AMEAÇOU PETISTAS PT pede cassação de Tenente Paccola por quebra de decoro

 

Câmara de Cuiabá

O Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Cuiabá protocolou junto à Mesa Diretora da Câmara Municipal um pedido de cassação do vereador Marcos Paccola (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar. Na sessão de quinta-feira (7), o vereador disse ter munição para atirar em 500 petistas.

 

O anúncio foi feito pela vereadora Edna Sampaio (PT). A petista que o "colega" usou a tribuna da Casa para proferir 'discurso do ódio' aos filiados da legenda.

 

"Lamentavelmente o vereador Paccola voltou a usar essa tribuna para fazer ameaças aos petistas, sou petista e venho do sindicalismo. É da história do sindicalismo brasileiro fazer pressão sobre aqueles que têm poder de decisão. Felizmente, ninguém vai até a casa do vereador Paccola porque ele não tem poder nenhum de decidir absolutamente nada sobre a classe trabalhadora que hoje padece com a retirada de direitos", disse a vereadora durante a sessão desta terça-feira (12).

 

A reação é referente ao discurso do parlamentar que insinuou na semana passada, que poderá atirar em até 500 militantes do PT, caso eles realizem manifestação na frente da sua residência.

 

"Dizer isso aqui, que enfrentará a organização dos sindicatos, os petistas com arma na mão, que tem quinhentas balas para poder enfrentar. Ora minha gente, esse é um discurso de ódio inadmissível para o Parlamento, que é o símbolo da democracia em qualquer sociedade. Como é que nós vereadores e vereadoras, podemos vir aqui e tratar com naturalidade um discurso de ódio de um parlamentar, que foi eleito para representar democraticamente os interesses de uma parcela da população, e vim aqui reivindicar que nós sejamos um estado policialesco, um estado que mata as pessoas, esse posicionamento é um posicionamento de extrema direita, continuou a parlamentar.

 

Edna também lembrou outro discurso de Paccola na semana passada, onde ele defendeu os 64 policiais que foram presos durante a Operação Simulacrum, da Polícia Civil, que aponta para um esquema de forjar confrontos para executar pessoas com passagens pela polícia.

 

O vereador chegou a defender que todos os 'bandidos' sejam mortos em confrontos com a PM.

 

"O vereador Paccola, com palavras chulas, disse que vagabundo tem que ser morto se encontrar com a polícia. Eu quero perguntar onde está escrito na Constituição, nas leis infraconstitucionais, no ordenamento jurídico do nosso país, Estado e município, que vagabundo tem ser morto pela polícia? Que a polícia tem autorização para matar quem quer que seja. Eu não quero dizer aqui que em um confronto armado entre policias e meliantes não possa resultar em ferimento e morte. mas aqui, dessa tribuna, um parlamentar defender que a polícia deve matar as pessoas que vieram em direção - em confronto - a ela é inadimissível".

 

"Estou protocolando junto à Mesa que avalie a possibilidade de cassação do mandato do vereador Paccola por quebra de decoro parlamentar contra a Constituição, os tratados de direitos humanos, a lei da execução penal, a  lei orgânica do nosso município e a organização do regimento interno dessa casa (...) é por isso que eu não vou me calar aqui, não me intimida quem quer que seja, que vem aqui postando que é muito machão pra poder reivindicar o direito de matar", concluiu a parlamentar.

 

O pedido será analisado pela Comissão de Ética na Câmara.

 

Entenda o caso

Na quinta-feira (7), o vereador Marcos Paccola usou a tribuna para criticar a fala do ex-presidente Lula (PT) que, durante um evento com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sugeriu que os sindicatos fizessem pressão em deputados federais e senadores na frente de suas residências quando houvessem votações envolvendo os direitos dos trabalhadores.

 

"Agora é engraçado que a gente não aprendeu, com o movimento que a gente tem, a fazer pressão na cidade onde as pessoas moram. Os deputados têm casa. Eles moram numa cidade. Nessa cidade tem sindicalista, professor, metalúrgico, bancário, pedreiro, tem quase todas as profissões que estão representadas aqui. Se a gente pegasse e mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas na casa do deputado, não para xingar, para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho, incomodar a tranquilidade dele, eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer a manifestação em Brasília", disse Lula na ocasião.

 

"Eu quero deixar um recado. Só o que eu carrego comigo aqui no IDC aqui, 50 militantes no meu dia-dia eu posso", iniciou o vereador sem concluir a sua frase. "Só lembrar que o presidente Bolsonaro autorizou pra cada arma de quem é CAC (Conceder Certificado de Registro Pessoa Física Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) são 5 mil munições por arma. Então pensem bem antes de tomar essas atitudes. E ao invés de 50 coloquem 500. Porque 50 vai ser muito pouco se vocês tentarem mexer com nossos filhos, nossas famílias. Dessa forma vocês não vão mudar o país, vão fazer uma guerra civil. Não venham pra cima porque estamos prontos", respondeu Paccola. 

 

As declarações do ex-presidente causou reação de vários parlamentares, principalmente, os bolsonaristas que acusam Lula de incentivar confrontos de rua. O deputado federal José Medeiros (PL) chegou a usar as redes sociais para ameaçar qualquer manifestante que for em sua residência e provocar a sua família.

 

Réu

O vereador Marcos Paccola é réu em uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) oriunda da Operação Coverage, 3ª fase da Mercenários. Ele é acusado de fraudar o sistema da Polícia Militar para alterar o registro de arma que teria sido usada em 7 homicídios, ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande. Os assassinatos e tentativas são apurados na Operação Mercenários.

 

As investigações acusam o parlamentar de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações.

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