Pedofilia e as desculpas repugnantes da Igreja Católica

Com toda a polémica relativamente ao abuso de crianças por todo o mundo pela parte da Igreja Católica e o seu encobrimento pela hierarquia da igreja, naturalmente — afinal, trata-se de uma organização ainda poderosíssima e com influência em todo o mundo — tem havido quem a tente defender. Várias defesas têm sido do tipo “o Papa não sabia!”, o que parece muito improvável, mas a defesa mais incrível, mais supreendente, mais chocante é esta: “os outros também o fazem”! “Os outros também o fazem”. Como se isso desculpasse minimamente a violação de crianças; afinal “não somos só nós”. Mas aquilo que torna a Igreja Católica totalmente corrupta e imoral, e a hierarquia da mesma culpada de crimes hediondos pelos quais devia pagar com prisão ou pior, não é, acreditem ou não, o “mero” facto de um bom número deles violar e torturar crianças há décadas. E, sim, isto acontece em maior proporção do que na sociedade em geral — não que eles fossem minimamente desculpáveis se a proporção fosse idêntica. Nem é “só” o facto de eles afirmarem ser a única fonte de moralidade na Terra, os representantes do criador do universo. De eles afirmarem repetidamente que são moralmente superiores aos crentes de outras religiões, já para não falar dos não-crentes. Nem é “só” o facto de que o abuso de crianças pela parte de padres é ainda mais condenável por ser feito por quem numa posição de autoridade e confiança para com essas crianças — sendo um abuso dessa autoridade e uma traição completa dessa confiança. Não, a parte verdadeiramente criminosa, e que condena toda a hierarquia da Igreja, incluindo o actual papa, mesmo os membros da hierarquia que nunca tenham tocado numa criança, é esta: eles tentam encobrir isto há décadas. A hierarquia Católica tem tido conhecimento de inúmeros casos de abuso de crianças pela parte de padres ao redor do mundo, e a única preocupação da mesma tem sido auto-proteger-se. Proteger a sua reputação. Não a protecção das crianças. Não a obtenção de justiça. Nos inúmeros casos ao longo de décadas, tendo de escolher entre a protecção de crianças inocentes e a protecção da reputação da Igreja, esta escolheu sempre a segunda hipótese. Sempre que há queixas contra um padre, as queixas não chegam à polícia, nem o padre é expulso da Igreja; é simplesmente transferido para outra paróquia, onde lhe serão inocentemente confiadas novas crianças para violar. Repetir conforme necessário. Isto é monstruoso e imperdoável. Torna toda a hierarquia Católica cúmplice das inúmeras violações de crianças. E torna a Igreja uma das organizações mais moralmente podres em todo o mundo.

Postado por Efrem Mol Peixoto às 13:36