Parlamentar aproveitou entrega de relatório sobre o MT Saúde para fazer solicitação ao MPE
Mary Juruna/MidiaNews
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Deputada Luciane Bezerra soliticou a Paulo Prado investigação sobre filhos e MT Saúde
ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
A deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) solicitou ao procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, nesta quinta-feira (11), que o Ministério Público investigue a denúncia de que sua filha e seu enteado são "funcionários fantasmas" na Secretaria Municipal de Saúde.DA REDAÇÃO
As acusações partiram do vereador Ricardo Saad (PSDB), no final de junho e no início julho.
Primeiro, o parlamentar afirmou que o estudante de Direito, Anacleto Bezerra, filho do ex-prefeito de Juara (709 km ao Norte de Cuiabá), Oscar Bezerra, e enteado da deputada, não estaria cumprindo a carga horária de 8 horas na secretaria.
Depois, Saad denunciou Bruna Azoia Bezerra, filha de Luciane e também estudante de Direito, como fantasma na mesma pasta. Com salário de R$ 4 mil, ela não cumpriria a carga horária.
"Como mãe eu tenho certeza de que meus filhos estão fazendo o papel deles e cumprindo carga horária de maneira correta"
“Pedi ao procurador-geral uma investigação sobre o caso. Como parlamentar, tenho a preocupação de que, se há uma irregularidade, ela tem que ser punida”, afirmou a deputada ao MidiaNews.
Apesar do pedido, Luciane garantiu que Anacleto e Bruna cumprem com suas obrigações.
“Como mãe, eu tenho certeza de que meus filhos estão fazendo o papel deles e cumprindo carga horária de maneira correta. Porém, a entrada do Ministério Público nessa investigação poderá mostrar para a população que não existe nenhuma irregularidade e que meus filhos não são fantasmas”, afirmou.
Para a parlamentar, a “briga” protagonizada entre o vereador Ricardo Saad, que vem fazendo denúncias contra a Secretaria de Saúde, e o titular da pasta, Kamil Fares, acabou respingando em sua atuação.
“Com certeza, houve uma manobra política também, com o fim de desviar a atenção do voto em separado que apresentei, durante a CPI do MT Saúde”, disse.
CPI
O relatório paralelo sobre a CPI do MT Saúde, apresentado pela deputada Luciane Bezerra, como justificativa para seu voto em separado, também foi entregue nesta quinta-feira ao procurador-geral de Justiça.
A parlamentar reforçou o pedido de prisão preventiva de 18 supostos envolvidos no rombo de R$ 25 milhões no plano estadual de saúde, bem como a indisponibilidade de seus bens.
Entre os acusados, estão o ex-secretário de Administração do Estado, César Zílio, e o ex-presidente do MT Saúde, Yuri Bastos Jorge.
De acordo com Paulo Prado, o documento, que possui mais de 1,3 mil páginas, será analisado e poderá ser encaminhado ao Núcleo da Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, que já investiga denúncias envolvendo o próprio MT Saúde.
Conduzido pelo promotor Roberto Turim, desde 2011, o inquérito diz respeito às operadoras Saúde Samaritano e Open Saúde, que foram responsáveis pela gestão do plano.
Ambas, inclusive, são citadas por Luciane como supostas culpadas do desmantelamento do plano.
“Se tiver conexão entre o relatório da deputada e o inquérito já conduzido, o documento será anexado à investigação para que continue e se adote as medidas que entenderem pertinentes”, disse Prado.
O procurador também garantiu que, caso se apresentem culpados do rombo, o valor deverá ser ressarcido.
“Acho que essa é a preocupação de todo o povo mato-grossense e da instituição. Com certeza, uma das observações será a de verificar se houve desvio e prejuízo ao erário e, consequentemente, o ressarcimento”, disse.
Sobre a denúncia de funcionários fantasmas, Paulo Prado também informou que irá averiguar.
“Eu vou ouvir o que a deputada tem a declarar e o promotor que atua na questão da improbidade administrativa também já deve ter recebido alguma denúncia dessa natureza. Vamos apurar os fatos para tomar as providências cabíveis ao caso”, completou o procurador.





