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Senador Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e 5 abstenções. Voto foi secreto.
Ele foi acusado de usar mandato para favorecer bicheiro Carlos Cachoeira.

Iara Lemos e Fabiano CostaDo G1, em Brasília
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Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve seu mandato de senador cassado nesta quarta-feira (11) pelo plenário do Senado em razão de sua ligação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em votação secreta, Demóstenes foi o segundo senador cassado na história do Senado com 56 votos favoráveis - Luiz Estevão foi cassado em 2000. Apenas 19 dos 80 senadores presentes votaram pela manutenção do mandato do senador. Foram cinco abstenções.
O senador Demóstenes Torres com seu advogado no plenário do Senado (Foto: Agência Senado)O senador Demóstenes Torres com seu advogado
no plenário do Senado (Foto: Agência Senado)
Para se confirmar a perda do cargo, aprovada anteriormente por unimidade no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça, seriam necessários, no mínimo, 41 votos de senadores. O único senador ausente na sessão foi Clovis Fecury (DEM-MA), que está de licença desde o dia 6 de julho.
Com a cassação aprovada, Demóstenes Torres tem seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim do mandato parlamentar, que se encerraria em 2019. Com isso, Demóstenes só poderá voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando tiver 66 anos.
Em tese, ele poderia questionar a cassação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda nesta terça (10), antes da decisão, o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, descartou uma apelação na Justiça. "Não vamos recorrer. A decisão do plenário é soberana. Não há como fazer qualquer tipo de recursos. Só nos cabe aceitar a decisão", disse o advogado.
Com a perda do mandato, Demóstenes também perde o foro privilegiado e deixa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, onde é alvo de inquérito. Como é procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás licenciado, Demóstenes passa a ter como foro o Tribunal de Justiça de Goiás.
O senador cassado foi acusado de quebra de decoro parlamentar por suspeita de ter utilizado o mandato parlamentar para auxiliar nos negócios do contraventor, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro durante a Operação Monte Carlo sob acusação de explorar jogos ilegais e corrupção.
Poucos dias após a prisão, surgiram notícias do envolvimento de Carlinhos Cachoeira com Demóstenes Torres.
Eu fui perseguido como um cão sarnento. Tudo o que aconteceu na minha vida e o que não aconteceu veio a público. Mandaram jornalistas para todo lugar de Goiás e do Brasil. Por que não apareceu meu nome em desvios? Eu fui investigado como ninguém no Brasil."
Demóstenes Torres, durante discurso no plenário do Senado
'Bode expiatório' e 'cão sarnento'
Demóstenes chegou ao plenário nesta quarta para sessão que votaria sua cassação antes dos colegas e permaneceu sentado durante os discursos. Antes da votação, voltou a negar ter favorecido o bicheiro e disse que foi um "bode expiatório" e "perseguido como um cão sarnento".
"Eu fui perseguido como um cão sarnento. Tudo o que aconteceu na minha vida e o que não aconteceu veio a público. Mandaram jornalistas para todo lugar de Goiás e do Brasil. Por que não apareceu meu nome em desvios? Eu fui investigado como ninguém no Brasil. E não apareceu nada, nada, nada. Aí começaram a inventar", disse Demóstenes.
Apesar da votação secreta, a sessão, que começou às 10h11, foi aberta e as galerias do plenário já estavam repletas de pessoas convidadas por partidos, que receberam 100 senhas para assistir de perto.
Relembre o caso
