Quem são os maníacos atiradores?

Há algumas horas, nos EUA, um cara de 24 anos disparou num cinema de Denver, no Colorado, durante a exibição do filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”.

Aparentemente ele se vestiu como o vilão Bane, interpretado por Tom Hardy (aqui ao lado). Usava uma máscara de gás e um colete à prova de balas sobre a roupa.
Horas depois do tiroteio, o FBI confirmou que o assassino, James Holmes, agiu sozinho e não tinha vínculos com células terroristas. Era estudante de medicina, assim como o Mateus da Costa Meira, atirador do cinema do shopping Morumbi, em 1999. (Essa coincidência, diga-se, não significa que estudantes de medicina, como grupo, sejam necessariamente perigosos.)
Quatro questões são importantes de tratar aqui.
1) O que leva o sujeito a agir assim? 
Num estudo de 2010 (baixe aqui) sobre estudantes que abriram fogo contra colegas, psicólogos falavam em um senso de “merecimento ressentido”. Algo como caubói que resolve se vingar da cidade inteira por ter sido magoado, retaliando desproporcionalmente e buscando “regeneração pela violência”. Não sei se acho mais triste do que ridículo.
2) Filmes violentos causam violência na vida real?
Não. Senão, com a quantidade de filmes violentos lançados a cada ano, não teria sobrado mais ninguém vivo no planeta.
Isso, porém, não impede algum deserdado da noção de se inspirar na violência dos filmes para realizar seus próprios sonhos de regeneração pela violência.
3) Esse tipo de tiroteio está ficando comum?

Não necessariamente, embora todo tiroteio seja lamentável.
Em abril, quando houve um tiroteio numa escola dos EUA, a CNN ouviu o criminologista James Alan Fox, que estuda assassinatos em massa há três décadas.
Segundo ele, embora esses casos sejam muito visíveis e assustadores, são incomuns. Há riscos mais graves. BEM mais graves.
“Neste país, há uma média de 10 a 20 assassinatos nas universidades em qualquer ano. Compare isso com mais de mil suicídios e cerca de 1.500 mortes por abuso da bebida e overdose de drogas”, disse ele.
4) Temos dados?
Fiz um pequeno levantamento sobre 27 tiroteios semelhantes ocorridos nos EUA. Baixe aqui a planilha. Não é uma lista completa – é a que eu obtive a partir das agências de notícias.
Em 25 deles, o atirador agiu sozinho.
Em 18 deles, o atirador acabou morto (em 14 casos, pela própria mão). Poucos sobrevivem para serem presos, como foi o caso desse cidadão.
É mais frequente que o atirador tenha 42 e 44 anos de idade. Mas a média é de 31 anos.
Tiroteios contra vítimas  ao acaso são quase tão comuns quanto tiroteios contra estudantes.
Você pode pesquisar mais sobre o perfil dos criminosos na Murderpedia. Vi alguns casos em que o tiroteio aconteceu logo depois do aniversário, mas não coloquei isso na planilha.
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