Gisa Barros se destaca na Câmara com postura firme, independente e em defesa da população

Vereadora mantém coerência, fiscaliza o Executivo e se posiciona contra o inchaço da máquina pública

João Batista destaca atuação de Daniel Monteiro: “O vereador mais técnico e atuante de Mato Grosso”

vereador Daniel Monteiro, que vem se destacando por uma postura independente, técnica e coerente, especialmente nas discussões sobre políticas públicas e responsabilidade fiscal.

Ativista João Batista exalta Antonio Joaquim como patrimônio da educação em MT: “Referência ética, técnica e humana”

Professor e defensor dos direitos da infância destaca atuação exemplar do conselheiro do TCE-MT, que articula investimento histórico de R$ 120 milhões em creches no estado

Riva reage e define marketeiro de Mauro como "chantagista, caloteiro e mau caráter"


Redação Clichoje / CLÁUDIO MORAES

O deputado estadual José Riva (PSD) teceu há pouco contundentes críticas ao comportamento do ex-senador Antero Paes de Barros (PSB), que tem atuado como uma espécie de "advogado midiático" do grupo de 16 vereadores que conseguiu afastar o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) da presidência da Câmara de Cuiabá na semana passada. Nesta segunda-feira pela manhã, o ex-senador, em seu blog, acusou Riva de estar articulando nos bastidores para evitar que João Emanuel, que é seu genro, tenha o mandato cassado pela base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano. "Todos sabemos que o Antero é mau caráter e chantagista. O que mais me choca é que ele se intitula honesto. Como um ser pode dizer que é honesto, pois deve pessoas de sua campanha e não assume que deve", revelou.
O parlamentar do PSD negou que estivesse pressionando o governador Silval Barbosa (PMDB) para que os dois vereadores do PMDB - Domingos Sávio e Haroldo Kuzai - mudassem de posição na disputa envolvendo o comando do Legislativo. "Tenho mais de 20 anos de pública e desafio o ex-senador, ex-deputado e ex-vereador a provar e mostrar uma pessoa que tivesse sido chantageada por mim neste tempo. Bem diferente dele que usa a chantagem como um estilo de vida", criticou.
Segundo Riva, os 25 vereadores cuiabanos precisam deixar de lado as picuinhas políticas e focar no desenvolvimento da capital do Estado. "A confusão na Câmara está passando dos limites e ninguém pode prever onde isto acabará", previu.
Riva também anunciou que solicitará nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas cópias dos contratos, licitações e pagamentos feitos a empresa A Produtora (Godoy, Moura e Barros Ltda-ME), que tem como um dos sócios o filho de Antero e recebe mensalmente dos dois orgãos cerca de R$ 150 mil para a filmagem das sessões e confecção de telejornais na web. "Vou averiguar como esses contratos estão sendo executados. Nunca vi a empresa com a segunda melhor nota técnica acabar vencendo uma licitação", adiantou.
CPI das Empreiteiras
Riva reafirmou que recebeu documentos envolvendo suspostas denúncias de corrupção na secretaria estadual de Transportes e Pavimentação Asfáltica. No entanto, ele explicou que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito depende da análise dos documentos que foram repassados ao Legislativo de forma anônima.
"Estamos analisando e a CPI depende de verificarmos o conteúdo", explicou. Ele negou que o foco seja somente nos pagamentos recebidos pela empresa Trimec Construtora e Terraplanagem Ltda, mas em todas empresas que prestam serviços a Septu.

Redação Clichoje / CLÁUDIO MORAES

No passado aliado de primeira hora e com a Janete Riva vice do Antero - Riva reage e define marketeiro de Mauro como "chantagista, caloteiro e mau caráter"


Redação Clichoje / CLÁUDIO MORAES

O deputado estadual José Riva (PSD) teceu há pouco contundentes críticas ao comportamento do ex-senador Antero Paes de Barros (PSB), que tem atuado como uma espécie de "advogado midiático" do grupo de 16 vereadores que conseguiu afastar o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) da presidência da Câmara de Cuiabá na semana passada. Nesta segunda-feira pela manhã, o ex-senador, em seu blog, acusou Riva de estar articulando nos bastidores para evitar que João Emanuel, que é seu genro, tenha o mandato cassado pela base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano. "Todos sabemos que o Antero é mau caráter e chantagista. O que mais me choca é que ele se intitula honesto. Como um ser pode dizer que é honesto, pois deve pessoas de sua campanha e não assume que deve", revelou.
O parlamentar do PSD negou que estivesse pressionando o governador Silval Barbosa (PMDB) para que os dois vereadores do PMDB - Domingos Sávio e Haroldo Kuzai - mudassem de posição na disputa envolvendo o comando do Legislativo. "Tenho mais de 20 anos de pública e desafio o ex-senador, ex-deputado e ex-vereador a provar e mostrar uma pessoa que tivesse sido chantageada por mim neste tempo. Bem diferente dele que usa a chantagem como um estilo de vida", criticou.
Segundo Riva, os 25 vereadores cuiabanos precisam deixar de lado as picuinhas políticas e focar no desenvolvimento da capital do Estado. "A confusão na Câmara está passando dos limites e ninguém pode prever onde isto acabará", previu.
Riva também anunciou que solicitará nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas cópias dos contratos, licitações e pagamentos feitos a empresa A Produtora (Godoy, Moura e Barros Ltda-ME), que tem como um dos sócios o filho de Antero e recebe mensalmente dos dois orgãos cerca de R$ 150 mil para a filmagem das sessões e confecção de telejornais na web. "Vou averiguar como esses contratos estão sendo executados. Nunca vi a empresa com a segunda melhor nota técnica acabar vencendo uma licitação", adiantou.
CPI das Empreiteiras
Riva reafirmou que recebeu documentos envolvendo suspostas denúncias de corrupção na secretaria estadual de Transportes e Pavimentação Asfáltica. No entanto, ele explicou que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito depende da análise dos documentos que foram repassados ao Legislativo de forma anônima.
"Estamos analisando e a CPI depende de verificarmos o conteúdo", explicou. Ele negou que o foco seja somente nos pagamentos recebidos pela empresa Trimec Construtora e Terraplanagem Ltda, mas em todas empresas que prestam serviços a Septu.

Redação Clichoje / CLÁUDIO MORAES

João Emanuel recorre e presidirá sessão nessa terça

Há 10 dias os vereadores de Cuiabá não fazem sessões deliberativos por problemas na rede elétrica da Câmara
TÉO MENESES 
O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel (PSD), recorreu da decisão judicial que validou sessão na qual foi votado o afastamento dele. Mesmo antes do julgamento do pedido de reconsideração, o parlamentar conduziu há algumas horas reunião na qual ficou combinado que ele presidirá o retorno das sessões plenárias nessa terça-feira (10).