No começo de março, a primeira denúncia indicava que Demóstenes havia recebido uma cozinha de presente do contraventor. No mesmo mês foram revelados indícios de que o então senador vazava informações do Congresso para Cachoeira. Depois disso, surgiram novas suspeitas de tráfico de influência em diversos órgãos federais. Em abril, Demóstenes deixou seu partido, o DEM, e passou a ser alvo de processo no Conselho de Ética.
Desde o início das denúncias, ele alegou que sua relação com Cachoeira, revelada em gravações da Polícia Federal, se limitaria à amizade e que não sabia de qualquer atividade ilegal. Em discursos e na defesa escrita, Demóstenes alegou que as inteceptações eram ilegais, por não terem sido autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), questionou a interpretação dada sobre os diálogos com Cachoeira e se disse vítima de perseguição política e da opinião pública.
Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares"
Pedro Taques, senador
Discursos na sessão
A representação que pediu a cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar foi de autoria do PSOL. Em nome do partido, o senador Randofe Rodrigues (AP) usou a tribuna por 30 minutos para afirmar que o senador quebrou o decoro e defender a cassação.
Randolfe afirmou que as gravações feitas pela Polícia Federal entre Demóstenes e Cachoeira deixam claro que as relações entre o senador e o contraventor não eram apenas pessoais. "O que está em jogo é um sinal para milhões de brasileiros sobre a credibuliade de uma instituição", afirmou. "O diálogo mostra claramente o nível de relação entre Cachoeira e o representado [...] Muitas são as provas que mostram a conduta incompatível com o decoro parlamentar."
Antes de Randolfe, o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo no Conselho de Ética, afirmou que Demóstenes mentiu aos parlamentares ao negar sua relação com o contraventor.
"Vossa Excelência disse aqui que não sabia dos afazeres ocultos de Carlos Cachoeira. É muito difícil acreditar. Como poderia não saber das atividades criminosas? [...] Que amigo é este que não procura saber por que o amigo havia sido indiciado por seis crimes. Portanto, me perdoe, mas Vossa Excelência faltou com a verdade", disse o relator.
Quem também defendeu a cassação do mandato durante a sessão foi o senador Pedro Taques (PDT-MT), relator de processo contra Demóstenes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo ele, Demóstenes "feriu de morte a dignidade do cargo".
"Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares", disse no discurso.
Histórico de cassações
Antes de Demóstenes, apenas um senador teve o mandato cassado: Luiz Estevão, então no PMDB-DF, perdeu o mandato sob a acusação de ter mentido no Senado ao negar envolvimento no desvio de R$ 169 milhões nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
A cassação ocorreu no dia 28 de junho de 2000, com 52 votos a favor da cassação, 18 contra e dez abstenções. Além do mandato, Luiz Estevão perdeu os direitos políticos até 2014.
No ano seguinte, Antonio Carlos Magalhães, então no PFL-BA, renunciaria ao mandato antes da votação de um processo de cassação, motivado pela revelação de que obteve a relação dos votos da cassação de Luiz Estevão. O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, então no PSDB-DF e líder do governo, também renunciou, sob suspeita de ter fornecido a lista. Ambos foram eleitos novamente em 2002, ACM para o Senado e Arruda para a Câmara.
Ainda em 2001, Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou, também para evitar a perda de direitos políticos. Na época, ele presidia o Senado e era acusado de desvios no Banco do Estado do Pará, fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e venda de títulos da dívida agrária.
O processo mais recente de ameaça de cassação ocorreu em 2007, quando o então presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) foi acusado de ter as contas pessoais pagas por um lobista. Na época, ele renunciou à presidência do Senado e escapou da cassação.

