A Câmara deve receber mais de R$ 30 milhões de duodécimo para 2013. O orçamento geral do município para o próximo ano está previsto em R$ 1,7 bilhão.
O presidente da Câmara de Vereadores, João Emanuel (PSD), afirmou que está preparado para assumir a Prefeitura de Cuiabá na ausência do chefe do Executivo, Mauro Mendes (PSB). Reconhecendo as rusgas que tem com o prefeito, o social-democrata disse que não iria tomar nenhum tipo de atitude que prejudicasse a cidade enquanto estivesse à frente do Palácio Alencastro.
“Me sinto preparado totalmente, mas não é meu interesse e por isso disputei o voto para vereador. Se eu assumisse não iria alterar em nada. Tenho brio, tenho senso de trabalho pela cidade. Não teria nenhuma atitude para desprestigiar Cuiabá. Numa ocupação procuraria fazer o que é pra ser feito”, disse de forma lacônica.
As diferenças entre o presidente da Câmara e o prefeito já “saltavam aos olhos” desde a época da campanha. Ambos estiveram em lados opostos no pleito. O grupo político do PSD optou por apoiar a candidatura de Lúdio Cabral (PT). Em detrimento da campanha socialista, João pediu votos ao petista e ingressou no Legislativo com postura de oposição.
Desde a formação da Mesa Diretora, o clima de discórdia vem movimentando as relações entre os Poderes. Mauro apoiou a candidatura de Júlio Pinheiro (PTB), mas com a ajuda de articulação do sogro, o deputado José Riva (PSD), João conseguiu se emplacar como presidente. Um dos projetos que mais causaram desavenças foi a aprovação do reajuste salarial para os vereadores.
O prefeito tentou vetar a proposta aprovada pela Câmara, que reajustou em 63% a remuneração dos vereadores, passando de R$ 9,2 mil para R$ 15 mil. A verba indenizatória de R$ 15 mil subiu para R$ 20 mil por mês. Além disso, cada um dos 25 parlamentares recebem R$ 17 mil para pagar os salários dos funcionários.
A Câmara deve receber mais de R$ 30 milhões de duodécimo para 2013. O orçamento geral do município para o próximo ano está previsto em R$ 1,7 bilhão.
Mauro Mendes foi eleito tendo o deputado estadual João Malheiros (PR) como vice-prefeito. No entanto, de forma repentina o republicano renunciou ao posto logo depois da posse. Sem um vice-prefeito direto, caso Mauro precise se licenciar para compromissos profissionais, João Emanuel é quem assume o Palácio Alencastro em caráter temporário.
Durante os primeiros sete meses de gestão, o prefeito não se licenciou nenhuma vez. Depois de João Emanuel, o próximo que pode ser nomeado como prefeito interino é o procurador-geral do município Rogério Gallo. “Eu sou o vice dele”, brincou o presidente da Câmara.