Instituído em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, marca o reconhecimento global de direitos fundamentais a todos, independentemente de raça, etnia, gênero e religião. No âmbito das empresas, a tendência é que essa pauta se consolide como pilar de suas políticas ambientais, sociais e de governança.
Para Tayná Leite, Gerente Sênior de Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global da ONU no Brasil, o aumento da conscientização da importância do tema nas empresas é uma realidade, entretanto incorporá-lo à estratégia de negócios ainda se mostra como um desafio.
Ela cita os resultados da primeira edição do Trilha de Direitos Humanos, apresentados recentemente no 11º Fórum de Empresas e Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Trata-se de uma ferramenta de aferição inédita, desenvolvida em parceria com a Proactiva Results, que contou com respostas de 107 empresas brasileiras de diferentes setores. Os dados mostram que quase 90% das respondentes adotaram um compromisso público de respeitar os direitos humanos internacionalmente reconhecidos, mas apenas 26% têm uma política específica para essa pauta.
Outro ponto são os desafios e as oportunidades sob o aspecto da gestão de riscos e impactos. Segundo a aferição, os três temas considerados de maior avanço na implantação de iniciativas nas empresas são: meio ambiente (92%), saúde e segurança ocupacional (78%) e trabalho forçado e análogo à escravidão (75%). No cenário de maiores desafios enfrentados estão os temas: impactos adversos a comunidades locais, povos indígenas e comunidades tradicionais (41%), clima (27%) e salário digno (20%). Na gestão do tema igualdade, diversidade e inclusão, a ferramenta aponta que as empresas adotam mais medidas em relação às mulheres (62%) e menos medidas para migrantes, refugiados e refugiadas (35%).
Para avançar neste cenário e integralizar os direitos humanos ao modelo de negócio das empresas, Tayná ressalta a importância do engajamento da liderança, da implantação de instrumentos, ferramentas e estratégias que contemplem estudos de impacto social e mecanismos de denúncia e consultas, em um eixo transversal de relações com as comunidades. “O diálogo deve ser permanente para assim construir iniciativas de confiança, capacitação e desenvolvimento local. Neste pilar, é preciso abordar riscos, mas também gerar valor”, completa.
Engajamento e metas para transformar
A L’Oréal Brasil é um exemplo de companhia que incorpora os direitos humanos na estratégia e modelo de negócio. Por meio de programas e ações, o Grupo atua constantemente no engajamento de lideranças e colaboradores em agendas ESG, bem como gera parcerias com stakeholders externos para transformar a cadeia de valor e mitigar riscos. Uma dessas iniciativas é o L’Oréal Para o Futuro, programa global formado por pilares nas áreas social e ambiental, com metas desafiadoras de transformação até 2030.
“Como empresa líder de beleza no mundo, temos a responsabilidade de respeitar os direitos humanos reconhecidos internacionalmente e pensar em iniciativas para identificar quaisquer impactos adversos reais ou potenciais nos quais possamos estar envolvidos por meio de nossas próprias operações ou de nossos relacionamentos comerciais”, explica Helen Pedroso, Diretora de Responsabilidade Corporativa e Direitos Humanos na empresa.
De acordo com ela, as empresas têm um papel-chave em criar processos, produtos, iniciativas e estratégias que, além de gerar benefícios para os negócios, podem contribuir para valorizar os princípios universais em áreas como direitos humanos, trabalho e meio ambiente, de modo a exercerem “uma força poderosíssima para construir uma sociedade mais igualitária, sustentável e inclusiva.”
É com essa visão que a L’Oréal Brasil desenvolve as seguintes iniciativas:
Pilar social do L’Oréal For the Future
São 23 projetos sociais em todo o Brasil, beneficiando 3k mulheres:
– 23 projetos entre 2021 e 2024.
– Projetos para mulheres de Comunidades vulneráveis e mulheres indígenas.
– Abrangência nacional.
– Projetos de profissionalização, educação, geração de renda extra, inclusão tecnológica e valorização de patrimônio cultural.
Exemplos de projetos:
Pré-universitário Jenipapo Urucum
O programa prepara mulheres indígenas para o acesso ao ensino superior. Fruto da parceria entre a Associação Nacional de Ação Indigenista (Anai) e a L’Oréal Brasil, o projeto já atendeu mais de 180 jovens, de 50 aldeias diferentes e 12 estados brasileiros em 2021. Foi vencedor da premiação do jornal O Globo Faz Diferença.
Programa de Capacitação Formare
O Formare é um programa de capacitação profissional da fábrica da empresa para jovens de famílias de baixa renda que visa apoiá-los no desenvolvimento de habilidades e qualidades necessárias para o mercado de trabalho. Os professores são voluntários da própria L’Oréal. O programa tem duração de 1 ano e carga horária mínima de 800 horas
Ao final do curso, os alunos podem ser recrutados como operadores e receber um certificado reconhecido pelo Ministério da Educação. Hoje temos +100 alunos formados
Solidarity Sourcing
O programa Solidarity Sourcing, que começou no Grupo L’Oréal em 2010, direciona uma proporção de nossas compras globais para fornecedores que empregam pessoas de comunidades vulneráveis para permitir que tenham acesso duradouro ao trabalho e à renda. Somente em 2021, mais de 1100 beneficiários foram impactados com a iniciativa, entre fornecedores diretos e indiretos.
Salário Digno L’Oréal Brasil
Empresa líder do movimento no país, a L’Oréal Brasil oferece hoje um Salário Digno a 100% dos seus colaboradores diretos. Até 2030, todos os colaboradores dos fornecedores estratégicos da empresa também terão um salário digno.
Não há na empresa gap salarial entre homens e mulheres (“pay gap”) e recentemente a companhia lançou o programa de combate à violência doméstica chamado Recomeçar. Além disso, a área de Recursos Humanos conta com uma série de benefícios, como extensão da licença parental e licença para o 1º cuidador.
- Diretoria de Diversidade, Equidade & Inclusão
Para além da área de Responsabilidade Corporativa, a agenda de Diversidade, Equidade & Inclusão é uma prioridade estratégica para a L’Oréal Brasil (hoje liderada por Marcia Silveira).
A empresa trabalha em 5 pilares: raça, pessoas com deficiência, gênero e lgbtqia+, gerações e 4 frentes: Pessoas, Produtos, Comunicação e Protagonismo Social (Intersecção com a área de Res. Corporativa).
Os trabalhos já mostram importantes resultados:
*GÊNERO:*
61% de mulheres no quadro geral de colaboradores.
56,6% de mulheres na liderança.
*RAÇA:*
Em 2021, 49% das contratações foram de colaboradores negros.
36% de colaboradores negros no quadro geral.
18% na liderança com meta de chegar a 30% até 2025.
*PCD:*
Recentemente, a empresa lançou o programa DiversiFICA, voltado para a área comercial de beleza e com 100% das vagas destinadas para pessoas com deficiência. São cerca de 60 oportunidades que ao final do curso podem resultar em vagas na empresa.
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