Prefeito afirma segurar aumento da passagem, mas que não vai conseguir por muito tempo

 

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O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou, na última segunda (28), que está segurando o aumento do valor da passagem de ônibus em Cuiabá e sinaliza que não vai conseguir segurar por muito mais tempo.

"Eu estou bem preocupado. Já tem um aumento que o conselho já deu, que eleva para R$ 4,95 [a passagem], se eu não me engano, e eu segurei um pouco. Estou tentando evitar o aumento", comentou durante entrega de mais seis ônibus a frota de coletivos da capital, no Parque Tia Nair.

Emanuel disse que sabe que é amargo dar o aumento da tarifa. "Ninguém quer dar. A gente quer o passageiro dentro do ônibus. Qual a lógica do transporte coletivo? O passageiro dentro de ônibus. O passageiro gira o sistema, mas caiu o número", pontua.

O prefeito pontua que o número de queda de passageiros do transporte coletivo de Cuiabá vem apresentando tendência de queda ao longo dos anos e tudo isso cria um ciclo vicioso que prejudica manter o preço da passagem em um patamar baixo.

Pesa também, mais recentemente, a queda no número de passageiros durante o isolamento social em decorrência da pandemia do coronavírus e a explosão do preço dos combustíveis nos postos de gasolina.

Todo esse cenário tem contribuído para que as empresas detentoras de transporte público do município tenham operado no limite do orçamento ou já estavam definitivamente no vermelho.
Emanuel afirma que, em três anos e meio, foi a única capital do país que segurou o preço da passagem por todo esse tempo. "Nenhum segurou igual eu", diz.

Contudo, começa a pesar a responsabilidade do próprio prefeito em segurar o preço e contribuir para o prejuízo das empresas.

"Há uma preocupação exatamente com o equilíbrio econômico financeiro do sistema [de transporte coletivo]. Nós temos que trazer passageiros para dentro do ônibus. Dar tarifa não leva a lugar nenhum; vai tirar mais passageiro de dentro do ônibus. É uma opção ilusória que se resolvendo o problema de caixa, por que não dá, vai aposentar passageiro. Ninguém aguenta pagar. É um momento difícil. Esse preço do do diesel tá afetando todas as atividades", diz.

Emanuel afirma que determinou que a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec) faça um estudo sobre a situação econômico-financeira do sistema de transporte coletivo da capital.

"Eu espero [o estudo] ser concluído para poder anunciar, mas estou muito preocupado. É um momento angustiante. Vamos ter que tomar uma providência", concluiu.

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