Senado cassa o mandato de Demóstenes Torres

O Senador Demóstenes Torres foi cassado por envolvimento com Carlos Cachoeira.
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve nesta quinta-feira (11) o mandato cassado por 56 votos a favor, 19 contra e 5 abstenções.
Ele se tornou o segundo parlamentar, em 188 anos de história, a ser excluído da Casa pelos próprios colegas.
Um dos principais líderes da chamada “bancada ética” do Senado, Demóstenes foi flagrado em escutas pela Polícia Federal em situações que sugerem o uso do cargo em benefício do suposto esquema criminoso comandado por Carlinhos Cachoeira.
Além disso, é acusado de ter mentido em plenário quando disse que somente mantinha relação de amizade com o empresário.
Em sua última tentativa de se manter no cargo, Demóstenes apelou aos senadores: “Quem cassa senador é senador e não a imprensa. Por favor, me deem oportunidade de provar que sou inocente. Não acabem com a minha vida.”
Com a renúncia, o empresário Wilder Pedro de Morais deve assumir o cargo. Ele é o atual secretário de Infraestrutura de Goiás e ex-marido de Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira. Morais é citado pelo empresário em conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal como alguém próximo.
Oitenta senadores acompanharam a sessão, um quorum raro nas sessões do Senado. Apenas o senador Clovis Fecury (DEM-MA) não compareceu. Ele está de licença para tratar de assuntos pessoais.
Até hoje o Senado só havia cassado o mandato de Luiz Estevão (DF), em 2000, no escândalo de desvio de recursos das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
O ex-líder do DEM ficará inelegível até 2027 (oito após o término da legislatura para o qual foi eleito), quando terá 66 anos.
A votação que levou a perda do mandato de Demóstenes foi secreta e os senadores foram proibidos de revelar o voto.
DISCURSOS
Na sessão que definiu a cassação de Demóstenes, senadores afirmaram que a decisão representa a moralidade da instituição.
Mesmo afirmando que vivem um “momento triste” por julgar um colega, os parlamentares afirmaram que a conduta ética de um senador deve nortear o seu mandato.
“Hoje é um dia de moralidade, sim. Mas o país sabe que aqui não tem moralidade. O Brasil inteiro sabe que não existe Senado, que não existe Câmara neste país. E deve estar dizendo: me engana, que eu gosto”, disse o senador Mário Couto (PSDB-PA).
O tucano fez os ataques mais duros a Demóstenes ao afirmar que a voz nas gravações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, é do parlamentar. E que sua conduta frustrou os colegas senadores.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse que é muito difícil julgar um senador que recebeu dois milhões de votos e chegou a ser apontado como “um dos mais influentes” do país que “gozava de elevada reputação e credibilidade”.
Mas cobrou que a Casa dê respostas às acusações. “Não basta ser inteligente, é preciso ter predisposição de caráter.”
Com elogios à conduta de Demóstenes no passado, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) pediu que a Casa tenha como base o julgamento do Conselho de Ética, que pediu a cassação de Demóstenes – do qual é presidente.
“Homem da estirpe intelectual, um dos mais competentes que já teve esta Casa, o senador Demóstenes. No entanto, as decisões que tomamos nos fatos têm que guardar harmonia com o que consideramos justos ou moralmente corretos.”
Folha Online

Foram 56 votos a favor da cassação, 19 votos contra, 5 abstenções e 1 ausência. Eram necessários 41 votos para que a cassação fosse aprovada.

O Senado cassou nesta quarta-feira (11) o mandato de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO, atualmente sem partido) por quebra de decoro parlamentar. A cassação veio pouco mais de quatro meses após a prisão do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em uma operação da Polícia Federal que investigou as relações do bicheiro com vários políticos, policiais e empresários.

Foram 56 votos a favor da cassação, 19 votos contra, 5 abstenções e 1 ausência. Eram necessários 41 votos para que a cassação fosse aprovada.

A sessão do Senado que cassou o mandato de Demóstenes começou às 10h10 e durou pouco mais de três horas.

Com a cassação, o ex-líder do DEM fica inelegível até 2027 (oito anos após o fim da legislatura para o qual foi eleito), quando terá 66 anos. Além disso, ele perde o foro privilegiado e seu processo poderá deixar de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal para ser julgado apenas pela Justiça Federal de Goiás.

A trajetória do então senador era marcada por críticas pesadas a políticos desonestos. Demóstenes era um dos primeiros parlamentares a criticar a falta de ética de colegas e de membros do governo.

Sobre Renan Calheiros, por exemplo, o goiano disse: "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", criticando o colega acusado de cometer irregularidades em 2007.

Nem seu próprios companheiros de partido eram poupados. "Defendo sempre a expulsão sumária", disse o então senador Demóstenes Torres sobre o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envolvido em 2009 no escândalo do mensalão do DEM.
Fonte: FolhaPress

Ex senador Demóstenes Torres Demóstenes Torres é o segundo senador cassado na história; entenda o casoCOMENTE

BBC
Quatro meses após a eclosão das denúncias de corrupção contra o empresário Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres (sem partido-GO) tornou-se nesta quarta-feira o segundo senador a ser cassado na história e o primeiro congressista a cair por envolvimento com o caso.

Expulso do DEM após ser acusado de interceder por Cachoeira, Demóstenes foi cassado por 56 votos a favor e 19 contra, com cinco abstenções. Demóstenes ficará inelegível até 2023, conforme determina a Lei da Ficha Limpa.

O primeiro senador a ser cassado foi Luiz Estevão, que em 2000 deixou o posto em meio ao escândalo do superfaturamento das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

A BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas sobre as acusações contra Demóstenes e desdobramentos da investigação sobre Cachoeira, empresário acusado de exploração de jogos de azar ilegais.

Quais são as acusações contra o senador?

Demóstenes é acusado de agir no Congresso, no Judiciário e no Executivo em favor do empresário Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar um esquema de corrupção e de exploração de jogos ilegais.

