Fotos enviadas com exclusividade para o Radar por companheiros jornalistas de Coari mostram bem o clima de tensão que se instalou na cidade, que está dividida entre os correligionários de Adail Pinheiro e adversários do prefeito. De uma lado, cidadãos de Coari se manifestam contra exploração sexual de crianças e adolescentes que, há anos vem sendo denunciada naquele município, e contra o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, denunciado pelo Ministério Publico Estadual (MPE) e indiciado pela Polícia Federal, desde 2008, acusado de chefiar uma rede de prostituição infanto-juvenil em Coari, grupo criminoso do qual faria parte também assessores e secretários do prefeito. Manifestantes contra o prefeito, levaram faixas e gritaram palavras de ordem contra Adail na chegada ao aeroporto da CPI da Câmara Federal que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes As parlamentares da CPI também foram recebidas por membros do Conselho Tutelar de Coari.
De outro lado, o prefeito Adail Pinheiro deixou a cidade, mas determinou ponto facultativo, ou seja, as secretarias não funcionaram hoje (08). Essa medida foi tomada pelo prefeito, segundo os jornalistas de Coari, para que assessores e secretários de Adail Pinheiro, pudessem convocar, na base da ameaça de demissão, os funcionários de suas respectivas secretarias para vestirem camisas da campanha política do ano passado, afixarem propagandas pró-Adail em seus carros, e irem para a entrada do auditório Rio Copeá, do Instituto de Saúde e Biotecnologia da UFAM, onde a CPI da Câmara Federal fará as diligências, para se manifestarem a favor do prefeito, contra a presença da comissão na cidade e para impedir que manifestantes contrários a Adail pudessem se aproximar do local dos depoimentos à CPI. A ordem dos secretários de Adail era “vamos botar essa mulher (deputada federal Érika Kokay) pra correr da cidade”.
Segundo denúncias desses mesmos jornalistas, os manifestantes pró-Adail contavam com o aparato de segurança do Comando da Polícia Militar de Coari, tendo a frente o próprio comandante coronel Ayrton Norte, que aparece em uma das fotos rechaçando a presença de um dos manifestantes contrários ao prefeito e determinando que ele se retirasse. Ao chegarem no auditório da UFAM, os membros da CPI, acompanhados do deputado estadual Luiz Castro e policiais federais, tiveram seus carros atingidos por pedras e garrafas dá água, uma delas inclusive atingiu as costas de um policial federal que chegou a sacar o revólver para fazer os manifestantes pró-Adail se afastarem. O deputado Luiz Castro, saiu do veículo em que estava, e chamou a atenção do comandante Norte dizendo que ele não estaria tomando providências para manter a ordem e garantir a segurança dos parlamentares que integram a CPI. Os depoimentos à CPI da Pedofilia da Câmara Federal se estenderam pela noite e continuam amanhã (09), pela manhã.
Veja as imagens(Clique nas imagens para visualizar em tela cheia):





