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Dados divulgados pela Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência (Pró-Vítima) indicam que o abuso sexual infantil corresponde a um em cada três casos registrados no local neste ano. Um dos pontos que chamaram a atenção de especialistas do órgão é o aumento do número de denúncias feito por professores e pelas próprias crianças, por meio da escola, relatando esse tipo de crime.
De 1º de janeiro ao último dia 10 de maio, 61 casos de vítimas de violências diversas foram registrados para atendimento na Pró-Vítima, dos quais 22 (mais de um terço) foram de crianças que sofreram alguma forma de abuso sexual.
Como parte dos eventos do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (amanhã), a Pró-Vítima promoveu ontem à noite, no auditório da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), a mobilização de vários órgãos, governamentais e não governamentais.
O Distrito Federal foi a terceira unidade da Federação com maior número de denúncias de abuso e exploração sexual infantil do Brasil em 2011, segundo dados do Disque 100, telefone de denúncia da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
No entanto, segundo a psicóloga do Pró-Vítima, Marcia Schreiner, os atendimentos deste ano envolvem maior gravidade. “Observamos que a maioria dos casos têm sido muito mais intensos, têm ficado cada vez mais agressivos e violentos”, informa a profissional, que atua diretamente na busca de punição dos responsáveis. “Ainda assim, há muitos casos em que a família continua barrando a denúncia para a polícia, o que leva a risco da continuidade dos casos”, acrescenta.
Ainda segundo ela, algumas famílias não denunciam por motivos morais, outras por questões sociais e do sentimento negativo envolvido na situação, e ainda na intenção de proteger os filhos. Muitos parentes, porém, segundo a psicóloga, não fazem a denúncia por acharem que o ato foi leve, e não se repetirá. E aí pode morar o erro, levando outras crianças a se tornarem vítimas.
Foi o caso de Eduarda (nome fictício), mãe de uma vítima de abusos. Ela decidiu não denunciar o padrasto da própria filha por acreditar que, por ele não ter abusado da menina com maior gravidade, o fato pode ter sido isolado. “Acho que no caso dele foi um momento de deslize mesmo. Acabei descobrindo que ele também foi abusado quando criança”, disse a mãe. O caso da filha de Eduarda chama a atenção pelas situações de que a menina foi vítima, desde os sete anos de idade.
A mãe, que ainda tenta se recuperar do drama vivido em sua família, explica que certa vez mostrou à filha um panfleto que explicava o crime de abuso, para que a menina ficasse alerta. “Mostrei isso a ela, caso algum homem tentasse qualquer coisa. O que não esperávamos é que uma menina tentasse, e foi o que aconteceu quando uma adolescente chegou a abusar dela. Nunca esperamos que algo assim pudesse acontecer. Pior, no entanto, foi quando o padrasto também praticou o ato”.
Segundo a mãe, até hoje a filha a sofre sérias dificuldades escolares e de socialização. No entanto, graças ao tratamento adequado, várias dessas situações vêm sendo superadas.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
Autor: Vinculado ao jornaldebrasilia






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