A reunião foi feita pela manhã, sem alarde, na Câmara Municipal. No encontro, João Emanuel afirmou aos demais membros da Mesa Diretora que espera para qualquer momento reverter a decisão judicial que validou a sessão em que teve pedido de afastamento aprovado por 16 dos 25 vereadores pela Capital.

Diante da expectativa, o presidente afirmou que continuaria na presidência até porque não havia sido citado ainda da decisão do desembargador José Zuquim que validou sessão do dia 29 passado e que foi feita às escuras.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Presidente João Emanuel arma estratégia para fazer sessão nessa terça-feira, após uma semana sem atividade de plenário
A citação da decisão de Zuquim foi publicada hoje mesmo no Diário Eletrônico da Justiça. O pedido de reconsideração foi apresentado na sexta-feira (6) e pode suspender novamente os efeitos da votação dos parlamentares de oposição ao presidente.

A sessão dessa terça-feira (10) tem início previsto para começar no horário regimental (8h). Marcará o retorno dos parlamentares depois de 10 dias de paralisação sob pretexto de problemas na rede elétrica do Palácio Paschoal Moreira Cabral.

INTERPRETAÇÃO


Ao tentar minimizar o pedido de afastamento, João Emanuel afirmou na tarde dessa segunda-feira (9), em entrevista ao site HiperNotícias, que a decisão judicial tem pouco efeito prático. Alega que, para valer, teria que ser aprovada por 17 votos e não 16.

“Esse é um assunto superado. Continuo presidente e vamos conduzir as sessões a partir de amanhã na tranquilidade necessária”, afirmou João Emanuel.


Diretor do Portal Todos Contra a Pedofilia reclama falta de apoio para manter o site que é referência na luta contra a exploração sexual e pedofilia

Diretor do Portal Todos Contra a Pedofilia reclama falta de apoio para manter o site que é  referência na luta contra a exploração sexual e pedofilia

Depois do afastamento de João Emanuel, a luz voltou na Câmara


A sessão que afastou o presidente João Emanuel foi validada pela justiça. Com isso, seu afastamento por 15 dias está mantido para apresentar defesa. Os que combatem a presença de João Emanuel terão uma dificuldade matemática. Precisam de 17 votos para a destituição do cargo. Cassá-lo é mais fácil são necessários apenas 13 votos.
Uma coincidência: bastou João Emanuel ser afastado e a luz voltou na Câmara. A sessão de terça promet

A chapa esquentou : Riva chama Antero de chantagista e mau caráter


Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano.


O deputado estadual José Riva (PSD) teceu há pouco contundentes críticas ao comportamento do ex-senador Antero Paes de Barros (PSB), que tem atuado como uma espécie de "advogado midiático" do grupo de 16 vereadores que conseguiu afastar o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) da presidência da Câmara de Cuiabá na semana passada. Nesta segunda-feira pela manhã, o ex-senador, em seu blog, acusou Riva de estar articulando nos bastidores para evitar que João Emanuel, que é seu genro, tenha o mandato cassado pela base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano. "Todos sabemos que o Antero é mau caráter e chantagista. O que mais me choca é que ele se intitula honesto. Como um ser pode dizer que é honesto, pois deve pessoas de sua campanha e não assume que deve", revelou.
O parlamentar do PSD negou que estivesse pressionando o governador Silval Barbosa (PMDB) para que os dois vereadores do PMDB - Domingos Sávio e Haroldo Kuzai - mudassem de posição na disputa envolvendo o comando do Legislativo. "Tenho mais de 20 anos de pública e desafio o ex-senador, ex-deputado e ex-vereador a provar e mostrar uma pessoa que tivesse sido chantageada por mim neste tempo. Bem diferente dele que usa a chantagem como um estilo de vida", criticou.Segundo Riva, os 25 vereadores cuiabanos precisam deixar de lado as picuinhas políticas e focar no desenvolvimento da capital do Estado. "A confusão na Câmara está passando dos limites e ninguém pode prever onde isto acabará", previu.
Riva também anunciou que solicitará nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas cópias dos contratos, licitações e pagamentos feitos a empresa A Produtora (Godoy, Moura e Barros Ltda-ME), que tem como um dos sócios o filho de Antero e recebe mensalmente dos dois orgãos cerca de R$ 150 mil para a filmagem das sessões e confecção de telejornais na web. "Vou averiguar como esses contratos estão sendo executados. Nunca vi a empresa com a segunda melhor nota técnica acabar vencendo uma licitação", adiantou.
CPI das Empreiteiras
Riva reafirmou que recebeu documentos envolvendo suspostas denúncias de corrupção na secretaria estadual de Transportes e Pavimentação Asfáltica. No entanto, ele explicou que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito depende da análise dos documentos que foram repassados ao Legislativo de forma anônima.
"Estamos analisando e a CPI depende de verificarmos o conteúdo", explicou. Ele negou que o foco seja somente nos pagamentos recebidos pela empresa Trimec Construtora e Terraplanagem Ltda, mas em todas empresas que prestam serviços a Septu.

fonte:odocumento

Após Janete Riva ser candidata a vice governadora na chapa de Antero de Barros, A chapa esquentou : José Riva chama Antero de chantagista e mau caráter


Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano.


