Empresária é condenada a 18 anos de prisão por encomendar assassinato do marido em Cuiabá

 

Julgamento terminou na madrugada desta terça-feira. Vítima tinha 37 anos e foi assassinado a tiros em agosto de 2020 [Foto – Reprodução/ TVCA]

A empresária Ana Cláudia Flor, acusada de mandar matar o marido Toni Flor em 11de agosto de 2020, foi condenada a 18 anos de prisão por homicídio qualificado pelo Tribunal do Júri, em Cuiabá, nesta segunda-feira (17). Ela não poderá recorrer em liberdade. O julgamento começou pela manhã e terminou na madrugada desta terça-feira.

A vítima, que tinha 37 anos e era empresário, foi morto a tiros quando chegava na academia da qual era proprietário, no bairro Santa Marta, na capital. Durante as investigações, a mulher dele confessou ter pago R$ 60 mil para que os atiradores o matassem.

Segundo a polícia, o interesse na herança da vítima e a tentativa de esconder outros relacionamentos teriam motivado o crime, cometido por três homens.

De acordo com os promotores de Justiça que atuaram no júri, Samuel Frungillo e Antonio Sérgio Cordeiro Piedade, as teses defendidas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso foram acolhidas pelo Tribunal do Júri. Os jurados entenderam que o crime foi cometido com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante paga ou promessa de recompensa.

A tese defendida pela defesa, por sua vez, que pediu a absolvição por inexigibilidade de conduta diversa ou homicídio privilegiado, não prosperou. O homicídio privilegiado ocorre quando o agente comete o crime impelido de importante valor social e moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.

Julgamento

Em depoimento no júri, Ana Cláudia disse que não teve relacionamentos extraconjugais e que o casal brigava muito porque Toni tinha ciúmes. “Eu tive uma briga muito feia com o Toni e ele foi dormir em um hotel. Quando eu estava dormindo, ele entrou na janela, tirou uma foto de mim dormindo e me mandou. Ele já fez isso outras vezes”, disse.

Disse ainda que era humilhada pelo marido e que procurou os executores porque tinha medo. Ana admitiu que conversou com uma amiga, uma manicure, dizendo que isso tinha que acabar e essa amiga disse que ia falar com umas pessoas.

Segundo Ana, após alguns dias um homem, identificado como Igor Esppinosa, passou a ligar pra ela, questionando os motivos da proposta de assassinato. Ela teria então alegado que era vítima de violência doméstica. “Ele perguntou o motivo e falou que ia ver. Falei para ele que era agressão física, violência doméstica. Dois dias depois ele me ligou e disse que seria R$ 60 mil”, disse.

A mulher disse que não tinha esse valor e que já estava se reconciliando com Toni. Em depoimento, ela contou que não deu a ordem de matar o empresário e que ela só soube que o autor foi o Igor, depois que ele ligou para cobrar o pagamento.

“Eu paguei em novembro, mediante ameaça. Dei R$ 30 mil em novembro e R$ 30 mil em fevereiro de 2021. Eu fiz um empréstimo para pagar o restante porque não teria condições de pagar. O Igor me procurou só um mês depois do assassinato”, disse.

Consta nos autos, que Ana Claudia comparecia constantemente na Delegacia de Homicídios da Capital solicitando providências da autoridade policial. Chegou, inclusive, a organizar uma carreata, denominada “carreata da Saudade” para cobrar justiça.

O casal estava junto há 15 anos e tinham três filhas. Ana Flor está presa na Penitenciária Feminina “Ana Maria do Couto May”, na capital, desde 19 de agosto do ano passado. Igor Espinosa, Wellington Honoria Albino, Dieliton Mota da Silva, Sandro Lucio e Ediane Aparecida da Cruz Silva também serão submetidos ao Tribunal do Júri pelo crime

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