Cena vulgar, palavrão em plenário e interferência de Abílio reacendem fantasma da “Casa dos Horrores” na Câmara de Cuiabá

 

Na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá, realizada na terça-feira, um episódio expôs de forma preocupante o nível de desrespeito institucional que vem marcando parte do parlamento. A vereadora Baixinha Giraldelli, em meio a discussões de rotina, pediu a palavra e disparou que havia “putaria” no plenário — um vocabulário impróprio para um espaço que deveria ser símbolo de civilidade e debate qualificado. O fato ocorre poucos dias depois de a parlamentar ter protagonizado outra cena controversa: foi carregada no colo pelo prefeito Abílio Brunini durante comemorações de aniversário, um gesto que extrapola a liturgia republicana e reforça a imagem de um legislativo frágil diante do poder executivo.

A situação revela um problema maior: a frouxidão da atual presidência da Câmara, comandada pela vereadora Paula Calil, que não tem contido arroubos verbais, comportamentos incompatíveis com a função pública e nem a interferência direta do prefeito nos ritos da Casa. Ao permitir que o plenário se transforme em palco de atitudes caricatas e desrespeitosas, a presidência ajuda a ressuscitar o estigma de “casa dos horrores” — apelido que marcou um período cinzento da história do legislativo cuiabano e que parecia superado.

Ser popular não significa ser mal-educado, bizarro ou desprovido de noção institucional. Ao contrário: quanto mais próxima do povo, mais uma vereadora deveria entender o peso da representação que exerce. Quando o Executivo avança sobre a independência do Legislativo e a presidência não reage, mina-se a credibilidade da Câmara e compromete-se a democracia local. O episódio vai além de folclore político: revela um parlamento vulnerável, permissivo e que troca relevância social por entretenimento tosco — um preço alto demais para a imagem da cidade e para a confiança da população em seus representantes.

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