Em troca, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), o senador recebeu R$ 3,1 milhões do grupo do empresário, além de presentes. Demóstenes também é acusado de ter mentido ao Senado quando negou conhecer as atividades ilícitas de Cachoeira.

A PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar a ação do senador, mas o órgão ainda não decidiu sobre o pedido.

Como o envolvimento entre Demóstenes e Cachoeira veio à tona?

Em fevereiro, Cachoeira foi preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, cujo alvo era a exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás. Escutas feitas durante a investigação e divulgadas após a prisão revelaram a proximidade entre Cachoeira e Demóstenes Torres.

As gravações também mostraram ligações do empresário com os governos de Goiás e do Distrito Federal. Como consequência, a PGR pediu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de inquéritos para investigar os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF). O órgão ainda não decidiu sobre o pedido.

Os dois governadores, que negam irregularidades, depuseram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada em abril para investigar a atuação de Cachoeira.

O que Demóstenes diz sobre as denúncias?

O senador diz que não beneficiou Cachoeira e que não recebeu dinheiro dele. Demóstenes afirma que a Polícia Federal fez uma "divulgação seletiva" das gravações de suas conversas com o empresário, de modo a comprometê-lo.

Além disso, segundo ele, as gravações não podem ser usadas contra ele por terem sido feitas sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele diz que a autorização era necessária, já que, por ser senador, tem direito a foro privilegiado.

Ao avaliar demanda do senador, no entanto, o STF decidiu que as escutas foram legais.

A Operação Monte Carlo teve outros desdobramentos?

Sim. A PF estendeu a investigação à ligação de Cachoeira com a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal desde 2009. Cachoeira é acusado de ter feito lobby para que a Delta ganhasse contratos públicos de forma irregular.

No fim de abril, o ex-diretor da Delta, Cláudio Abreu, foi preso sob acusação de pagar propina para que a empresa vencesse licitação no Distrito Federal. Também foi decretada a prisão do ex-diretor da empresa em São Paulo, Heraldo Puccini Neto. Ele está foragido.

Em meio às denúncias, o presidente da Delta, Fernando Cavendish, renunciou ao cargo. Já a empresa foi declarada inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU).

Cavendish é amigo do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A oposição tem insistido para que Cabral também seja convocado à CPI e investigado pela Procuradoria Geral da República, mas por ora os pleitos não avançaram.

Há outros congressistas envolvidos nas investigações sobre Cachoeira?

Sim. Atendendo a pedido da Procuradoria Geral da República, o STF autorizou a abertura de inquéritos contra os deputados federais Carlos Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). Os três são citados nas investigações da PF por envolvimento com Cachoeira.

Os deputados federais Protógenes Queiroz (PC do B-SP) e Rubens Otoni (PT-GO) também foram mencionados nas investigações.

Otoni, Leréia e Sandes Júnior terão seus casos analisados pela Corregedoria da Câmara, que pode recomendar a perda de seus mandatos. Não há prazo para análise dos casos de Queiroz e Nercessian. Todos os deputados negam irregularidades.

Senado aprova cassação de Demóstenes em sessão marcada pelo sentimento de vingança

Olho da rua – Por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, o plenário do Senado Federal, em sessão que começou às 10 horas desta quarta-feira (11), cassou o mandato do senadorDemóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Com a decisão tomada pelo Senado, Demóstenes Torres, a quem cabe o direito de recorrer à Justiça, ficará inelegível por oito anos, podendo disputar nova eleição somente em 2030, uma vez que a suspensão dos direitos políticos passa a valer a partir do fim do mandato em questão.
Encerrada a sessão em que prevaleceu a vingança de muitos senadores situacionistas contra um dos mais ácidos e implacáveis críticos do governo do PT, Demóstenes Torres, que no discurso em sua própria defesa se comparou a um “cão sarnento”, poderá ser julgado também pelo Ministério Público de Goiás, correndo o risco de ser perder o cargo de promotor de Justiça, do qual está licenciado.
Após a apuração dos votos, anunciada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o agora cassado Demóstenes Torres deixou rapidamente o plenário da Casa na companhia do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, seu defensor no processo em que o goiano é acusado de ter usado o mandato parlamentar em benefício de Cachoeira.
Faz-se necessário ressaltar que as provas coletadas durante as investigações que culminaram na Operação Monte Carlo são tecnicamente ilegais, pois à Polícia Federal cabe o dever de solicitar autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar pessoas com a prerrogativa do foro privilegiado, como é o caso dos senadores.
  
