Prefeitura desativa consultório; moradores de rua ficam sem atenção
Camila Cervantes
Diante da situação, o governo federal estabeleceu o prazo de dois anos para que as prefeituras se adequassem ao projeto e o implantassem como programa social. De acordo com a coordenadora do Consultório de Rua e psicóloga, Mara Tondin, a equipe era composta por seis pessoas, sendo duas psicólogas, uma assistente social, uma enfermeira, um redutor de danos e um motorista, que também era capacitado para prestar o atendimento.
“O município recebeu o primeiro repasse, nele enquanto modalidade de projeto, e agora precisa fazer parte da Atenção Básica para receber o recurso mensal. Quando a Atenção Básica assumir este serviço ele será habilitado como um programa de saúde e ai receberá um repasse mensal para custeio das despesas”, explicou a coordenadora.
Conforme alguns moradores de rua, as reclamações são de descaso por parte dos órgãos públicos. “Direto a gente precisa da Assistência Social, em Várzea Grande e Cuiabá. Eles falam vem amanhã, vem depois. Ai a gente chega lá e não atende nada. Não tem atendimento, só tem quando a pessoa está morrendo”, reclamou um deles. Além de sentirem a falta das consultas, eles reclamam também do atendimento feito pela Assistência Social. “A Assistência aqui não atende você não. Não ajuda. Se vai pedir um socorro aqui, você tem que pedir misericórdia”, lamenta outro morador de rua.
Segundo o médico Gabriel Novis Neves, para a iniciativa dar certo precisa ser reestruturada, além de depender de vontade política. “O programa é bom, tanto é que foi aprovado e começou a vigorar. Só que toda decisão não é do técnico, e sim do político. Se o político não interessar, acabou o programa. O técnico e o médico não tomam decisão. Quem decide é o político. Se ele achar que não é interessante, não sai nada. Então está desativado o programa”, concluiu.