Deputada afirma que não quer que situação respingue em sua atuação no legislativo. Deputado diz que nunca "trouxe picuinha para a tribuna"
KARINE MIRANDA
A deputada Luciane Bezerra (PSB) estava rebelde na sessão dessa quarta-feira (10) na Assembleia Legislativa (AL) e fez debate quente com seu inimigo político, deputado José Riva (PSD). O motivo é a disputa política em Juara e a denúncia de que seus filhos são funcionários fantasmas da Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Outro motivo da discussão da tribuna entre ambos foi o fato de no final de semana, o esposo de Luciane e ex-prefeito de Juara, Oscar Bezerra, ter agredido o deputado Dilmar Dal' Bosco (DEM) com uma arma indígena (borduna). A cidade teve eleição suplementar no domingo vencida por Edson Piovesan (PMDB), apoiado pelo casal.
Em seu pronunciamento, a deputada ressaltou que não gostaria que a situação respingasse em sua atuação na Assembleia Legislativa. “Oscar Bezerra cometeu um ato impensado e ele responde por isso. Houve desentendimento em Juara e espero que isso não respingue na minha atuação”, assevera.
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O deputado Riva, por sua vez, questionou, e botou mais pressão, ao lembrar que “se tem alguém trouxe picuinhas para dentro (do plenário)” foi a própria deputada e o assunto da agressão de Oscar ao deputado Dilmar tomou repercussão, pois trata-se de um parlamentar.
“Não estou atacando o ex-prefeito Oscar, mas ele foi a um site lá de Juara e disse que a culpa era minha. Que eu mandei o Dilmar para a cidade. Mas o candidato dele era outro”, afirma Riva, ao interrogar que se alguém se lembrava dos “coitadinhos que foram agredidos pelo prefeito”.
Segundo ele, um funcionário da prefeitura, um vereador de Novo Horizonte do Norte e um médico.
AGRESSÃO DE CAMPANHA
Ele lembra que nunca foi a Juara agredir o candidato da deputada nestas eleições, em contrapartida, só sofreu ataques. “Eu nunca fui lá para agredir vocês nessa campanha, mas fui agredido a campanha inteira. Tenho CD, está comigo”, afirma.
Além disso, ela aconselha que se Luciane e família “quiserem respeito, tem que dar respeito também e que ele não venha só da parte de senhora”, recomenda.
Luciane, por outro lado, revidou e garantiu que os comentários no site não devem ser considerados porque a maioria dos veículos de comunicação do município é contra o seu esposo Oscar Bezerra.
“A política lá é quente. Os sites de Juara, ou menos alguns meios de comunicação é contra Oscar. O que se escuta dentro de Juara, buchicho vira matéria. Peço desculpa aos colegas, individualidade se resolve em Juara”, explica.
Ela aproveitou pra “puxar a orelha” dos parlamentares para que evite voltar a falar de sua família, seja esposo ou os filhos, que recentemente foram acusados de serem funcionários fantasmas na Secretaria Municipal de Saúde.
Riva aproveitou o gancho para criticar a mania de perseguição que todos tem contra ele. “Se fosse meu filho, até hoje estaria nos jornais. Ia chegar até no Jornal Nacional.”, critica.
CPI DO MT SAÚDE
Além do desentendimento com Riva, a deputada Luciane usou a tribuna para questionar novamente os documentos finais do relator da CPI, deputado Emanuel Pinheiro (PR). Para ela, que encaminhou o voto separado, todos os argumentos citados no documento, estão nos autos da CPI.
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Após os questionamentos da deputada, o presidente da CPI, deputado Walter Rabello (PSD) rebateu a parlamentar dizendo que a votação contou com a aprovação de quatro deputados e explicou o andamento da Comissão até o relatório final.
“Não houve interesse de preservar "A" ou "B", e em nenhum momento a CPI se calou. Todas as pessoas denunciadas foram interrogadas e, as decisões foram deliberadas através do voto, nunca fomos omissos”, disse Rabello.
Para Emanuel Pinheiro, o relatório da CPI foi baseado em investigações e através de interrogatórios. “Chegamos ao documento final com esses pronunciamentos, isso fez com que a CPI não ficasse nula. Ela é colegiada e prescinde da unilateralidade, pois todos têm o direito de defesa”, afirmou Pinheiro.
A CPI foi encaminhada para a Delegacia Fazendária e posteriormente será enviada ao Ministério Público Estadual (MPE). "Não é justo que se venda imagem de que se existe quatro lobos mal e uma chapeuzinho vermelho", finaliza.