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Ex senador Demóstenes Torres cita Cristo e pede que congressistas não ‘lavem as mãos’

O senador Demóstenes Torres (sem partido) apelou para a passagem bíblica que versa sobre o julgamento de Jesus Cristo para pedir que não fosse cassado, durante sessão realizada no Senado Federal, nesta quarta-feira (11). O parlamentar pediu que seus pares não fizessem como Pôncio Pilatos ao lavar as mãos levou Cristo para a cruz. 

Torres afirmou que Pilatos preferia não crucificar Cristo, mas o fez por conta do peso da pressão popular. “Me deixem ser julgado pelo Judiciário”, pediu. E mais tarde voltou a citar Cristo. “Disseram: diga-me com quem andas, que direi quem tu és, e Cristo andava com Judas. Se Cachoeira cometeu crime, cana nele”, argumentou.

“Senhoras e senhores, eu jamais menti aqui. Eu tenho uma conduta parlamentar impecável. Quantas vezes eu procurei um senador ou qualquer ministro para pedir qualquer favor para Carlos cachoeira?”, indagou. 

“Eu não posso ser julgado para dar o exemplo”, solicitou. “O meu tratamento tem que ser isonômico. Me dêem o direito que foi dado a tantos outros, de fazer a minha defesa”, completou. 

Demóstes Torres é acusado de usar seu mandato como senador para beneficiar o contraventor Carlos Cachoeira, preso por comandar um esquema de jogos ilegais no estado de Goiás. 

SENADO CASSA DEMÓSTENES TORRES

O plenário do Senado cassou na tarde desta quarta-feira (11), o Senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). A sessão teve início pouco depois das 10h. O projeto foi aprovado no Conselho de Ética , que entendeu que o parlamentar quebrou o decoro parlamentar ao manter relações estreitas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro acusado de comandar um esquema de exploração de jogos ilegais. Em sua defesa, Demóstenes, agora Ex-Senador, disse em sua defesa que foi um "bode expiatório". Foram 56 votos a favor da cassação e 19 contra. 
Postado por Tadeu Nogueira às 13:2

Demóstenes Torres é cassado pelo Senado

Parlamentar acusado de ligações com Carlinhos Cachoeira ficará inelegível até 2027. Votação terminou 56 a 19 contra senador
Demóstenes Torres teve seu mandato cassado, no início da tarde desta quarta-feira, no plenário do Senado. A votação terminou 56 a 19 a favor da cassação do parlamentar, que ficará inelegível até 2027 Outros seis senadores se abstiveram. Para a cassação, eram necessários 41 votos, ou seja, a maioria da composição do Senado.

A sessão de cassação teve início pela manhã. O presidente José Sarney anunciou as regras da sessão, tendo por base acordo de líderes, o Regimento Interno e o disposto na Constituição.

Inicialmente, seriam assegurados dez minutos para a manifestação da acusação e da defesa. No entanto, o o relator do processo contra Demóstenes, Humberto Costa (PT-PE), solicitou a ampliação do tempo.

Com o pedido, o presidente do Senado, José Sarney, determinou, após ouvir os líderes partidários, que fosse concedido prazo maior para manifestação da acusação e da defesa na sessão do Plenário.

Discursos

Os primeiros a discursar foram Costa e o relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Pedro Taques (PDT-MT). Ambos defenderam a lisura do processo de cassação e a veracidade das informações obtidas.

Logo em seguida, foi a vez de Randolfe  Rodrigues (PSOL-AP), autor do pedido de cassação contra Demóstenes. “O que está em jogo não é a condenação de conduta errônea. A votação de hoje é um sinal a milhões de brasileiros sobre a credibilidade de uma instituição centenária, fundamental para democracia em nosso país”.

Defesa

Os discursos finais estiveram reservados à defesa. O primeiro a falar foi o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakai. Ele apresentou o argumento, já sustentado no Conselho de Ética e na CCJ, de que o processo se baseia em escutas ilegais.

Por fim, foi a vez do próprio Demóstenes. Em um longo discurso, ele afirmou que direito de defesa cerceado durante todo o processo. Ele também alegou que as gravações que o incriminaram foram realizados de maneira ilegal.

Demóstenes negou ainda que fizesse parte de um braço político de Carlinhos Cachoeira. “Sou o braço político do pobre, do idoso brasileiro”.

