O que o governador chama de ‘erro’, a lei chama de crime”: internautas reagem a fala de Mauro Mendes sobre 8 de Janeiro

 

 O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), posicionou-se de forma contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o foro privilegiado dos parlamentares, classificando a ideia de “blindagem” como inaceitável. Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (24), o governador afirmou que, embora não tenha se aprofundado nos detalhes da proposta, é totalmente contra criar qualquer mecanismo que proteja deputados e senadores de responsabilização judicial.

“Em relação a essa PEC, eu, pelo pouco que conheci, sou totalmente contra também. Não dá para criar para ninguém nesse país uma blindagem quando comete crime. Todos são iguais perante a lei. Isso está na nossa Constituição e não seria possível, nem razoável, querer tratar os parlamentares dessa forma”, declarou Mauro Mendes.

Discurso oposto sobre anistia

Entretanto, quando o assunto muda para o Projeto de Lei que propõe anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro de 2023, o discurso do governador muda radicalmente. Para agradar à base bolsonarista no estado, Mauro Mendes passa a defender a anistia, argumentando que houve um tratamento “diferenciado” no passado para grupos que associa à “esquerda”.

Ele minimizou a gravidade dos ataques aos prédios dos Três Poderes, classificando-os como “protestos” em que as pessoas “erraram”, mas sem, segundo ele, terem “matado” ou “roubado”. “A PL da Anistia é a hipocrisia da esquerda, porque tem muita gente na esquerda que já foi anistiada nos países. Muita gente que cometeu crimes terríveis, pertencentes à esquerda, já foram anistiadas nesse país”, disparou. “Eu não vi nenhuma daquelas velhinhas lá, daqueles velhinhos, daquelas pessoas, matando, roubando, como algumas vezes aconteceu aí e foram anistiados na história do país”, completou.

Reação nas redes sociais

A dualidade de critérios do governador não passou despercebida por internautas, que criticaram a tentativa de minimizar os crimes de 8 de Janeiro. Em publicações em sites de notícias, usuários destacaram a contradição.

“Quebra quebra generalizada e organizada agora virou ‘erro'”, comentou um. Outro foi mais enfático: “Associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, incitação ao crime, ameaça e perseguição, danos ao patrimônio público, roubo de objetos e crimes contra a honra e lesão corporal. O que o governador chama de ‘erros’, a Constituição e o código penal chama de CRIME”.

A posição de Mauro Mendes ilustra a tensão no debate entre o combate a privilégios e o ativismo penal seletivo, mostrando como a defesa intransigente da igualdade perante a lei pode ser flexibilizada conforme o grupo político envolvido. (com informações gazeta digital) .

 

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