O deputado estadual José Riva (PSD) teceu há pouco contundentes críticas ao comportamento do ex-senador Antero Paes de Barros (PSB), que tem atuado como uma espécie de "advogado midiático" do grupo de 16 vereadores que conseguiu afastar o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) da presidência da Câmara de Cuiabá na semana passada. Nesta segunda-feira pela manhã, o ex-senador, em seu blog, acusou Riva de estar articulando nos bastidores para evitar que João Emanuel, que é seu genro, tenha o mandato cassado pela base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Para Riva, o ex-senador tucano é o principal responsável pela confusão política formada nos últimos dias no Legislativo cuiabano. "Todos sabemos que o Antero é mau caráter e chantagista. O que mais me choca é que ele se intitula honesto. Como um ser pode dizer que é honesto, pois deve pessoas de sua campanha e não assume que deve", revelou.
O parlamentar do PSD negou que estivesse pressionando o governador Silval Barbosa (PMDB) para que os dois vereadores do PMDB - Domingos Sávio e Haroldo Kuzai - mudassem de posição na disputa envolvendo o comando do Legislativo. "Tenho mais de 20 anos de pública e desafio o ex-senador, ex-deputado e ex-vereador a provar e mostrar uma pessoa que tivesse sido chantageada por mim neste tempo. Bem diferente dele que usa a chantagem como um estilo de vida", criticou.Segundo Riva, os 25 vereadores cuiabanos precisam deixar de lado as picuinhas políticas e focar no desenvolvimento da capital do Estado. "A confusão na Câmara está passando dos limites e ninguém pode prever onde isto acabará", previu.
Riva também anunciou que solicitará nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas cópias dos contratos, licitações e pagamentos feitos a empresa A Produtora (Godoy, Moura e Barros Ltda-ME), que tem como um dos sócios o filho de Antero e recebe mensalmente dos dois orgãos cerca de R$ 150 mil para a filmagem das sessões e confecção de telejornais na web. "Vou averiguar como esses contratos estão sendo executados. Nunca vi a empresa com a segunda melhor nota técnica acabar vencendo uma licitação", adiantou.
CPI das Empreiteiras
Riva reafirmou que recebeu documentos envolvendo suspostas denúncias de corrupção na secretaria estadual de Transportes e Pavimentação Asfáltica. No entanto, ele explicou que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito depende da análise dos documentos que foram repassados ao Legislativo de forma anônima.
"Estamos analisando e a CPI depende de verificarmos o conteúdo", explicou. Ele negou que o foco seja somente nos pagamentos recebidos pela empresa Trimec Construtora e Terraplanagem Ltda, mas em todas empresas que prestam serviços a Septu.

fonte:odocumento

Vereador do PT vê falhas em João Emanuel, mas defende permanência no cargo - Não percebeu que foi eleito só presidente da Câmara.


alanFinalmente o vereador Alan Kardec que tem parentesco com os aloprados do PT conseguiu dar uma declaração sensata ao site RDnews, dizendo que João Emanuel cometeu equívocos ao atropelar o regimento, ao mesmo tempo em que defende a instalação de todas as CPIs. Kardec ainda enfatizou que houve um exagero da oposição ao colocar como objeto da CPI dos maquinários a investigação de atos do prefeito Mauro Mendes, sendo que na verdade todos sabem que ele não praticou nenhum ato.
Kardec defende a continuidade de João Emanuel com o compromisso deste em cumprir o regimento interno.
Comentário meu: João Emanuel perdeu todas as questões na justiça. Não percebeu que foi eleito só presidente da Câmara. Achou que era imperador e só sua vontade deve prevalecer. Os vereadores (16) que são maioria fizeram a coisa certa, recorrendo ao poder judiciário.
Kardec defende fazer todas as CPIs, por não dispor de alternativas. A Justiça tem garantido o direito dos vereadores de executarem as CPIs. Era totalmente injustificável estabelecer que a CAB não podia ser investigada por CPI. Dizem existir 90 mil motivos mensais para que isso não ocorra. O presidente da Câmara tem muito poder, desde que cumpra o regimento interno e a constituição. Do contrário ocasiona essa paralisia que tem corroído a imagem do poder legislativo, principalmente dos que tem dado sustentação a essas arbitrariedades.

Justiça valida sessão e afasta João Emanuel da Presidência da Câmara


Thais Tomie e Rubens de Souza | Redação 24 Horas News
O desembargador José Zuquim Nogueira acatou, nesta quinta-feira, 5, o recurso do 2º vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Haroldo Kuzai (PMDB), e afastou o vereador João Emanuel (PSD) da presidência do Legislativo. Ele considerou válida a sessão que afastou o parlamentar do cargo há uma semana.  Com a decisão, assume o cargo o vereador Onofre Jr (PSB), que, até aqui, vem fazendo dura oposição também ao prefeito Mauro Mendes. 
 
O agravo de instrumento foi protocolado pelo advogado José Antônio Rosa. Com a decisão, o 1º vice-presidente, Onofre Júnior (PSB), passa a responder pelo Legislativo da Capital. João Emanuel ficará afastado pelo prazo de 15 dias até a comissão processante investigar as denúncias contra ele. 
 
O afastamento de João Emanuel foi aprovado por 16 vereadores da base do prefeito Mauro Mendes (PSB), na última quinta-feira, 29, em uma sessão polêmica, realizada sob a ausência de luz elétrica, ata, nota taquigráficas e até mesmo serviço de som. Os parlamentares alegaram que o presidente da Câmara não estava cumprindo o Regimento Interno para a instalação de quatro Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI).
 
Entretanto, no dia seguinte, o juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública, José Roberto Seror, concedeu um mandado de segurança mantendo João Emanuel no cargo. Os vereadores Leonardo de Oliveira e Adilson Levante ingressaram com agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça.
 
"Assisti com muita atenção ao DVD que reproduziu a referida sessão e posso enumerar as mais absurdas situações que ocorreram durante a votação (que deveria ser) do pedido de afastamento do Presidente. Foram momentos de tensão, pressão psicológica, manifestação desrespeitosa de poder e burocracia; desordem, comprometimento de direitos; ilegalidade, arbitrariedade; atos de protesto, tanto de forma tácita quanto expressa, e a tudo isto o agravado mostrou-se alheio, ignorando sua função de coordenar, apaziguar, dirigir, e, sobretudo, de garantir o pleno desenvolvimento dos trabalhos, que deveriam estar pautados na ordem, na observância do regimento e do respeito às manifestações dos componentes da Casa Legislativa", disse o desembargador.
 
Em sua decisão, o magistrado ainda afirma que devido ao modo como João Emanuel conduziu a sessão, o afastamento imediato é necessário para garantir a lisura das investigações. “O periculum in mora, por sua vez, se afere pela maneira autoritária e manipuladora que o agravado conduziu os trabalhos na sessão, evidenciando que, acaso mantido no cargo de Presidente, irá tumultuar também as investigações, comprometendo a efetiva democracia dentro da Casa Legislativa, a liberdade de manifestação, o tramitar ileso dos trabalhos das CPI’s”, diz em outro trecho da decisão. 
 
 
Trata-se de recurso de agravo de instrumento, com pedido liminar, interposto por Haroldo Kuzai, Vereador PMDB – Segundo Vice-Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá, contra decisão proferida pelo Juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, que, nos autos da medida cautelar proposta por João Emanuel Moreira Lima - Vereador, suspendeu os efeitos da decisão que o afastou da Presidência do Legislativo Municipal.
 
Sustentou, em síntese, o agravante, que foi proposto na Sessão do dia 29/08/2013 um pedido de afastamento do agravado da Presidência da Câmara Municipal, por diversas razões de fato e de direito, elencadas na justificativa do pleito, subscrito pelo autor e mais 15 (quinze) vereadores.
 
