Maluf pede TAC limitando campanha; MP não quer "eleição secreta"

Glaucia Colognesi

Foto: Glaucia Colognesi/RDNews

Guilherme Maluf, candidato a prefeito

     Candidato a prefeito de Cuiabá pelo PSDB, o deputado estadual Guilherme Maluf quer que todos os postulantes ao comando do Palácio Alencastro assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a não fazer carreatas, soltar fogos de artifício, usar carros de som, envelopar veículos, usar placas, mini-door, santão e cavaletes durante o período de campanha deste pleito. Para isto, esteve no Ministério Público nesta quara (11), acompanhado de seu vice, o advogado João Celestino (DEM).

       Eles propuseram ao promotor Alexandre Guedes que o MP intermedeie este acordo com os outros 5 candidatos: Mauro Mendes (PSB), Lúdio Cabral (PT), Carlos Brito (PSD), Procurador Mauro (PSOL) e Adolfo Grassi (PPL). "Numa cidade como Cuiabá, que já sofre com um trânsito caótico, agravado pelas obras da Copa, é insensatez se fazer carreata. Pode ser legal, mas é imoral", justificou Maluf.

      O tucano também quer limitar o tamanho dos adesivos nos carros para até 40 cm, o número de cabos eleitorais e o horário em que estarão expostos nas ruas distribuindo panfletos e santinhos ou segurando placas e faixas. "É desumano colocar as pessoas no sol do meio dia para ficar nas avenidas fazendo propaganda. Poderia-se colocá-los em um horário mais saudável, só no período da manhã ou então evitar o horário de pico do sol das 11h às 16h", argumentou.

      O promotor ressaltou que essa não é uma proposta nova e que o MP tem feito TACs eleitorais há muito tempo, mas ponderou que as medidas precisam ser bem avaliadas. "É uma medida civilizatória apenas para podar comportamentos que o eleitor se sinta incomodado, mas temos que ter o cuidado de não transformar o pleito numa eleição secreta", avaliou.

      Guedes acrescentou que ainda precisa conversar com os outros 2 membros responsáveis pela fiscalização da propaganda eleitoral deste ano, Marcos Bulhões e Rubens de Paula, antes de marcar a reunião com todas as coligações. Disse também que todos candidatos interessados serão recebidos da mesma forma que Maluf e Celestino.

      O tucano e o democrata alegam que querem uma campanha socio-ambientalmente sustentável ou "campanha verde", ou seja, com reduzido impacto ambiental e, de quebra, combatem o abuso do poder econômico. "Não queremos que o período eleitoral incomode as pessoas, que degrade o meio ambiente, que polua visualmente a cidade", afirmou Celestino.

      Depois de protocolar a proposta, o deputado e o advogado ressaltaram que as limitações deverão ser definidas em comum acordo com todos candidatos. Alguns pontos podem ser ajustados ou até mesmo suprimidos e outros acrescentados. Eles salientaram ainda que ninguém será obrigado a assinar o TAC, mas quem se negar terá que explicar no programa eleitoral o porquê da negativa.

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