Instituto Jaiminho descarta livros e gera questionamento

Diretora da entidade alega que material não era mais aprovado pelo MEC e não poderia ser doado

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Livros didáticos descartados pelo Instituto Jaiminho, jogados no lixo, em Várzea Grande
LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Livros didáticos jogados no lixo chamaram a atenção de quem passava pelo Instituto Jaiminho, localizado no bairro Água Limpa, em Várzea Grande, nesta semana.

Em denúncia enviada ao site, uma leitora, que pediu para não ser identificada, reclamou do descarte do material, que estaria em bom estado de conservação – alguns até mesmo lacrados –, e que poderia ser doados à outras instituições de ensino. A instituição é privada, bancada pela família Campos.

A denunciante reclama que, há anos, tenta matricular seu filho na entidade, considerada por muitos uma referência em educação e cultura, mas que nunca encontra vagas. Ela se deparou com uma situação que classificou como “vexaminosa” ao ver várias caixas de livro na lixeira.

“Sempre quando tento, me falam que todo o material é destinado para um número exato de vagas. Compreendia a situação, até hoje. Quando ia passando pela instituição, havia várias caixas de livros na lixeira da rua, esperando o lixeiro recolher. Fiquei aterrorizada com tanto descaso. Estes livros poderiam ser reutilizados por pessoas mais necessitadas. Vários locais mais pobres, com certeza, necessitam destes materiais", disse.

A denunciante ainda reclama que os livros, após não terem mais serventia, deveriam ser enviados a empresas de reciclagem, para serem reaproveitados, e não misturados ao lixo comum.

Outro lado

A diretora do Instituto Jaiminho, Michelle Campos Soares, afirmou ao MidiaNews, por telefone, que os materiais didáticos apenas foram descartados porque não mais atendiam às normativas do Ministério da Educação.

“Eles não eram mais aprovados pelo MEC e, se eu doasse para alguém, não estaria sendo ética. A gente emprega Educação de qualidade, e vamos doar livros com palavras e textos errados?”, justificou.

Ela ainda alegou que não há empresas de reciclagem em Várzea Grande, para onde os livros pudessem ser destinados.

Michelle disse se sentir triste com a situação, afirmando que a entidade nunca se envolveu com política e que se trata de um projeto particular, dando a entender que a denúncia seria oportunista, devido ao período eleitoral.

Vale lembrar que os patronos da entidade são o senador Jayme Campos (DEM) e sua esposa, a candidata à Prefeitura de Várzea Grande, Lucimar Sacre de Campos (DEM).

O Instituto

O Instituto Jaiminho completa seis anos em agosto deste ano, segundo a diretora, e atende, atualmente, a 80 crianças.

Michelle ressaltou que há uma lista de 1,5 mil nomes no cadastro reserva, aguardando surgir uma vaga na entidade. São avaliados, como critérios de escolha dos alunos, a idade e a necessidade familiar.

O nome é uma homenagem a Jayme Veríssimo de Campos Júnior, filho senador do DEM, morto em acidente automobilístico, na Capital, em 2004.

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