Argumenta que, embora o pedido fosse tão somente para a abertura de processo de destituição do cargo de membro da Mesa Diretora e consequente afastamento durante as investigações, o agravado, de forma arbitrária, depois de tumultuar a sessão, colocou em votação o pedido, como se de cassação fosse, omitindo seu real conteúdo.
 
O desvirtuamento do objeto do pedido foi causa para sua rejeição, segundo o agravante. Todavia, justifica que, diante das flagrantes irregularidades perpetradas na sessão, esta foi reaberta, sob sua presidência, e colocado em votação o pedido de afastamento do presidente, que foi aprovado por 16 (dezesseis) votos favoráveis e nenhum contrário.
 
Alegando que a decisão recorrida não se pautou no Regimento Interno da Casa Legislativa Municipal, e que a votação foi legítima, pede seja atribuído efeito suspensivo ao agravo, de forma que prevaleça a decisão de afastamento do agravado.
 
Os documentos vieram às fls. 24-222.
 
Antes mesmo de apreciar o pedido liminar, o agravado já apresentou as contrarrazões (fls. 229-244), pedindo o desprovimento do recurso, repetindo os argumentos postos no pedido cautelar.
 
É o que merece registro.
 
DECIDO.
 
Após análise minuciosa do processado, sobretudo das razões do recurso e das provas apresentadas, incluindo o material de áudio e visual (fl. 222), lamentavelmente, concluo que a situação sub judice mais se assemelha a cenas protagonizadas num “picadeiro”, que com a atuação de membros do legislativo, numa sessão plenária, representando a vontade do povo cuiabano.
 
Relegando a questão de mérito do agravo e da própria ação principal que a cautelar antecede, é inevitável tecer argumentos de ordem principiológica, legal e retórica sobre a questão, em face da importância e repercussão no seio da sociedade cuiabana.
 
Pois bem.
 
O preâmbulo da Lei Orgânica do Município de Cuiabá, traz expressamente:
 
“Nós, representantes do povo cuiabano, auxiliados pela sociedade civil organizada (...) buscando neste mister assegurar o exercício pleno dos preceitos vislumbrados nos textos superiores, assim como dentro do princípio autônomo acelerar reformas e avanços na estrutura municipal, para o desenvolvimento global do homem que aqui vive, e de sua terra (...) promulgamos sobre a proteção de Deus (...)”(fls. 90) (destaquei).
 
Esse preâmbulo consagra diversos princípios que regem os atos dos Poderes na esfera Municipal, incluindo o Poder Legislativo, e dentre eles está o da democracia, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais, da liberdade, da justiça e desenvolvimento municipal, dentre outros.
 
Tais princípios, no entanto, foram atropelados no último dia 29/08/2013, na capenga representação da vontade do povo cuiabano, em sessão realizada na Câmara Municipal, quando o agravado, então Presidente da Mesa Diretora, em ato de evidente retrocesso à época da ditadura, negando o exercício do direito de manifestação aos seus pares e, consequentemente, o estado democrático de direito, conturbou o processo de votação que se referia (ou deveria se referir) a um pedido devidamente formulado pela maioria absoluta dos Vereadores daquela Casa.
 
Assisti com muita atenção ao DVD que reproduziu a referida sessão e posso enumerar as mais absurdas situações que ocorreram durante a votação (que deveria ser) do pedido de afastamento do Presidente. Foram momentos de tensão, pressão psicológica, manifestação desrespeitosa de poder e burocracia; desordem, comprometimento de direitos; ilegalidade, arbitrariedade; atos de protesto, tanto de forma tácita quanto expressa, e a tudo isto o agravado mostrou-se alheio, ignorando sua função de coordenar, apaziguar, dirigir, e, sobretudo, de garantir o pleno desenvolvimento dos trabalhos, que deveriam estar pautados na ordem, na observância do regimento e do respeito às manifestações dos componentes da Casa Legislativa.
 
Verifiquei que, de fato, é verídica a alegação do agravante, de que foi proposto um pedido de afastamento do agravado da presidência e este pedido foi subscrito por 16 (dezesseis) Vereadores, ou seja, pela maioria absoluta dos membros da Câmara, que são 25 (vinte e cinco); que este pedido foi subvertido pelo agravado, em evidente estratégia política, não colocando-o sob votação e ainda dando-lhe interpretação diversa, ao anunciar que seria votado seu pedido de cassação, quando, em verdade, esta questão sequer havia sido aviventada, a título de proposição.
 
O agravado, utilizando-se do expediente da Resolução da Presidência n. 16/2013, que estava na pauta para votação, surpreendeu seus pares, quando anunciou o conteúdo, que se tratava da instauração de processo de destituição do cargo de Presidente e Cassação de Mandato Parlamentar.
 
Conforme consta no corpo da Resolução (fl. 277), ela teria sido criada pela Câmara e promulgada pelo Presidente. No entanto, não houve prévio conhecimento dos Vereadores a respeito deste conteúdo. O que ficou claro foi a conduta ardilosa do Presidente, para distorcer o pedido posto na Proposição dos Vereadores, que não foi colocado em votação, qual seja, de seu afastamento.
 
Não sendo, pois, colocada em pauta a proposição, desvirtuada pela irregular proposta de cassação, os 16 (dezesseis) Vereadores que a subscreveram, em ato de protesto, deixaram o Plenário e, neste momento, o agravado, de forma contrária ao Regimento Interno da Câmara, deu por encerrada a sessão.
 
Esse encerramento, no entanto, foi desconsiderado pelos Vereadores, que, insistindo na votação da proposição, voltaram e deram continuidade, procedendo na forma regimental, mesmo com o evidente boicote administrativo.
 
Insta ressaltar que, se não bastasse o agravado, sem conhecimento prévio dos demais Vereadores, ter colocado em votação sua cassação, nem de longe se verifica um procedimento regular e democrático para este fim, além de ter ficado totalmente questionável a expressão da vontade dos parlamentares, seja pela forma tumultuada da coleta dos votos, seja porque até mesmo quando um vereador se manifestava que “não iria votar”, seu voto era computado como se tivesse votado pela “não cassação”. Um verdadeiro absurdo.
 
Durante a tumultuada votação, 08 (oito) vereadores pediram a palavra, pela ordem, sem que lhes fosse concedida; a título de exemplo, só o Vereador Chico 2000 teve a palavra negada por 04 (quatro) vezes, e a última sob o argumento do agravado de que teria havido “preclusão administrativa”. E assim continuou a sessão, até o pronunciamento do resultado da votação que teria culminado pela sua manutenção no cargo de presidente.
 
