Tráfico de crianças é "mais barato, rentável e seguro" que o de drogas, diz Margarida Durão Barroso




O tráfico e exploração de crianças é atualmente "mais barato, rentável e seguro" que o de drogas e armas, alertou hoje Margarida Durão Barroso, vice-presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas.



"Há um fenómeno preocupante e crescente que é o facto de o tráfico e a exploração de crianças ser, neste momento, mais barato, mais rentável e mais seguro que o tráfico tradicional de drogas e armas", afirmou à margem de uma conferência sobre crianças desaparecidas que decorreu hoje em Matosinhos.

Margarida Durão Barroso disse mesmo que "é mais seguro" e "menos sujeito a investigação policial", uma vez que "a polícia está muito mais virada para a investigação de tráfico de armas e drogas" e "distraída para o tráfico e exploração sexual e pornografia infantil".

"Portanto, as máfias internacionais estão a investir muito mais e a virarem-se mais para o tráfico e exploração sexual de crianças", destacou.

Para combater este problema, defendeu que tem de ser desenvolvido "um conjunto de estratégias muito bem pensadas e delineadas", assinalando que "o Centro Internacional de Crianças Desaparecidas e a Federação Europeia têm estado a trabalhar continuamente e em conjunto para atacar este problema".

Em Portugal, lamentou, "uma das dificuldades na investigação é que as diferentes polícias (PSP, GNR e PJ) têm todas capacidades de investigar e não há uma obrigatoriedade de reportar à PJ todos os casos de desaparecimento".

"Como não existe obrigatoriedade de reportar, os números que existem não são fiáveis", sublinhou, acrescentando, contudo, que existe internacionalmente a "clara perceção de que todos os números existentes estão aquém da realidade que é muito mais extensa do que aquela que os números revelam".

Para Derek Foster, responsável pela investigação internacional de desaparecidos e reformado da polícia inglesa, "cada país precisa de encontrar a sua solução", para lidar com a situação que "será sempre multi-institucional".

O antigo chefe forense defendeu que qualquer participação de desaparecimento deve ser avaliada, ainda que a mesma tenha sido "por livre vontade" do desaparecido - o que sucede maioritariamente entre os 12 e os 18 anos de idade -, uma vez que "existe sempre um risco".

"Há que fazer uma avaliação para perceber o grau de perigo e atuar de acordo", desenvolvendo uma estratégia da qual faz parte a recolha imediata de ADN, impressões digitais, conversas na internet e aparelhos tecnológicos.

Lusa

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