À primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos de crianças parece inocente.Mas na realidade elas são um código para as suas experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até ao sexo propriamente dito.
Poderia confundir-se com mais uma daquelas modas que pega, uma vez que é usado por milhares em várias escolas primárias e preparatórias no Reino Unido e custam apenas uns centavos em qualquer banca ao virar da esquina.
Mas as diferentes cores das ditas pulseiras de plástico – preto, azul, vermelho, cor-de-rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado – mostra até que ponto os jovens estão dispostos a ir, se proporcionar, desde dar um beijo até fazer sexo.
Andam uns atrás dos outros nos recreios das escolas, na tentativa de rebentar uma das pulseiras. Quem a usava terá de “oferecer” o ato físico a que corresponde à cor. É o “último grito” do comportamento promíscuo que sugere, cada vez mais, que a inocência da infância pertence a um passado distante.
Quase tão chocante como as “festas arco-íris” – encontros com muito álcool e droga à mistura, em que as meninas usam batons de cores diferentes para deixar a “marca” nos rapazes após o sexo oral -, as “pulseiras do sexo”, que custam apenas um euro (um pacote com várias), têm um custo maior que foge ao alcance de muitos pais.
Em visitas feitas a algumas escolas do município de Lucas do Rio Verde, ficou constado que o uso das pulseiras por parte dos jovens é comum, e quando alguns são questionados se sabem o verdadeiro significado das tais pulseiras, espantosamente respondem que sabem sim, e estão as usando por tal motivo. Já quando perguntados sobre a idade, cerca de 80% tem entre 13 á 15 anos, ou seja, jovens que em uma grande maioria tem orientação das escolas e dos pais, mas que mesmo assim teimam em participar da “brincadeira”, taxada assim por muitos.
Estivemos na Escola Estadual Manoel Soares Campos na cidade de Claudia interior de MT para conversar com os adolescentes sobre o assunto. A grande maioria diz conhecer a brincadeira chamada “snap” que vem do inglês e significa arrebentar, e o significado das cores que vão desde um abraço até o ato sexual propriamente dito.
Em uma conversa franca os adolescentes dizem que é apenas uma brincadeira, e que não é qualquer pessoa que pode chegar e puxar a pulseira de seu braço “é uma questão de intimidade (...) se você der liberdade é claro que irão se aproveitar” disse uma jovem. Durante a reportagem nos deparamos com inúmeros alunos usando a tal pulseira, não há uma diferenciação entre meninos e meninas, todos usam normalmente. “É apenas um acessório, não é porque eu uso uma pulseira que terei que fazer sexo com alguém, vai da cabeça de cada um” disse outra aluna.O ponto a ser tratado não é o jogo, por trás dele existe um problema maior, a forma como a sexualidade está sendo tratada pela juventude, a individualidade passa a não existir.
Proibição
O projeto de autoria vereador Toninho do Gloria, líder da bancada do (PV), foi aprovado por unanimidade e proíbe o uso das pulseiras coloridas nas escolas das redes municipal, estadual e particulares como também a comercialização destes acessórios na cidade. A matéria prevê ainda a realização de reuniões com os pais e professores das respectivas escolas para esclarecimento da medida e orientação sobre o tema. Além da simples proibição do uso, fica proibida a venda no comércio formal e informal da cidade.
O uso do acessório que é barato e fácil de ser encontrado em lojas e camelôs, virou mania entre a garotada. As pulseiras, além de incremntar o visual das jovens, fariam parte de uma "brincadeira" com conotação sexual. As "regras" circulam na internet em vários sites que explicam como funciona o jogo: uma menina coloca diversas pulseiras de silicone coloridas no braço e um jovem tenta arrebentar um dos adereços. Cada cor representa um algo, de um abraço ao sexo, e dependendo da pulseira arrebentada, a menina terá que pagar a “prenda”.
Crimes relacionados
Em Londrina, de acordo com relatos da mãe da vítima, a jovem teria sido abordada por quatro jovens na saida da escola, às 12h do dia 15 de março, que arrancaram as pulseiras que a adolescente utilizava em seu braço e pela cor do adereço, ela teria que pagar uma prenda aos jovens. E a menina foi levada à casa de um dos rapazes onde ocorreu o estupro. Em Manaus, o assassinato de duas adolescentes também podem ter relação com as pulseiras. A polícia investiga se as mortes estão ligados ao uso dos adereços.
O registro de casos de abusos de crianças e adolescentes nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande aumentam gradativamente. Somente nos dois primeiros meses de 2010, 60 novos casos de pedofilia foram registrados nas duas maiores cidades do Estado. O Conselho Tutelar registro cerca de 1000 casos de violência contra crianças e adolescentes.
O número já se aproxima do total registrado em todo o ano de 2009. Nos doze meses do ano passado, 79 casos estarrecedores de abuso de menores de 14 anos foram registrados. Em comparação com 2008, quando foram registrados apenas 19 casos, o crescimento superou 300%.
Cada registro é um verdadeiro “caso de terror” relatado pelas vítimas deste tipo de abuso. Em mais de 80% dos registros, as atrocidades são cometidas por pessoas próximas as vítimas, como parentes ou vizinhos.
“Era de manhã quando brincava pela casa, subi no primeiro andar, meu irmão (nove anos mais velho) estava deitado na cama, me chamou e pediu para que eu espremesse espinhas que ele tinha nas costas. Ele estava de short e sem camisa. Espremi duas ou três espinhas meio sem jeito e ele me pediu para fazer o mesmo em mim. Disse-lhe que não tinha nenhuma e ele me pediu para ver, insistindo. Eu permiti. Percebi que rapidamente ele desceu a mão e alisou por entre as minhas pernas. Eu me assustei e corri, enquanto ele dizia: ‘Peraí, peraí, vem cá!’. Desci os degraus mais que depressa e quando cheguei embaixo, minha irmã (seis anos mais velha) estava entrando em casa. Eu resolvi que ia contar tudo a ela. Não consegui, as pernas tremeram, esbarrei em minha timidez, fiquei com medo de que achasse que eu o tinha provocado. Tive medo! Foi aí que começou meu inferno que dura até hoje", relatou uma das vítimas em denúncia.
A ONG MT Contra a Pedofilia explica que os casos de abusos sexual contra criança e adolescente deve ser muito maior do que os registros. Segundo a direção da ONG entre 5% e 10% dos abusos são denunciados as autoridades policiais.
Em Mato Grosso a movimento “MT Contra a Pedofilia” atua como um braço da CPI da Pedofilia no Senado Federal. Segundo a direção da ONG, existem muitos tabus a serem quebrados para a conscientização das crianças para denunciar o abuso sofrido, como a implantação da disciplina de educação sexual nas escolas. “Só assim nossas crianças estarão preparadas para quando forem abordadas por pedófilos”, diz o coordenador do ONG, vereador de Várzea Grande, Toninho do Glória (PV).
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Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
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