É tão contra lógica a conclusão da votação que 24 Vereadores estavam presentes na sessão; dentre estes, 16 (dezesseis) foram subscritores do pedido de afastamento, e o resultado foi de que houve deliberação de 13 (treze) votos contra 12 (doze) abstenções pela não cassação. Ou seja, até o Vereador ausente teria se manifestado? E porque razão os subscritores do pedido de afastamento teriam votado pela não cassação? A única razão seria de que não haveriam de ser coniventes com o processo irregular de cassação, que contraria dispositivos do Regimento Interno.
 
Repito, que ficou claro nos DVDs que registraram as sessões, que em nenhum momento houve manifestação dos vereadores pela cassação do mandado parlamentar. O requerimento que deveria ter sido submetido à votação e não foi, deflagrando a revolta dos seus subscritores, foi um pedido para destituição do Vereador João Emanuel Moreira Lima, como membro presidente da Mesa Diretora. Não de cassação. Este foi objeto da Resolução n. 16/2013, trazida pelo próprio, conforme já ressaltado.
 
De outro lado, a proposição dos Vereadores foi feita com fulcro no Regimento Interno da Casa (§ 1º, do art. 134; art. 143 c/c 162 e 200), em razão do que prevê o art. 27, também do Regimento, porque teria o agravado agido com prevaricação, desídia, ineficiência e por estar se utilizando do cargo para fins ilícitos.
 
Com a deturpação da mencionada proposição, o agravado, aparentemente, intencionou instaurar uma situação irregular, que, mais tarde, poderia ser usada em proveito próprio, pois que um processo de cassação demanda um procedimento específico, e não poderia ser tomado da forma como o foi pela Casa Legislativa.
 
Resultado de todo o imbróglio é que, inconformados com o ato do agravado, os vereadores subscritores do pedido de afastamento, se rebelaram contra o ato “ditador” do seu presidente, que, após a malferida votação, encerrou a cessão. Daí assumiram a continuidade dos trabalhos. O Segundo Vice-Presidente passou a presidir a votação, e, com a presença dos 16 (dezesseis), por unanimidade, decidiram pelo afastamento do agravado.
 
Foi contra essa decisão que o agravado se insurgiu com o pedido cautelar, alegando tratar-se de ato inexistente, porque resultado de uma sessão realizada de forma “clandestina, sorrateira e ilegal”.
 
Não obstante o Juízo da 5ª VFP ter entendido presentes os requisitos para a concessão da liminar, não foi esta a conclusão que cheguei. Daí que os motivos já elencados, bem como os que passo a demonstrar, levam-me a entender pela necessidade de se atribuir o vindicado efeito suspensivo ao recurso.
 
Além das questões de ordem principiológica e retórica já explanadas até aqui, a elas ainda acresço a necessidade de se assegurar a democracia e a maior representatividade da vontade do povo, que se verifica na votação da maioria absoluta dos Vereadores pelo afastamento do agravado.
 
Quanto às normas regimentais, não vejo onde repousaria a violação, que justificou a concessão da liminar agravada, porque, pelo que também aferi da leitura visual e auditiva do DVD juntado pelo agravante, foi de que, embora com aparente “boicote”, a sessão transcorreu formalmente, com o devido registro, dentro da própria Casa Legislativa, de “portas abertas”, à vista de quem quisesse assistir.
 
Outrossim, é ilógico concluir que o agravado não tenha tomado ciência da sessão continuada, mesmo porque, determinou, inclusive que as luzes fossem apagadas; que a taquigrafia deixasse o local, enfim, os atos contrários demonstram que, apesar de ciente, não tomou assento, porque, logicamente, não seria de seu interesse a votação, cujo resultado já era esperado.
 
Ademais, a sessão ordinária (primeira), deveria ter seguido o que determina o art. 123, § 2º, do Regimento Interno da Câmara, que regulamenta a ordem dos trabalhos, ao expressar que:
 
“Art. 123 Na ordem do Dia verificar-se-á previamente o número de vereadores presentes e a mesma só poderá ser iniciada mediante a presença da maioria absoluta dos membros da Câmara.
 
§ 1. (...)
 
§ 2º. O Presidente determinará ao Primeiro Secretário a Leitura de:
 
I – Proposição constantes da Pauta;
 
(...)
 
VIII – demais proposições.”
 
As matérias da pauta transcorreram normalmente. No entanto, como dito, a proposição dos Vereadores para o afastamento do agravado sequer foi apreciada. Ao contrário. O agravado, na qualidade de Presidente, impôs uma votação para sua cassação, numa clara forma de inverter a situação, ignorando a proposição esperada para votação.
 
Por disposição do Regimento, sequer a sessão poderia ter sido encerrada, antes de concluídos os trabalhos. É o que preconiza o art. 129, senão vejamos: “ Art. 129. Fora dos casos expressos nos artigos 171 e 172, só mediante deliberação da Câmara poderá a sessão ser suspensa ou levantada;” (destaquei)
 
Não ocorreu nenhuma das hipóteses previstas nos arts. 171 e 172. Além do que, tentou-se chamar os trabalhos à ordem, o que é legítimo, segundo reza o art. 171, alínea “a”. O Vereador Chicho 2000 teve a palavra negada pelo agravado, sob o argumento de preclusão administrativa, enquanto que o regimento diz que “A discussão não será interrompida, salvo para: a) formulação de questão de ordem;” (art. 171, alínea “a”) (destaquei).
 
Demonstrado que a sessão não poderia ter sido encerrada, antes da conclusão dos trabalhos, o agravante, na qualidade de 2º Vice-Presidente assumiu a direção da mesa e nomeou ad hoc outros vereadores para as funções de Secretário, nos exatos termos do art. 35 e 116 do Regimento Interno, que dispõe:
 
Art. 35. Os Vice-Presidentes, além do disposto no art. 36, substituirão o Presidente nos termos previstos neste Regimento e farão parte do Colegiado de Direção da Mesa, tanto no Plenário quanto Administrativamente.”
 
“Art. 116 – Se, ao iniciar a Sessão Ordinária ou Extraordinária, verificar-se a ausência de membros da Mesa, assumirá a Presidência, o Vereador mais idoso presente, que designará qualquer dos demais Vereadores para as funções de Secretário ad hoc.
 
Regularidade formal, portanto.
 