Senado cassa Demóstenes Torres por 56 votos a favor

Por Ricardo Brito
O plenário do Senado cassou nesta segunda o mandato do senador Demóstenes Torres (Ex-DEM, sem partido-GO) por usar o cargo na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Numa rápida votação secreta, que não durou mais que cinco minutos, foram dados 56 votos a favor da perda do mandato de Demóstenes, 19 contra e cinco abstenções. Apenas o senador Clovis Fecury (DEM-MA) não participou da sessão de votação.
No discurso de apresentação de sua defesa, Demóstenes Torres pediu aos colegas tempo para que fosse julgado. O senador defendeu que o caso só poderia ir a votação no Senado após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade das investigações contra ele. Demóstenes alega que foi, por três anos, investigado ilegalmente pela Justiça de primeira instância.
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Demóstenes Torres tem mandato cassado pelo Senado

BRASÍLIA - Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve seu mandato cassado após votação secreta realizada nesta quarta-feira no Senado. Cinquenta e seis senadores votaram a favor da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, 19 votaram contra e houve cinco abstenções. Ele teve o mandato cassado por conta da sua relação com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
É a segunda vez na história do Senado que ocorre uma cassação de mandato - a primeira foi a de Luiz Estevão (PMDB-DF), em junho de 2000. Com a decisão desta tarde, Demóstenes Torres não poderá disputar eleições até 2027. Durante a defesa, Demóstenes alegou inocência, dizendo que era vítima de boatos divulgados pela imprensa, e que estava sendo tratado como um “cão sarnento”.
- Não se julga com adjetivação, e sim com os fatos. Chamar uma mulher de vagabunda a marca o resto da vida. Como ela vai provar sua inocência? Aqui, me defendi de várias adjetivações. Mas fui chamado de desonesto, com dupla personalidade, que coloquei meu mandato em disposição de uma quadrilha. Então, qualquer código exige que um fato deva ser devidamente explicitado. É o que se chama no direito de fato típico. (...) Eu provei, aqui, que sou inocente - disse.
- As acusações mais serias que eu refuto, de dinheiro, os R$ 3 mil, o perito provou, e o Conselho de Ética não quis ouvir. Ele disse que tem alguém no fundo falando,que pede para alguém cobrar do Cachoeira que ele está devendo R$ 3 mil para alguém. O R$ 1 milhão que o procurador-geral disse que estavam na minha conta. Entreguei extratos e há mais de um ano não se provou - ressaltou o senador, comparando, em certo momento, o seu julgamento ao de Jesus Cristo, quando o povo escolheu perdoar Barrabás.
- Diga-me com quem andas e direi quem és. Bobagem! Cristo andava com Judas. Se Carlinhos Cachoeira cometeu crimes, cana nele!
O senador relembrou denúncias contra o Humberto Costa, na época em que o petista era ministro da Saúde. Citando reportagens sobre a Operação Vampiro, em que Costa foi grampeado e inocentando, Demóstenes pediu que o mesmo direito de julgamento.
- Por que minha cabeça tem que rolar ? Eu quero o direito do tempo, o direito que todas as pessoas tem. Por que negaram o direito à pericia ? Porque precisava chegar ao dia de hoje com pressa - afirmou.
- Me deixem ser julgado pelo Judiciário, e pelo povo do meu estado. Dizem que o maior crime que eu cometi foi ter usado um rádio. O meu advogado é esse rádio que eu usei. Não foi gravada minha voz, nas 250 horas de gravação, em que momento foi gravada minha voz pedindo propina? O que existe contra, mim? Nada - disse.
Conselho de Ética
Logo no início da sessão, que conta com 80 dos 81 parlamentares da Casa, o relator do Conselho de Ética disse que foi totalmente imparcial na elaboração do relatório, que pede a cassação do senador de Goiás.
- Sem dúvida é um dia muito difícil para todos nós, e para mim em particular. Esse trabalho dos últimos meses não me deu nenhum tipo de alegria. Não procurei me promover neste trabalho, ou fazer carreira política - disse.
Sobre o fato de Demóstenes ter dito que mentir não era quebra de decoro parlamentar, o senador ressaltou que “qualquer parlamentar pode mentir quando discursa, no entanto é um direito de qualquer outro parlamentar não acreditar na mentira do colega e pedir a sua punição”.
- São inúmeros fatos que comprovam que o senhor quebrou o decoro parlamentar, deixou de agir como um senador da República deveria agir - disse.
Em seu parecer, Costa classificou Demóstenes como um "despachante de luxo" de Cachoeira. O petista aproveitou ainda para ironizar os sete discursos de defesa feito pelo senador goiano desde a semana passada. O relator questionou ainda se o povo de Goiás teria eleito Demóstenes se soubesse de sua relação com o bicheiro:
- Não temos o instituto do Recall no Brasil. Se os eleitores do estado de Goiás soubessem da relação do senador (com Cachoeira), será que teriam mandado ele para cá?
O senador Pedro Taques (PDT-MT), relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça, se pronunciou após Humberto Costa, e aprovou o relatório do Conselho de Ética. Ele afirmou que não deve ser aguardado o julgamento sobre a legalidade ou não das escutas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Senado possa concluir o processo de cassação de Demóstenes, já que “as instâncias não se confundem”
- Tenho que restou comprovado que Demóstenes Torres adotou conduta incompatível com o decoro parlamentar – disse, completando que os atos do processo demostraram ser “correto o posicionamento de perda de mandato”.
Na sequência, o senador Mário Couto (PSDB-AP), pediu a palavra após o relator Pedro Taques terminar seu pronunciamento:
- Esta Casa, infelizmente, está desmoralizada. O ato de hoje desta Casa vai ser um ato de moralização, mas é muito pequeno para se chegar a moralização que esta Casa tinha antigamente - disse. Os senadores Ana Amélia (PP-RS), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e João Capiberibe (PSB-AP) falaram na sequência.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do requerimento do processo contra Demóstenes, ressaltou em seu pronunciamento que “o que está em jogo hoje não é a punição a conduta errônea de um senador, é um sinal para milhões de brasileiros sobre a credibilidade de uma instituição centenária do nosso país”.
Advogado fala de Nextel
Após a fala de Randolfe, o advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, voltou a afirmar que o senador foi gravado ilegalmente durante três anos.
- É ético cassar o senador da Republica com mais de 2 milhões de votos com uma prova ilegal ? - questionou, afirmando que seu cliente tem enfrentando um “massacre” midiático.
Kakay pediu para que os parlamentares não fizessem um prejulgamento. Ele afirmou que é mentira a afirmação de que Demóstenes colocou o mandato a favor da quadrilha de Cachoeira.
- O senador não fazia parte da quadrilha. Neste caso, o processo teria que ir ao Supremo Tribunal Federal – disse, reafirmando também a necessidade de perícia nas gravações feitas pela Polícia Federal.
- É suficiente cassar um senador da República pro ele ter usado esse radio Nextel ?


