Criança fica desde novembro sem receber remédio para convulsões


Criança de seis anos, portadora de malformação no cérebro, está há oito meses sem receber medicamento fundamental para a manutenção de sua saúde. Em razão do alto custo do Depakote Sprinkle 125mg, a família entrou com processo para requerer o medicamento anticonvulsivante por meio de mandado judicial, o qual não está sendo cumprido.
O pai do menino Davi Lucas Lacerda Funaletto, o fotógrafo Ricardo Funaletto, contou ao Jornal da Manhã que entrou com o pedido na Justiça quando a criança tinha apenas um ano e seis meses de idade. “Ele recebia o medicamento depois que entrei com processo de solicitação para a Prefeitura. Na Justiça, ganhamos o direito de pegar esse medicamento. Quando a Prefeitura não quis mais fornecer o remédio, entrei na Defensoria Pública e ela perdeu em primeira e em segunda instância, mas recorreram de novo e agora o caso está em Brasília, mas a Prefeitura continua não respeitando a decisão judicial”, ressalta.
Funaletto destaca que já procurou informações na Secretaria Municipal de Saúde, mas até hoje só recebeu respostas desencontradas e continua ficando sem o medicamento. Na semana passada, ele conta que recebeu uma caixa, que é suficiente para apenas três dias. A caixa com 30 cápsulas do medicamento estabilizante de humor e antiepilético custa em torno de R$150 e R$170, e Davi Lucas precisa de oito cápsulas por dia, ou seja, 240 por mês, o que corresponde a oito caixas e um gasto mensal de R$1.200 a R$1.360.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde informou que o fornecedor do Depakote Sprinkle 125mg está em atraso com a entrega do medicamento. A remessa já estaria paga, mas o fornecedor ainda não teria enviado o pedido. A secretaria afirma ainda que tem comprado, com recursos próprios, pelo menos uma caixa do medicamento para minimizar a despesa do paciente e que a expectativa é de que a distribuição se normalize até o fim desta semana.