Assim, independentemente dos motivos que levaram os Vereadores, sob a direção do agravante, a votarem pelo afastamento do agravado (o que, aliás, não é objeto do agravo), o que deve ser aferido é se foram observados os rigores do regimento, bem como os princípios básicos da democracia e das sessões legislativas, ao ponto de se ter como legítima ou não a sessão denominada de “continuidade da ordinária”.
 
Daí que, considerando-se que são evidentes os vícios da primeira Sessão, (omissão da votação da proposição questionada pela maioria absoluta dos vereadores; negativa do direito de manifestação requerida pela ordem; votação tumultuada e ilegal, com resultado vicioso; encerramento sem observância da necessária manifestação plenária, dentre outras), a sua continuidade era providência que se impunha, e foi legalmente dirigida, tendo também obedecido aos princípios da publicidade e deliberação.
 
Não há, pois, ao menos neste momento, motivos que justifiquem o sobrestamento da decisão tomada pela maioria absoluta dos membros do Legislativo Municipal.
 
Ad argumentandum tantum, ainda que não fosse regimentalmente preservada a legitimidade da sessão, forçosa seria sua justificativa pela conduta autoritária, antidemocrática e desrespeitosa do agravado que, em detrimento da vontade majoritária da representatividade dos parlamentares, se impôs arbitrariamente na condução dos trabalhos durante a sessão, negando vigência ao regimento e impedindo a deliberação sobre seu afastamento.
 
Digo ainda, que, a despeito de se tratar de matéria afeta à própria Casa Legislativa, é de se notar que os motivos que justificam o pedido de afastamento do agravado da Presidência da Câmara, são razoavelmente plausíveis, porquanto tendem a resguardar a lisura das investigações que seguirão com as Comissões de Inquérito Parlamentar, na busca da verdade sobre os atos ímprobos a ele atribuídos.
 
Consigno, por fim, que o tempo dispensado e as delongas necessárias nesta decisão liminar se justificam pela relevância do interesse coletivo e social que implicam a situação, posto se tratar da atuação do Poder Judiciário com o fim de resguardar a legalidade dentro do Poder Legislativo Municipal. Um Poder onde atuam aqueles escolhidos pelo povo para defender seus interesses, e, portanto, o desfecho do afastamento ou manutenção do líder, sem dúvidas, traz consideráveis reflexos nas proporções de representação.
 
Esses argumentos se traduzem na verossimilhança como requisito para a concessão da liminar pretendida. O periculum in mora, por sua vez, se afere pela maneira autoritária e manipuladora que o agravado conduziu os trabalhos na sessão, evidenciando que, acaso mantido no cargo de Presidente, irá tumultuar também as investigações, comprometendo a efetiva democracia dentro da Casa Legislativa, a liberdade de manifestação, o tramitar ileso dos trabalhos das CPI’s. É preciso assegurar que os julgamentos sejam feitos de maneira escorreita, justa e imparcial; que as decisões sejam pautadas na legalidade, atribuindo a responsabilidade a quem de direito, e, sobretudo, que não seja comprometida a confiança que o povo cuiabano depositou em cada urna, em cada legenda e em cada parlamentar, na mais sagrada forma de democracia brasileira.
 
São estes, então, os fundamentos que me levam a acatar as razões do agravante, para CONCEDER A LIMINAR vindicada, atribuindo efeito suspensivo ao agravo e, consequentemente, sobrestando a decisão recorrida.
 
Comunique-se ao MM. juiz da causa.
 
Uma vez que as contrarrazões já aportaram aos autos, após a devida comunicação e intimações, remetam-se os autos com vistas ao Ministério Público, para colhida do parecer.
 
Intimem-se.
 
Cumpra-se.
 
Cuiabá, 05 de setembro de 2013.
 
José Zuquim Nogueira 
Desembargador Relator

Desembargador afasta João Emanuel

Em decisão liminar, José Zuquim Nogueira compara sessão da Câmara a ‘picadeiro’ e social-democrata a ditador. Defesa contesta afastamento

OTMAR DE OLIVEIRA
Para desembargador, João Emanuel quis ‘empurrar’ apreciação de sua própria cassação sem sequer que alguém a tivesse requerido
KAMILA ARUDA
Da Reportagem

O vereador Onofre Junior (PSB) é o novo presidente da Câmara de Cuiabá. O Tribunal de Justiça concedeu liminar diante do agravo de instrumento impetrado pelo segundo vice-presidente da mesa diretora, vereador Haroldo Kuzai (PMDB), e determinou o afastamento de João Emanuel (PSD) da presidência do Legislativo Municipal.

A decisão foi proferida ontem (5) pelo desembargador da Quarta Câmara Cível, José Zuquim Nogueira, e torna sem efeito a de autoria do juiz Roberto Teixeira Seror, concedida na última sexta-feira (30) garantindo a permanência do social-democrata no cargo.

O afastamento do parlamentar foi aprovado na Câmara na quinta-feira passada (29) durante uma sessão realizada literalmente no escuro e sem a presença de taquígrafos ou registros oficiais. Isto porque o encontro ocorreu após João Emanuel encerrar a sessão ordinária por falta de quorum.

Insatisfeitos com a postura do social-democrata durante a plenária, os vereadores governistas reabriram a sessão para votar o afastamento. Na ocasião, os 16 vereadores da base do prefeito Mauro Mendes (PSB) participaram da votação.

“Após análise minuciosa do processado, sobretudo das razões do recurso e das provas apresentadas, incluindo o material de áudio e visual, lamentavelmente, concluo que a situação sub judice mais se assemelha a cenas protagonizadas num ‘picadeiro’, que com a atuação de membros do legislativo, numa sessão plenária, representando a vontade do povo cuiabano”, comparou o magistrado.

Para Zuquim, o João Emanuel quis empurrar “goela abaixo” a votação de cassação de seu próprio mandato sem sequer alguém a ter requerido. Ele classifica o social-democrata como “ditador”.

“Em ato de evidente retrocesso à época da ditadura, negando o exercício do direito de manifestação aos seus pares e, consequentemente, o estado democrático de direito, conturbou o processo de votação que se referia (ou deveria se referir) a um pedido devidamente formulado pela maioria absoluta dos vereadores”.

O líder do prefeito na Câmara, vereador Leonardo de Oliveira (PTB), foi quem apresentou o requerimento solicitando o afastamento de João Emanuel da presidência para apurar possível prática de quebra de decoro parlamentar e prevaricação.

Numa clara manobra política visando se garantir no cargo, o então presidente atropelou etapas, abriu mão de defesa e colocou em votação um suposto pedido de cassação, que acabou rejeitado.

