Mauro Mendes se apressa e diz que passagem de ônibus não aumenta

AMTU informou que tarifa seria de R$ 3,41, devido à volta dos cobradores 

Prerrogativa de conceder ou não reajuste sobre o valor da passagem de ônibus é do Conselho Municipal de Transporte e da prefeitura, enfatizou Mendes. (Foto: Secom Cuiabá).

O prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) se apressou para rebater as informações da diretoria da Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (AMTU), que, nesta segunda-feira (1), afirmou que o valor da passagem de ônibus na Capital subiria para, pelo menos, R$ 3,41 - caso o Executivo Municipal sancionasse alguns dos projetos na área do transporte aprovados pela Câmara na semana passada. Volta dos cobradores e passe livre irrestrito para estudantes de todos os níveis foram alguns dos projetos validados pelos vereadores.

De acordo com Mendes, porém, a prerrogativa de conceder ou não reajuste sobre a tarifa do transporte coletivo é do Conselho Municipal de Transporte e do prefeitura, e não das empresas concessionárias do serviço.

"Não haverá aumento no valor da passagem de ônibus", pontuou, na manhã desta terça-feira (2).

O prefeito relatou que os cinco projetos de lei aprovados pelos vereadores serão analisados tecnicamente pela administração municipal – mas garantiu que a análise partirá do princípio de que o usuário do transporte coletivo não deve ser penalizado.

A Câmara ainda não enviou os projetos para o Executivo, já que o prazo é de 15 dias e mais 15, para a sanção, ou não, do prefeito.

Os cálculos da MTU que prevêem um aumento considerável no valor da passagem de ônibus em Cuiabá levaram em conta apenas o "impacto" gerado pela volta dos cobradores. De acordo com o presidente da entidade, Ricardo Caixeta, a ampliação dos diretos ao passe livre pode aumentar ainda mais o custo.

"A conta é dividida entre quem paga. Quanto maior a gratuidade, maior a pressão sobre a tarifa", ressaltou.

Caso a passagem fosse reajustada para R$ 3,41 Cuiabá passaria a ter a tarifa mais cara do país.

Pressão das ruas

Pressionados pela onda de protestos que também tomaram conta de Cuiabá, os vereadores aprovaram, em regime de urgência, os cinco projetos na área do transporte. Na sessão onde aconteceram as respectivas votações, aproximadamente 300 manifestantes lotaram o plenário da Câmara.

Além da volta dos cobradores e da permissão para que o passe livre seja utilizado por estudantes de todos os níveis (da educação básica, cursos profissionalizantes a pos-graduação) em qualquer horário nos dias de atividade educacional, esportiva ou cultural informados pelas escolas ou universidades, foram aprovados também um maior tempo de integração (de 1h15 para 2h30) e a possibilidade da passagem ser paga em dinheiro ou moeda nacional.

A principal reivindicação dos manifestantes, que versa sobre a redução no valor da passagem de ônibus, não foi atendida pela Câmara. A Comissão de Constituição e Justiça argumentou que precisa detalhar mais o assunto.

O valor da passagem em Cuiabá atualmente é de R$ 2,85. A tarifa era de R$ 2,95 até o último dia 18. A redução de R$ 0,10, segundo o prefeito Mauro Mendes (PSB), só foi possível devido à isenção de impostos de Pis e Cofins concedida pela governo federal às empresas concessionárias do transporte coletivo na Capital.