Zaeli completa um ano na prefeitura

Social-democrata assumiu em agosto do ano passado, após o município vivenciar uma forte crise política, com até quatro gestores no Paço Couto Magalhães




Diferentemente dos outros candidatos, Zaeli (foto) afirma que dívida de Várzea Grande é impagável
RENATA NEVES
Da Reportagem

Prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PSD) completou um ano no comando do segundo maior município de Mato Grosso. Em meio a crises políticas e dificuldades financeiras, chegou a declarar em diversas oportunidades estar desacreditado com a grave situação da cidade, no entanto, hoje trabalha para se manter no cargo.

Eleito vice-prefeito no pleito de 2008, Zaeli assumiu definitivamente a prefeitura em agosto do ano passado depois que o titular, Murilo Domingos (PR), foi afastado pela Justiça estadual e teve os direitos políticos cassados pelo período de cinco anos por atos de improbidade administrativa. Na época, Várzea Grande passou pela maior crise política-administrativa da sua história recente, chegando a ter quatro prefeitos em apenas um ano.

Parte das dificuldades enfrentadas pela cidade é resultado das dívidas, hoje somadas em aproximadamente R$ 300 milhões, e que impedem o município de receber recursos para infraestrutura.

Por conta do valor exorbitante, Zaeli acredita que a prefeitura jamais conseguirá quitar o débito, por isso se empenhou em recuperar os recursos do PAC II no valor de R$ 70 milhões que estavam “perdidos” desde 2009. A conquista, agora, é a principal bandeira utilizada em sua campanha para reeleição.

“Já foi dada ordem de serviço para execução de obras que totalizam R$ 20 milhões”, ressalta Zaeli.

Medidas também foram adotadas para tentar reduzir os quadros da prefeitura, rondada por um histórico de empreguismo e funcionários-fantasmas. Mais de 300 servidores foram demitidos, contudo, segundo o prefeito, não foi suficiente para reduzir o “inchaço” da máquina.

“Ainda tem inchaço porque, com o concurso público que fizemos, não foi possível reduzir a folha”.

O certame, que teve seu edital publicado em 21 de setembro de 2011 e ofereceu 1.190 vagas para níveis fundamental, médio, médio-técnico e superior, foi questionado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que alegou não ter ficado claro que o objetivo da prova era preencher cadastro de reserva.

Apesar das dificuldades, Zaeli afirma ter conseguido conquistas importantes para o município.

“Conseguimos organizar a prefeitura, que estava uma ‘baderna’, fizemos uma reforma salarial bastante ampla, reformamos policlínicas, cinco centros cirúrgicos do pronto-socorro, inauguramos 39 salas de aula e cinco creches e construímos uma escola para crianças com necessidades especiais. Conquistamos ainda uma Universidade Federal para a cidade, mil bolsas de estudos para o Pró-Jovem, fruto de emenda do senador Pedro Taques (PDT), e recursos para dez novas creches por meio de um convênio da prefeitura com o Ministério da Educação”.

Para celebrar o período em que está no comando da administração, Zaeli participou de um culto ecumênico que foi realizado na frente da prefeitura e contou ainda com a presença de servidores municipais.