“Foram momentos de tensão, pressão psicológica, manifestação desrespeitosa de poder e burocracia; desordem, comprometimento de direitos; ilegalidade, arbitrariedade; atos de protesto, tanto de forma tácita quanto expressa, e a tudo isto o agravado [João Emanuel] mostrou-se alheio, ignorando sua função de coordenar, apaziguar, dirigir, e, sobretudo, de garantir o pleno desenvolvimento dos trabalhos, que deveriam estar pautados na ordem, na observância do regimento e do respeito às manifestações dos componentes da Casa Legislativa”, refletiu Zuquim.

De acordo com o desembargador, o social-democrata agiu com “ilegalidade” e “arbitrariedade”. “O que ficou claro foi à conduta ardilosa do presidente para distorcer o pedido posto na proposição dos vereadores, que não foi colocado em votação”, pontua.

Zuquim ainda afirma que a votação foi conduzida de “forma tumultuada” a ponto de computar 25 votos, quando havia apenas 24 vereadores em plenário.

Para o magistrado, a sessão foi repleta de vícios, entre eles “omissão da votação da proposição questionada pela maioria absoluta dos vereadores; negativa do direito de manifestação requerida pela ordem; votação tumultuada e ilegal, com resultado vicioso e encerramento sem observância da necessária manifestação plenária”.

Por conta do ‘conjunto da obra’, o magistrado afirma que “sua continuidade era providência que se impunha e foi legalmente dirigida, tendo também obedecido aos princípios da publicidade e deliberação”.

Além disso, acrescenta que o afastamento imediato de João Emanuel se faz necessário para manter a segurança das investigações que os vereadores da base governista tentam promover contra ele.

“O periculum in mora, por sua vez, se afere pela maneira autoritária e manipuladora que o agravado conduziu os trabalhos na sessão, evidenciando que, acaso mantido no cargo de presidente, irá tumultuar também as investigações, comprometendo a efetiva democracia dentro da Casa Legislativa, a liberdade de manifestação, o tramitar ileso dos trabalhos das CPIs”, escreveu.

Para o advogado de João Emanuel, Eduardo Mahon, no entanto, a liminar não afasta o social-democrata da presidência, apenas valida a “sessão vespertina” que colocou em votação o afastamento.

Mahon também questiona o fato de os 16 votos representarem a vontade da maioria. “Devemos lembrar que os 16 votos colhidos não são suficientes para a medida temporária, posto demandar 2/3 dos vereadores, o que somaria 17 votos, conforme artigo 200 do Regimento Interno”, argumenta.

Ele acredita na derrubada da liminar, uma vez que “não houve quorum para a medida de afastamento do atual presidente João Emanuel Moreira Lima, que permanece no cargo”. 

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=438150

Justiça concede liminar favorável a Leonardo de Oliveira e João Emanuel é “novamente” afastado da Câmara

 olhar direto
Justiça concede liminar favorável a Leonardo de Oliveira e João Emanuel é “novamente” afastado da Câmara

 Acaba de desenrolar mais um capítulo na guerra jurídica entre o líder do prefeito Mauro Mendes (PSB), Leonardo Oliveira (PTB), contra a oposição na Câmara dos Vereadores de Cuiabá.

Agora, uma liminar favorável ao petebista afastou o presidente do Legislativo Municipal, João Emanuel, de suas funções administrativas.
 
A decisão é do desembargador José Zuquim, e deve dar novo folego aos vereadores da base do prefeito, que também tentam através de vias judiciais uma forma de instalar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar alterações supostas irregulares na Lei de Diretriz Orçamentarias (LDO), nos Processos Legislativos na Câmara e na Lei de Ocupação do Solo, as quais teriam sido feitas pelo vereador João Emanuel. 

Justiça autoriza Câmara de Cuiabá a instaurar CPI da CAB


Das cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) requeridas na Câmara Municipal de Cuiabá apenas a CPI da CAB terá sua investigação encaminhada, devido liminar da Justiça que desarquivou o requerimento de investigação.
 
A CPI da CAB foi requerida pelo vereador Renivaldo Nascimento (PDT), no mês passado, quando obteve 16 assinaturas dos 25 vereadores. A ação de arquivar as investigações partiu do até então presidente da Casa João Emanuel (PSD), que naquele período foi considerada um atitude desrespeitosa ao regimento interno da Câmara.
 
Renivaldo alega que realizou o requerimento do CPI da CAB porque a população de Cuiabá não está recebendo o devido atendimento no que diz repeito ao abastecimento de água e no tratamento de esgoto.
 
"Hoje nós políticos e nem a população sabemos do andamento desta empresa, da forma que está só eles estão ganhando, o esgoto está sendo jogado de forma in natura no rio cuiabá, cometendo crime ambiental, não temos um fornecimento de água correspondente com que pagamos , Ou seja, nós pagamos por um serviço de má qualidade, eles não investem e vamos ficar calados? De forma alguma, a CPI da CAB é para verificar o que estão fazendo e pra trazer melhorias para população cuiabana", informou o vereador. 
 
O juiz Geraldo Giraldelli que desarquivou a CPI da CAB considerou irregular a atitude de vereador João Emanuel em tentar impossibilitar as investigação sobre esta prestadora de serviço.  

Mauro: aceito debater todos meus atos

Em meio ao caos formando entre governistas e oposicionistas, prefeito sustenta estar tranquilo sobre todas suas ações e convicto do que é certo


NOME: Mauro Mendes Ferreira
IDADE: 49 anos
NATURALIDADE: Anápolis - Goiás
ESTADO CIVIL: Casado 
THIAGO ANDRADE
Especial para o Diário

Pivô da disputa que se instaurou na Câmara de Cuiabá entre os vereadores da base governista e da oposição, o prefeito Mauro Mendes (PSB) garante estar absolutamente tranquilo em relação a todas as ações que adotou desde que assumiu o Palácio Alencastro e pronto para debatê-las com qualquer um.

Em entrevista ao Diário, o socialista disse considerar nunca ter brigado com ninguém e que jamais desejou algo do gênero. Se viu, no entanto, em meio ao “fogo cruzado” que se originou entre os parlamentares desde que foi proposta a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades – já descartadas pelo próprio Ministério Público do Estado – em uma licitação.

À reportagem, o prefeito ponderou acreditar que, com diálogo, situação e oposição encontrarão o melhor caminho e cobrou que a iniciativa parta dos 25 vereadores.

Quanto à sua postura à frente do Executivo municipal, Mendes pontuou ser firme em relação às medidas que acredita serem corretas e que não abrirá mão de nenhuma delas, especialmente, aquela sobre a impossibilidade de aumentar o repasse financeiro efetuado ao Legislativo.

