que está acontecendo com as obras da Copa é que há toda uma aflição para iniciar, mas tem o período até começar as construções. Agora, já entramos na fase da compreensão da população sobre as dificuldades crescentes na questão do trânsito pelo número de obras que já estão iniciando. É assim também com os investimentos para o interior do Estado. As definições das obras a fazer, a elaboração dos projetos, a negociação dos recursos, também já estão na fase final. Daqui a pouco estaremos na fase de licitação e lançamento de obras em diversas regiões do Estado. Além disso, a Copa não é importante só para Cuiabá e Várzea Grande, e sim para o Estado inteiro. A Copa do Mundo poderá gerar oportunidade de negócios para todas as regiões de Mato Grosso.

Diário – O governo tem recursos para executar todos os projetos que vem anunciando?
Daltro – De recursos próprios tem parte, o que o governo arrecada. Agora, demonstramos ao governo federal que a economia de Mato Grosso tem capacidade de contrair financiamentos para obras específicas porque tem condições de pagar ao longo do tempo. Mato Grosso foi pioneiro em mostrar para o governo federal que a renegociação da dívida com os Estados é uma coisa possível e necessária e pode liberar recursos imediatamente. Hoje, o Estado paga R$ 1 bilhão por ano, equivalente a parte do capital da dívida, mais os juros, que giram na faixa de 18% a 20%. Se fizermos uma renegociação dessa dívida, contrairemos um novo empréstimo com a metade dos juros e quitaremos essa dívida, pagando a metade do valor por ano, ou seja, vamos liberar R$ 500 milhões para investir em obras em todas as regiões do Estado. Isso é muita coisa. Todo esse trabalho o governador tem liderado e nos dá a projeção de que teremos os recursos para realizar todas as obras importantes para o Estado.

Diário - Qual sua avaliação sobre as sucessivas crises pelas quais o governo tem passado, geradas por denúncias de desvio de recursos públicos, além das dificuldades financeiras que enfrenta?
Daltro – Não vejo assim. Dificuldades financeiras existem, agora outras coisas não vejo como crise. Ao contrário, vejo como a postura de um governador que faz um governo com democracia, com respeito às liberdades sociais, ao ordenamento jurídico do país e do Estado. O governo não se balança com essa ideia de crise porque tudo o que aparece é para ser investigado, apurado, para ser aplicadas responsabilidades. Isso não é crise, isso é gestão. O governador está mostrando firmeza porque não há nada que apareça que ele não determine apuração. Questões de ordem administrativa, entendo que o governo tem conduzido com muita transparência e muita firmeza.

Diário – Quais seus planos políticos futuros? O senhor estuda a possibilidade de concorrer ao governo em 2014, caso o deputado José Riva não seja candidato?
Daltro – Não, porque sou uma pessoa de palavra. Reconheço que a maior dimensão política que o partido tem para disputar o governo do Estado é o deputado José Riva. Aponta para mim o cenário de 2014 primeiro de terminar a missão que eu tenho como vice-governador, segundo de apoiar o candidato do meu partido. Eu tenho candidato a governador. Se Silval Barbosa decidir deixar o governo pra ser candidato a algum cargo em 2014, eu vou assumir o governo por nove meses tendo candidato ao governo, que é o Riva. Se, em outra hipótese, eu não assumir o governo e decidir ser candidato a alguma coisa, não será uma candidatura ao governo do Estado.

Diário – Fala-se de um acordo que estaria sendo construído para o senhor assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado e abrir espaço para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, assumir o governo do Estado no caso de um provável afastamento do governador Silval Barbosa para disputar um cargo eletivo nas eleições de 2014. Assim, ele disputaria o governo na condição de governador. O que há de verdadeiro nisso?
Daltro – A primeira coisa que te respondo é: não tenho interesse nesse caminho. A segunda coisa sobre isso: você mesma disse que o Riva tem negado assumir candidatura ao governo, então não será ele pensando nisso. Só há duas pessoas para eu dar atenção para esse tipo de conversa. Uma é o governador Silval Barbosa, que é quem nomeia conselheiro de Tribunal de Contas. A outra seria o deputado Riva, por causa de quem estaria acontecendo isso. Nenhum dos dois conversou até hoje nenhuma letra sobre esse assunto comigo. Esse assunto não existe. É mera especulação de quem fica analisando que tipo de cenário pode acontecer. Mas isso é opinião de quem fica especulando sobre isso. Não tenho interesse nessa especulação, não recebi nenhum sinal sobre essa possível articulação e não tenho a intenção de fazer parte dela, caso seja apresentada a mim.
 

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