CANDIDATOS/CUIABÁ Metade quer criar pasta de Segurança Pública

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KAMILA ARRUDA
Da Reportagem

Três dos seis candidatos a prefeito de Cuiabá pretendem implantar uma secretaria para tratar especificamente da segurança pública no município. Com propostas diferenciadas para a mesma área, os postulantes ao cargo de prefeito da Capital investem no núcleo para conquistar a confiança do eleitor. 


O índice de criminalidade do município tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. De acordo com dados da Polícia Judiciária Civil, em 2010, por exemplo, foram registrados 199 assassinatos, número que saltou para 230 no ano seguinte. Este ano, até o dia 31 de junho, 116 pessoas já haviam sido mortas.

Os dados sobre roubos também preocupam. Em 2010, 5.164 pessoas prestaram queixas sobre o crime. Já em 2011, os BOs desse tipo de violência subiram para 6.975, um acréscimo de 27%.

Os furtos, arrombamentos, descuido e outras formas também apresentam números que amedrontam. Em 2010, 10.375 pessoas tiveram alguma coisa furtada em casa, local de trabalho, comércio, nas ruas e em outros ambientes. Já em 2011, disparou para 12.622 o número de delitos dessa modalidade. Este ano, por sua vez, esse número já chega a 5.738.

Por conta disso, o candidato pelo PSD, Carlos Brito, pretende implantar a Secretaria de Combate à Violência. Segundo ele, a Pasta teria “a missão de analisar aquilo que gera a violência no nosso município e fazer um trabalho de articulação com as diversas áreas”.

O social-democrata afirma que apesar de a segurança pública ser de responsabilidade do Estado, o município pode dar sua colaboração no combate à violência.

“A segurança pública, como ação de polícia, continua sendo responsabilidade do Estado, mas o combate à violência é responsabilidade de todos. Ele é permeado pela questão social, educação, saúde pública, cultura e lazer, e nisso todos podem ajudar”.

Desta forma, a secretaria ficaria encarregada de combater a violência no trânsito, dando orientações e auxiliando na fiscalização, com o intuito de reduzir o número de acidentes bem como no combate às drogas e à dependência do álcool.

“Isso tudo gera impactos na saúde e segurança pública. O álcool, por exemplo, tem grande influência na violência no trânsito e na violência doméstica. O tráfico de drogas é o grande responsável pela maioria dos crimes que ocorrem na Capital. Enfrentar as drogas não é só trabalho de polícia, é trabalho de saúde pública e a prefeitura pode ajudar neste sentido”.

O candidato socialista Mauro Mendes também prevê a criação de uma secretaria voltada para o setor da segurança pública. Com o intuito de reduzir os índices de violência no município, o empresário pretende criar a Secretaria de Apoio à Segurança Pública.

Mauro também acredita que o Executivo municipal pode auxiliar nas tarefas do Estadual no que tange a esta área. “Não se pode apenas lavar as mãos. Essa questão se tornou dever de todas as esferas públicas e do cidadão também”.

A Pasta ficaria responsável por implantar projetos voltados para área, sempre buscando parcerias com os governos Estadual e Federal. Além disso, também auxiliaria na fiscalização de todo o espaço público.

O vereador Lúdio Cabral (PT) também segue a mesma linha, e traz em seu plano de governo a proposta de criar a Secretaria de Políticas Públicas de Segurança e Cidadania.

Com a medida, o candidato afirma que poderá ser implantada a tecnologia de vigilância e monitoramento nas principais vias públicas para prevenção da violência.

O professor e especialista em Segurança Pública, Naldson Ramos, vê como positiva esta iniciativa dos candidatos em se preocupar com a segurança pública, tendo em vista que isso é de responsabilidade do Estado.

“Isso é muito importante, porque a segurança urbana é um conceito amplo, não é apenas pública, e o município pode contribuir muito para sua prevenção”.

Apesar disso, ele acredita que as secretarias devem ser formadas por pessoas especializadas na área. “Ela deve conter um corpo de funcionários técnicos, especializados na área de segurança, como um guarda municipal, os amarelinhos, que estão nas ruas prevenindo a violência no trânsito, ou também pessoas ligadas ao meio ambiente e infraestrutura”.