Exploração Sexual MT:Cuiabá:Coordenadores de escolas públicas recebem orientações

O representante do Ministério Público destacou que o abuso sexual pode ocorrer em qualquer lugar, na escola, nos clubes, nas igrejas, nas ruas e em 80% dos casos dentro do próprio ambiente familiar


MPE/MT

Em 2011, somente em Cuiabá foram registrados 435 casos de violência contra crianças e adolescentes. Desse total, 289 foram relacionadas à violência sexual. Os dados foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira (17.05), durante evento realizado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa da Infância e Juventude, em parceria com a Prefeitura Municipal. O encontro fez parte da agenda de debates alusivos ao 'Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes', 18 de maio.

Durante o evento, procuradores e promotores de Justiça, defensores públicos, profissionais da saúde e da educação passaram orientações a 94 coordenadores de escolas públicas da Capital de como detectar, orientar e prevenir casos de abuso e exploração sexual na infância.

“Não podemos admitir que esses números se mantenham ou aumentem, sabemos perfeitamente que é somente denunciando que poderemos combater o problema, pois a omissão, além de permitir a continuidade do abuso e a impunidade do abusador, favorece a perpetuação dos crimes e produz vítimas com pertubações de toda ordem, que futuramente haverão de possuir e acarretar mais problemas para toda sociedade”, ressaltou o titular da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa da Infância e Juventude, procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado.

O representante do Ministério Público destacou que o abuso sexual pode ocorrer em qualquer lugar, na escola, nos clubes, nas igrejas, nas ruas e em 80% dos casos dentro do próprio ambiente familiar. “É preciso que vocês saibam que o papel do professor é fundamental nesses casos, são vocês depois da família as pessoas mais próximas das crianças e adolescentes, os sinais de violência precisam ser observados”, alertou.

De acordo com Prado, crianças e adolescentes vítimas de violência apresentam comportamento diferenciado, geralmente ficam muito tristes, sentem medo de adultos, não querem voltar para casa, não conseguem ter controle das necessidades fisiológicas, e apresentam em alguns casos lesões pelo corpo. “Estamos empenhando esforços para que toda rede esteja integrada e atenta aos sinais, é preciso que educação, saúde, Justiça e demais órgãos competentes estejam atentos”, frisou.

Já o promotor de Justiça da área da Cidadania, Miguel Slhessarenko Júnior, levantou uma discussão sobre a preocupação com crianças que possuem qualquer tipo de deficiência intelectual. De acordo com Slhessarenko, por terem mais dificuldade de expressar o que sentem, essas crianças podem se tornar grandes vítimas pois possuem uma dependência extrema de seus familiares.“Geralmente esses casos só são constatados quando a agressão é muito grande e essas crianças são levadas a internação hospitalar”, ressaltou o promotor.

Em um discurso emocionado, a promotora de Justiça da Infância e Juventude de Cuiabá, Sazenazy Soares Rocha Daufenbach, relembrou o caso de uma criança de dois anos vítima de violência que teve os órgãos sexuais praticamente mutilados pelo padrasto com a conivência da mãe que mesmo tendo conhecimento da causa não denunciou o agressor. A representante do MPE explica que a maioria das violações sexuais acontecem dentro do núcleo familiar o que torna mais difícil a ajuda de outras pessoas para tentar resgatar as vítimas. “Verificamos que a grande porta de entrada são as escolas e os conselhos tutelares, é dever do educador comunicar a autoridade competente casos de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes, essa responsabilidade precisa ser compartilhada”, destacou a promotora.

AUDIÊNCIA PÚBLICA: Dando continuidade a agenda de eventos que reforçam o trabalho já realizado pelo Ministério Público em prol da causa de defesa de Crianças e Adolescentes, no período da tarde em parceria com a Assembleia Legislativa, representantes do MPE estiveram reunidos com a população, o objetivo foi ouvir os principais problemas encontrados por quem trabalha diretamente na área.

Estiveram presentes os promotores de Justiça Sazenazy Soares Rocha Daufenbach, Miguel Slhessarenko Júnior, Lindinalva Rodrigues, o presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público, Vinicius Gahyva Martins e o Secretário Geral do MPE/MT Mauro Curvo e o procurador de Justiça e titular da Procuradoria Especializada da Infância e Juventude, Paulo Roberto Jorge do Prado

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