Aproximar a vida religiosa das causas sociais, incidir nas mais diversas realidades brasileiras, contribuir para a construção de um mundo melhor e mais justo são algumas das missões da Rede Um Grito Pela Vida, voltada para a prevenção e combate do Tráfico de Seres Humanos. De 12 a 15 de outubro, as integrantes da Rede se reúnem em Goiânia, no Estado de Goiás, para discutir mais o assunto e definir ações futuras.
A Rede reúne, nesses dias, a maioria dos estados, através das respectivas Regionais, em torno desse problema gravíssimo, que é invisibilizado por conta de interesses maiores. E é tarefa da Rede mostrar o que acontece.
A Adital conversou com a irmã Denise Alves, integrante da Rede Um Grito pela Vida, sobre o assunto.
Adital – Como é para vocês, enquanto Igreja, se posicionar diante de um tema tão delicado, polêmico e, ainda, silencioso, como é o tráfico de pessoas?
Denise Alves – A vida religiosa foi chamada para ser ponta de lança. Nós estamos refletindo, partilhando e fazendo pequenas ações na área da prevenção e defesa da vida. Temos que somar forças com a sociedade civil e também com as Igrejas, independente de denominação religiosa, para darmos um salto maior nesta grave violação de direitos e, lógico, ainda temos muitas barreiras. E por ser um tema velado, torna-se um desafio maior ainda.
Adital – Há uma mobilização para que a Campanha da Fraternidade tenha o tráfico de pessoas como tema. Qual a importância dessa iniciativa?
Denise Alves – Sim, existe essa iniciativa por parte da Rede, e da própria Conferência dos (as) Religiosos (as) – CRB-Nacional, e de muitos grupos da sociedade civil. A importância está relacionada inicialmente com os megaeventos como a Copa do Mundo de 2014, Jornada Mundial da Juventude, etc. Mas também temos que ter um olhar para o desenvolvimento do país a partir das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o qual também aparece o crescimento do trabalho escravo e prostituição de mulheres e crianças.
Adital – De 2006 a 2011, que balanço fazem da Rede um Grito pela Vida?
Denise Alves – Conseguimos nos fazer conhecidas para a vida religiosa, dentro das congregações, e agora começamos a fazer pequenas parcerias com organizações não governamentais, Ministério Público, Conselhos de Direitos. Penso que há um grande avanço no que diz respeito à consciência crítica da vida religiosa e da importância de um trabalho de prevenção aonde já atuamos, seja nas obras ou missões populares. Algumas congregações já estão trabalhando no campo do acolhimento às vítimas e muitas irmãs começam a fazer um trabalho mais pontual nos comitês que fazem parte da política do Governo Federal.
É importante ressaltar nossa participação na elaboração do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. No primeiro, participamos apenas com depoimentos.
Adital – Como o trabalho da Rede repercute dentro da Igreja, como instituição?
Denise Alves – Houve a criação de um comitê para elaboração do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Como defesa de direitos e da vida, a Igreja tem militado neste campo através das pastorais sociais, porém ainda não houve um posicionamento oficial nas Dioceses. No entanto, o tema TSH [Tráfico de Seres Humanos] foi citado, no último documento de Diretrizes de Ação Evangelizadora, por três vezes.
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