Esteticista foi presa em um apartamento, onde mantinda adolescente em cárcere privado
Mary Juruna/MidiaNews
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Delegada de Menores, Alexandra Fachone, que investiga as denúncias de exploração sexual em Cuiabá
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil investiga a esteticista Sílvia Flávia Siqueira Moreno, suspeita de integrar uma rede de prostituição envolvendo adolescentes de Cuiabá, que seriam levadas para boates no Rio de Janeiro.Sílvia, que foi presa na quinta-feira (4), em Copacabana, na Zona Sul carioca, é proprietária de uma casa no bairro Coophamil, em Cuiabá, onde, no mês passado, policiais militares encontraram várias adolescentes, que, no entanto, negaram que faziam programas sexuais.
A esteticista é acusada de aliciar as menores que foram detidas em boates cariocas e serão trazidas para a capital mato-grossense.
A mulher foi presa em um apartamentocom duas menores – a própria filha de 17 anos, uma garota de 15 anos e um jovem de 24.
Ela vai responder, no Rio de Janeiro, por exploração sexual de vulnerável, cárcere privado e indução ao trabalho escravo.
Policiais cariocas descobriram que as duas menores e o rapaz estavam sendo mantidos em cárcere privado. Um garoto de 14 anos também foi apreendido.
Todos eles, segundo a Polícia carioca, estavam disponibilizados para programas sexuais - inclusive, com tabela de preço. Segundo a Polícia, a mulher estava no Rio há uma semana com os adolescentes.
Na quarta-feira (3), a mãe da adolescente de 15 anos, esteve novamente na Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente, em Cuiabá, e informou que a filha havia telefonado do Rio de Janeiro e que estava lá há mais de uma semana,a companhia de Sílvia Flávia.
“Ela contou para mãe que era mantida em cárcere privado, sendo explorada sexualmente e obrigada a realizar serviços domésticos”, disse a delegada Alexandra Fachone.
No Rio de Janeiro, em depoimento na 13ª Delegacia de Polícia de Copacabana, a adolescente disse que conseguiu fugir do apartamento e pediu socorro na unidade policial. A menina contou que suas roupas haviam sido retidas, assim como seus documentos pessoais e dinheiro.
A adolescente acrescentou que a acusada lhe dava drogas e que tinha realizado um aborto. Ela tambémr relatou que era ameaçada constantemente de morte e que tinha medo da esteticista.
As investigações são realizadas pela Deddica de Cuiabá, a partir de uma ocorrência, segundo a qual, em 15 de maio passado, uma adolescente de 15 anos tinha fugido de sua casa e estaria se prostituindo em companhia de outras garotas.
“A partir daí, descobrimos que a adolescente tinha sido levada para o Rio de Janeiro e pedimos ajuda para localizar quem a levou para lá”, explicou a delegada Fachone.
Tráfico e aborto
Em Cuiabá, Sílcia Faria é investigada por exploração sexual, rufianismo, cárcere privado, falsificação de documento público, aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante e tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual.
Em maio, a mãe da adolescente procurou a delegacia, havia informado que a filha estava em uma residência no bairro Consil, em Cuiabá, mas o local apontado como casa de prostituição já havia sido desativado, ao ser averiguado pelos policiais da unidade.
Durante as investigações, outra denúncia ao Conselho Tutelar levou a Polícia Militar a fechar uma residência no bairro Coophamil, por suspeita de manter adolescentes para prostituição.
Na casa, foram encontradas quatro adolescentes, entre elas, uma que estava desaparecida, à época, com 14 anos.
A casa era alugada por Sílvia Flávia, mãe de uma das quatro garotas (duas de 14 anos, uma de 15 e a filha da acusada de 17 anos), encontradas no local.
No entanto, as adolescentes, ao serem levadas à Central de Flagrantes, negaram que eram exploradas sexualmente e que a casa era usada para essa finalidade.
Em buscas na casa, além das adolescentes, a Polícia apreendeu diversos medicamentos abortivos, preservativos e cédulas de identidade falsa.
Na ocasião, a suspeita não chegou a ser detida, por não se encontrar na residência. Ela também é acusada de explorar a filha de 17 anos.
A delegada lembrou que as investigações contra a esteticiasta prosseguem em Cuiabá. “Serão juntadas aos autos cópias de sua prisão em flagrante delito do Rio de Janeiro, onde foi presa por exploração sexual, cárcere privado e redução a condição análoga de escravo”, destacou.





