A favor da pedofilia e a exploração sexual, Partidários de Adail manobram para obstruir CPI da Pedofilia em Coari


Crédito : Bruno Kelly/A Crítica-AM
A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, Erika Kokay (PT-DF), afirmou, nesta segunda-feira (8), que o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP-AM), além do suposto envolvimento com uma rede de exploração sexual no município, também terá que responder por improbidade administrativa e obstrução dos trabalhos da CPI
Os membros da CPI desembarcaram nesta segunda (8) em Coari. Ao chegar ao campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde seriam tomados os depoimentos, os parlamentares tiveram dificuldade para entrar no prédio. Foram hostilizados por simpatizantes do prefeito Adail. Érika Kokay ressaltou a presença de carros oficiais da prefeitura de Coari entre os manifestantes. E disse ter informações de que havia funcionários públicos entre os populares.
“O que tudo indica e é preciso que isso seja investigado, é que nós estamos diante de mais um fato de improbidade administrativa. Ao que tudo indica, há servidores públicos aqui, tem carro da prefeitura acompanhando a manifestação. Ou seja, ele (Adail) está usando recursos públicos para obstruir os trabalhos da própria CPI. Então o prefeito vai responder por isso também”, disse Erika Kokay.
Com depoimento marcado para esta terça (9), Adail informou, nesta segunda (8), por meio de nota, que não comparecerá à CPI. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Coari, o prefeito passou por um procedimento cirúrgico no hospital Sírio Libanês, e continua internado na unidade hospitalar, em São Paulo. O advogado de Adail, Rodrigo Porto, divulgou a cópia de um boletim médico informando que o prefeito passou por uma cirurgia de hérnia inguinal.
A CPI da Câmara dos Deputados vai investigar novas denúncias de pedofilia contra Adail. Em 2008, ele foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público por chefiar uma rede de exploração sexual de menores. Há três anos, também foi pedido o indiciamento do prefeito de Coari pelo mesmo crime, na CPI do Senado.
“O prefeito tem muita materialidade do seu envolvimento numa rede de exploração sexual e vai ter que responder por isso. Não adianta tentar obstruir o trabalho da CPI. E obstruir utilizando recursos públicos. Porque ele incorre em mais um crime de improbidade administrativa”, alertou a presidente da CPI.
Desta vez, a CPI da Câmara vai averiguar uma denúncia de maio do ano passado, quando Adail estava em campanha para retornar à Prefeitura de Coari. Uma moradora do bairro Santa Efigênia registrou um boletim de ocorrência na delegacia do município comunicando que a filha dela, de 12 anos, vinha sendo aliciada pela prima, também menor, que queria levar a garota para ficar com o prefeito.
Comissão dá início aos depoimentos
Nesta segunda (8), a CPI começou a ouvir as pessoas que teriam envolvimento com a exploração sexual de crianças no município, segundo a denúncia que chegou até à Câmara dos Deputados. Além de Adail, a comissão vai ouvir parentes das vítimas, assessores e secretários de Adail.
O advogado Rodrigo Porto esteve no campus da Ufam para informar à presidente da CPI que Adail, em outro momento, estará à disposição para prestar esclarecimentos sobre a denúncia. Rodrigo Porto ressaltou que o cliente dele é inocente.
Segurança
A Polícia Militar estima que 3,5 mil pessoas foram para a frente do prédio da Ufam, em Coari. Setenta PMs fizeram a segurança do local. Quatro agentes da PF, acompanharam as deputadas federais Erika Kokay e Lilian Sá, presidente e relatora da CPI, respectivamente. O deputado estadual Luiz Castro participa da diligência. “Não foi a oposição que fez encaminhamento para a CPI. Foi eu, que nem participei da eleição no município”, disse.