EUZIANY TEODORO
Da Redação
Fabíola Cássia Garcia Nunes, mulher que teve a casa invadida em uma ação do delegado da Polícia Civil, Bruno França, em um caso de grande repercussão em 2022, no condomínio de luxo Florais dos Lagos, em Cuiabá, foi condenada por perseguir e ameaçar o enteado do policial, motivo pelo qual ele teria agido naquela ocasião.
A denúncia foi feita pelo avô do menino, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Joaquim, em outubro de 2022. De acordo com os autos, a mulher perseguiu o garoto constantemente, por meses, xingando e fazendo ameaças.
Na ocasião do boletim de ocorrência, Fabiola teria abordado o garoto na quadra esportiva do condomínio e passou a ofendê-lo, chamando de “covarde”, “p.. no c..”, proferindo ameaças e expondo o adolescente ao ridículo, na frente de outras pessoas que estavam no local. O avô pediu uma medida protetiva ao menino e a Justiça concedeu.
A mulher alegou que o conflito teve início após a vítima e o filho dela terem brigado no condomínio, inclusive com agressões físicas. A partir daí, ela passou a persegui-lo. Ela também teria denegrido a imagem do garoto em uma escolinha de futebol que ele frequentava, dizendo ao treinador que “não era bom ter alguém como ele” no local.
Outros dois adolescentes também prestaram depoimentos e disseram que também foram vítimas das ofensas e perseguições.
Os crimes cometidos por Fabíola foram praticados no âmbito da violência doméstica contra a criança/adolescente. Assim, a decisão, assinada em 2 de setembro, é da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá.
Na decisão, a juíza Ana Graziela enquadrou os crimes à prática de "stalking", quando se "persegue alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade".
"Ficou comprovado que a ré, após tomar conhecimento de suposta agressão sofrida por seu filho — em tese praticada pela vítima e por amigos desta — passou a persegui-la, aproveitando-se do fato de residirem no mesmo condomínio e aproximando-se da vítima e dirigindo-lhe palavras de baixo calão, além de proferir ameaças, com a finalidade de intimidá-la", escreveu a magistrada.
Fabiola foi condenada a 9 meses de prisão, que serão cumpridos em regime aberto. Além da prisão, a mulher foi condenada ao pagamento de 15 dias-multa, calculados com base em 1/30 do maior salário mínimo vigente à época dos fatos.
Invasão no Florais
O caso ganhou forte repercussão quando o delegado Bruno França, padrasto do menor perseguido por Fabíola, invadiu a casa dela arrombando a porta, armado e na companhia de outros três policiais.
Vídeo da invasão foi divulgado, inclusive, em rede nacional. França alegou que estava defendendo seu enteado, justamente no dia em que a mulher teria abordado o garoto na quadra de esportes, o xingando e ameaçando.
Pela invasão, Bruno França ficou 90 dias afastado das funções e respondeu a Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Hoje, ele atua na Delegacia de Sorriso.







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