Foram quatro anos de economia até que Amanda Sampaio, a candidata transexual da segunda edição do Miss Bumbum, juntasse os US$ 7 mil para fazer a operação de mudança de sexo em Bangoc, na Tailândia, em 2007.
Nesse período, Amanda – que posou para o EGO no Club Hotel Cambridge, na região central de São Paulo – conta que trabalhou como cabeleireira e até fez programas para conseguir odinheiro. “Não passei dificuldade porque minha mãe me ajudou. Se soubesse (como era boa a sensação pós-cirurgia), tinha feito a operação antes”, diz ela que hoje trabalha como gogo girl em uma casa noturna e é gerente de outra, ambas na capital paulista.
Em maio de 2010, ela adotou oficialmente o nome de Amanda Sampaio. O nome masculino que constava em sua certidão de nascimento, com jeitinho, a transex se recusa a falar.
Ela, que nasceu em Itaberaba, na Bahia, conta que sempre soube que era diferente. Com cerca de 5 anos, idade em que os meninos estão às voltas com bolas e carrinhos, ela brincava de boneca e de casinha e só tinha amiguinhas. “Quando minhamãeestava grávida de mim, queria muito uma menina. Tive a alegria de dar a ela a menina que ela queria”, diz Amanda, que é a caçula de uma família com mais dois irmãos e uma irmã.
Ela, que nasceu em Itaberaba
Com 15 anos, ela diz que tinha vergonha de ver seu pênis no espelho. “Eu não me via naquele corpo”, fala Amanda, que namora há dois anos um personal trainer.
De olho no título e na fama que o concurso – que acontece em novembro em São Paulo – pode proporcionar, Amanda revela que começou a pegar mais pesado na malhação nos últimos três meses. “Tenho malhado quatro vezes por semana, por uma hora e meia. Fazendo muitos exercícios para o bumbum”, fala ela, acrescentando que também se submete a sessões de drenagem linfática.
Louca por refrigerante, ela também cortou o item de seu cardápio. “Eu era viciada. Morro de vontade, mas não tomo”, frisa, com força de vontade.
A transex assume que, além de cuidar do corpo, também está pronta para enfrentar as críticas das outras candidatas. “Já vieram falar que não é justo eu concorrer, porque não tenho celulite”, diz Amanda, fazendo referência ao senso comum de que homens, em geral, não sofrem deste mal. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o homem pode até ter celulite, mas é mais raro, pois o problema está fortemente relacionado ao hormônio estrogênio, presente em maior quantidade nas mulheres, e que Amanda tem de tomar periodicamente.
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