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Para blogueiro do R7, senador adotou postura "patética" para tentar evitar cassação
Do R7, com Jornal da Record News

Senador aponta condutas incompatíveis de Demóstenes Torres

Agência Estado
Redação Folha Vitória
Brasília - Responsável por falar em nome do PSOL, o senador Randolfe Rodrigues (AP) fez uma longa exposição listando motivos para a cassação de Demóstenes Torres (sem partido-GO), em julgamento que ocorre nesta quarta-feira. "O representado teve várias condutas incompatíveis com o decoro", afirmou o senador do PSOL.

Randolfe destacou a apresentação de requerimentos por Demóstenes e do repasse de informações sobre o trabalho na Casa ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele enfatizou que, quando surgiram as primeiras denúncias, o colega fez um discurso em plenário e recebeu apartes elogiosos da maioria dos colegas. "Estávamos diante de um ídolo de barro", afirmou Randolfe, dizendo que Demóstenes "ludibriou os senadores e o povo".

O senador do PSOL criticou o colega por ter recebido um aparelho Nextel de Cachoeira, que tinhas as contas pagas por este. Demóstenes já alegou que as contas tinham valor baixo. "A conduta moral não se mede pelo valor, seja conduta milionária, seja miserável". Pontuou ainda a atuação do colega junto ao governo de Goiás para defender interesses da Delta Engenharia a pedido de Cachoeira.

Randolfe concluiu sua manifestação criticando o voto secreto e dizendo não caber ao Senado "perdoar" o colega. "Perdão é algo que só pode ser concedido por Deus. A nós, homens públicos, membros da mais alta Casa Legislativa, se trata de cumprir com nosso dever quando se é chamado".