CPI defende "pizza" e diz que não precisou do depoimento da Administração


  
Gilson Nasser
Da Redação
Após receberem inúmeras críticas dos servidores públicos e setores da mídia, o presidente e relator da CPI do MT Saúde, respectivamente os deputados Walter Rabello (PSD) e Emanuel Pinheiro (PR), saíram em defesa dos trabalhos que foram finalizados nesta terça-feira. O relatório aprovado pela comissão "inocentou" os principais responsáveis pelo órgão, como o ex-secretário de Administração, Cézar Zilio, e outros ex-diretores do órgão.
Um relatório paralelo da deputada Luciane Bezerra (PSB) pediu o indiciamento e prisão cautelar de 18 pessoas, entre servidores públicos, ex-diretores e até do ex-secretário de Administração, Cézar Zílio, que atualmente é diretor-presidente do MT-PAR. Na sessão de hoje da Assembleia, Emanuel Pinheiro (PR) declarou que a citação dos envolvidos citados no relatório de Luciane Bezerra poderia resultar na anulação total dos trabalhos realizados pela CPI pela Justiça. "As pessoas denunciadas pela deputada Luciane não tiveram o direito a ampla defesa. Eles não foram citados porque todo um trabalho de sete meses poderia ir para o ralo", assinalou.
Pinheiro destacou que o indiciamento e pedido de prisão das 18 pessoas inclusas no relatório da socialista poderia macular a imagem das mesmas. "Fizemos um parecer técnico, provendo a verdade baseada na Justiça não atacando sem provas, a moral e história de ninguém", colocou.
Pinheiro, porém, adiantou que as denúncias constadas no relatório paralelo serão encaminhadas a Delegacia Fazendária e ao Ministério Público. "Não vamos arrastar nada para debaixo do tapete", assegurou.
Já Walter Rabello (PSD) destacou que Cézar Zílio e outros citados pela parlamentar socialista como responsáveis pelas fraudes no MT Saúde não compareceram a CPI para se defender. "Foi citado que não adiantava convocar o César Zilio porque ele não era o gestor do plano", explicou.
ARMAÇÃO
Todavia, em várias sessões da Comissão, o próprio presidente da CPI cobrou a convocação do ex-secretário. Walter, que tinha a prerrogativa de presidente de convocar qualquer pessoa sem a necessidade de aprovação dos demais membros, até insinuou que César Zilio tinha participação nas fraudes que quase faliram o MT Saúde -VEJA AQUI
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O ex-presidente do órgão, Yuri Bastos Jorge, que prestou depoimento a CPI, mas seria convocado novamente, não compareceu a Comissão. O social democrata ainda achou estranho o parecer de Luciane Bezerra em pedir a prisão dos envolvidos. "Quem sou eu para pedir a prisão de alguém", questionou ao pedir consultoria se a CPI teria essa prerrogativa.
Ele ainda atacou a deputada, ao citar que familiares dela também são denunciados em outros processos. "Filhos dela são investigados por serem fantasmas na prefeitura de Cuiabá. O marido dela foi impedido de disputar eleição em Juara por condenação por improbidade administrativa. Nem por isso atacamos ela", colocou numa referência ao fato do enteado da deputada ter sido denunciado por supostamente ser "funcionário fantasma" na prefeitura de Cuiabá.
Walter Rabello enalteceu que a CPI do MT Saúde representou uma conquista aos servidores públicos estaduais. "Só com início da CPI, os serviços na rede credenciada já melhoraram. Quem disse isso foi o próprio Fórum Sindical", destacou.
Ele disse ainda que o Governo e a Assembleia já estudam um modelo de reestruturação do plano com intuito que se torne autossustentável. "Este relatório aprovado representa o retorno do MT Saúde aos servidores públicos", elogiou.