Após 3 anos, Maggi reconhece falhas, aponta decepções e fica no Senado

Patrícia Sanches

-- Senador Blairo Maggi foi entrevistado por Lino Rossi, no Chamada Geral desta segunda
Senador Blairo Maggi foi entrevistado por Lino Rossi, no Chamada Geral desta segunda
  O ex-governador de Mato Grosso e senador Blairo Maggi (PR) voltou a dizer que não é candidato ao governo do Estado em 2014. O republicano dá sinais de que está desanimado com sua possível volta ao Executivo. Pondera que, quando se é chefe do Palácio Paiaguás, muita gente quer ficar perto para se favorecer dos benefícios. “Você se decepciona muito com as pessoas”, afirmou Maggi, em entrevista ao Programa Chamada geral, apresentado por Lino Rossi, na Rádio Mega FM.
  Entre os pré-candidatos, Maggi era considerado como o favorito. Republicanos ainda acreditam na candidatura dele. Por enquanto, entre os que não escondem a vontade de disputar o governo de Mato Grosso está o senador Pedro Taques. O PT, por sua vez, tenta convencer o juiz federal Julier Sebastião da Silva a encarar as urnas.
  Maggi pontua ainda que, como senador, pode fazer a própria agenda, diferente do período em que atuava como chefe do Executivo. “Governador não faz a agenda dele, se um problema chegar a tarde e, ele não resolver, o problema fica grande”, revela.
  Quase três anos após o término do seu mandato, Maggi faz uma espécie de balanço sobre como deixou a máquina administrativa para o sucessor Silval Barbosa (PMDB). O republicano destaca que passou quase oito anos pagando dívidas e que, durante a sua administração, fez apenas um empréstimo, para comprar máquinas para os 141 municípios do Estado.
  Além disso, Maggi reconhece que o episódio “manchou” o seu governo, mas lembra que foi ele próprio quem determinou a investigação imediata por meio da Auditoria Geral do Estado e do Ministério Público. “Acho que errei, deveria ter chamado a imprensa e ter dito o que eu tinha visto até aquele momento , sem fulanizar. O fato é que tivemos problema na licitação, que ocasionou prejuízo de R$ 44 milhões, mas cerca de R$ 25 milhões foram devolvidos. Errei por não ter eu mesmo explicitado isso”, afirma.
  De todo modo, Maggi alega que foi justamente neste momento, no final de seu mandato, que o Estado passou a ficar adimplente e apto para receber os recursos necessários para viabilizar, por exemplo, as obras da Copa de 2014. “Reconheço que existem críticas, mas a mim elas não afetam porque eu sei o que eu fiz e o porque fiz”, ressaltou o republicano, ponderando que investiu em todas as áreas e não apenas em infraestrutura.
  Senado
  Ao fazer o balanço, Maggi reforça que agora está em outro momento da sua vida política e que pretende concluir o mandato de senador. Ressalta estar satisfeito com a sua atuação e lembra que, hoje, é presidente da Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle e membro das Comissões de Infraestrutura e de Constituição e Justiça. “O que eu não sou é um senador de tribuna, sou o que menos uso, mas, se acompanhar as comissões, tenho certeza que sou o mais presente”, destaca.
  Ainda nesta mesma linha, Maggi reforça ter censo para não ser “oportunista”, indo na tribuna para ficar criticando a toda hora. Ele reforça, no entanto, que isso não significa dizer que os demais estão errados, mas que é uma questão de estilo. “Sou mais articulador, discurso não é o meu forte. Meu forte é trabalhar e montar os projetos. Talvez as pessoas nos julguem pela quantidade que vem na tribuna”, concluiu.
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