Michael Jackson teria pago milhões para encobrir abusos de crianças

Globo.com
Quatro anos após sua morte, as polêmicas acerca do astro Michael Jackson parecem não estar perto do fim.
 
Neste sábado, 29, o jornal britânico ''Sunday People'' revelou ter tido acesso a arquivos secretos do FBI que mostram que Michael gastou cerca de 23 milhões de euros para subornar suas vítimas de abuso sexual.
 
Segundo o veículo, cerca de 24 rapazes foram abusados pelo astro ao longo de 15 anos.
Esses documentos não teriam sido apresentados à Justiça em 2005, quando Michael foi foi inocentado da acusação de molestar uma criança.
 
As provas ainda incluem transcrições telefônicas e muitas horas de fitas de áudio. Uma das páginas relata uma história sem muito sentido: o rei do pop chegou a ser flagrado por um dos seus funcionários no seu cinema particular enquanto assistia a filme pornôs na companhia de uma estrela infantil mundialmente conhecida, acariciava os órgãos genitais de um garoto e incluia uma terceira criança no abuso. 
 
A mãe de um dos jovens estava sentada duas ou três fileiras na frente deles na época, sem saber do abuso que filho estava sofrendo. 
 
O relatório, no entanto, não explica o porquê a mãe teria permitido que seu menino presenciasse tal tipo de exibição. Philip LeMarque e sua mulher, funcionários de MJ, são testemunhas do caso, garantindo que ele assistia também assistia a filmes pornôs na companhia de crianças dentro de um quarto secreto na sua mansão.
 
Atores mirins, dançarinos e filho de um famoso
 
As apurações foram iniciadas em 1993 por um investigador particular, Anthony Pellicano. Ele montou uma lista de vítimas que traz cinco atores mirins, dois dançarinos e o filho de um famoso roteirista de Hollywood. 
 
O mais curioso é que o ponta pé inicial dessas investigações foi um pedido do próprio Michael Jackson, depois de um conselho da atriz e amiga Elizabeth Taylor, para limpar sua imagem na mídia. A ideia surgiu quando veio a público o primeiro escândalo sexual envolvendo o nome do astro. 
 
Foi a história do menino Jordan Chandler, na época com 13 anos, cujo pai denunciou o rei do pop por abuso. É possível que a família tenha recebido cerca de US$ 20 milhões para retirar o processo da justiça.
Ele fazia coisas bem piores com aqueles meninos, e não era apenas molestar"
 
Anthony Pellicano
 
Há dois anos Anthony Pellicano deu uma entrevista na mídia na qual afirmava que Michael Jackson era capaz de coisas muito piores. 
 
"Eu parei de trabalhar para ele quando descobri algumas verdades. Ele fazia coisas bem piores com aqueles meninos, e não era apenas molestar''. 
 
O atual investigador responsável pelo caso dentro do FBI garante que muitas crianças sofreram nas mãos de Michael. "Os arquivos mostram que ao menos vinte crianças foram pagas para se calar. Wade Robson ( o coreógrafo) foi identificado como uma das vitimas, mas muitos outros foram pagos para não falar nada."
 
O investigador diz que só resolveu revelar essas informações arquivadas depois que Wade ganhou destaque na mídia com a sua história. "Estava na hora do público saber as informações reunidas pelas autoridades''.
 
O caso de Wade Robson
 
Wade Robson, coreógrafo de Britney Spears, está fazendo agora, em 2013, uma acusação póstuma a Michael Jackson por abuso sexual na infância. O dançarino está pedindo para anexar uma queixa ao processo, no qual havia negado, em 2005, qualquer envolvimento com Michael.
 
Ao site "TMZ", Howard Weitzman, o advogado que defende os espólios do cantor diz que: "A queixa de Mr. Robson é ultrajante e patética. Esse é um jovem que atestou pelo menos duas vezes nos últimos 20 anos e disse em inúmeras entrevistas que Michael Jackson nunca fez nada inapropriado para ele e com ele".
 
Wade teria conhecido Michael Jackson quando tinha 7 anos e frenquentou o rancho de Neverland até os 14. No processo judicial divulgado pelo site, Wade costumava dormir no local e em outras propriedades de Michael nos Estados Unidos. Além disso, os arquivos do processo mostram que uma ex-empregada do cantor teria dito que viu os dois tomando banho juntos quando o coreógrafo tinha 8 ou 9 anos.
 
"Agora, quase quatro anos após Michael ter falecido, essa triste e inverossímel acusação foi feita. Nós estamos confiantes que a corte vai ver isso como o que é", completa o advogado.