Sem um vice-prefeito e tendo como seu substituto direto seu maior opositor, o presidente da Câmara, vereador João Emanuel (PSD), o socialista afirma viver uma situação “atípica” na política. Apesar disso, lembra que, ainda durante a campanha, já previa que comandar o município seria um grande desafio, fator que lhe agrada.

De um modo geral, sua auto-avaliação sobre os oito meses de mandato até agora é positiva. Um período, para ele, de conhecimento sobre o funcionamento da máquina e relações públicas e, ao mesmo tempo, de resultados concretos. “Graças a Deus, estou preparado para vencer”.

DIÁRIO - O pior da crise com a Câmara já passou?

MAURO MENDES – Como prefeito, eu fui eleito para administrar Cuiabá. Fui eleito para cuidar dos interesses de todos nós cuiabanos. Não podemos negar que existiram momentos que podem ser considerados como crise, mas durante todo esse período o meu grande foco foi continuar trabalhando por Cuiabá. Fui eleito para isso e estou focado nisso: nos grandes projetos, nas soluções para a cidade, nos pequenos detalhes.

Cuidando, como nessa semana fui à Lagoa Encantada, no CPA, para ver o problema do esgoto que continua caindo lá e não foi resolvido. Cuidar das reformas das escolas, do projeto Porto Cuiabá. Essa tem sido a dinâmica do nosso dia-a-dia, resolvendo os problemas da cidade, papel para o qual fui eleito. Os problemas existem, mas tenho certeza que o diálogo é capaz de encontrar o melhor caminho. A maior responsabilidade de encontrar esse caminho é dos nossos 25 vereadores, que fazem parte da nossa Casa de Leis.

DIÁRIO - Em algum momento o senhor pensou em recuar de algumas das suas posições neste embate com a Câmara? Chegou a avaliar que a cidade poderia perder com toda esta briga?

MENDES – Nunca desejei brigar com ninguém e considero que nunca briguei com ninguém. Sou firme em defender aquilo que eu acredito e fui claro ao dizer, através dos meus secretários, que a prefeitura de Cuiabá não tem condições de aumentar os repasses da Câmara e eu não abrirei mão dessa posição em momento algum.

DIÁRIO - O senhor reconhece como legítima uma oposição como a feita pelo presidente da Câmara, vereador João Emanuel (PSD)?

MENDES - Foi demonstrado por nós e reconhecido pelo Tribunal de Contas do Estado como inconstitucional, portanto, é impossível de ser feito nesse aumento. Contra fatos não há argumentos.

DIÁRIO - Defina o político João Emanuel em uma frase?

MENDES – Presidente da Câmara. Respeito isso. Foi eleito e respeito a democracia.

DIÁRIO - O fato de o deputado João Malheiros (PR) ter renunciado à vice-prefeitura tem peso na oposição ao senhor? Afinal, na prática, o vice é o presidente da Câmara.

MENDES – Certamente, isso cria uma situação atípica na política. Um prefeito que não tem um vice e que, ao mesmo tempo, tem o presidente da Câmara de oposição, que é o seu ‘vice’. Isso parece um pouco desconfortável. Mas vim aqui para trabalhar, para agir com honestidade. Vim para ajudar Cuiabá nos próximos quatro anos. Todos aqueles que estiverem alinhados com isso serão meus amigos e aliados. Todos que quiserem jogar contra Cuiabá serão meus adversários.

DIÁRIO - O senhor não quis o apoio do deputado estadual José Riva (PSD) durante a campanha para prefeito. Como João Emanuel é genro dele, o senhor enxerga “o dedo” de Riva em alguns atos do presidente da Câmara?

MENDES – Não tenho informação fidedigna para fazer essa afirmação. O deputado Riva é um deputado estadual que tem que cuidar de Mato Grosso. Câmara de Cuiabá cuida de Cuiabá. Assembleia Legislativa cuida de Mato Grosso.

DIÁRIO - De que forma o Alencastro tem atuado na briga entre base e oposição na Câmara?

MENDES - Respeitando a liberdade e a autonomia da Câmara, sem qualquer interferência direta.

DIÁRIO - Qual a avaliação que o senhor faz destes primeiros oito meses de mandato? Era o que o senhor esperava encontrar?

MENDES – Muito desafiador. Foi um período de conhecimento e, ao mesmo tempo, começamos a apresentar resultados, demandas concretas para a cidade. Cito o Programa Novos Caminhos, com 70 quilômetros de ruas asfaltadas, e os mais 120 médicos na saúde. Começamos também um programa forte de reforma das escolas municipais. Estamos construindo 22 novas creches e começamos a colocar ordem na casa.

Estamos fazendo um grande trabalho de cobrança dos devedores. Enfrentamos funcionários que não queriam trabalhar. Colocar ordem na casa tem sido uma das principais metas, dentro das principais ações que estamos desenvolvendo. O desafio é muito grande, mas sempre gostei de desafios. Tinha dito isso durante a campanha, não estava errado. Administrar Cuiabá será o maior desafio da minha vida.

Graças a Deus, estou preparado para vencer. Peço a ajuda de Deus, dos amigos, dos meus secretários, dos servidores e de todos os cidadãos de bem, porque essa não é tarefa de um homem só, mas de todos aqueles que querem bem a essa cidade e querem fazer dela um lugar para construir a sua vida, construir o seu futuro e de sua família.

DIÁRIO - No início da administração, o senhor falou muito da precariedade da saúde financeira da prefeitura. O discurso mudou. As contas melhoraram?

MENDES – As receitas públicas são limitadas. Administrar um município é morar ao lado de todos os problemas que afetam os cidadãos. É no município que as pessoas vivem. É ali que elas têm necessidade por saúde, educação, segurança, esporte, lazer. Ainda temos que coletar lixo, fazer obras, cuidar dos idosos, das crianças, enfim, enormes responsabilidades. Para isso, temos pouco mais de 14% ou 15% das receitas que ficam com o município. Nós temos muito desafio e a menor receita. Então, é preciso ter seriedade, foco e muita vontade para entregar resultado. É isso que esperamos fazer.

DIÁRIO - A “briga” entre a Câmara e a prefeitura não tem paralelo na história recente de Cuiabá. O senhor imaginou que a relação chegaria ao ponto que chegou?

MENDES – Estou muito tranquilo e tudo que tenho feito sou capaz de debater no jornal, na TV, no rádio ou em qualquer fórum que possamos criar. Estou defendendo Cuiabá e o interesse do povo cuiabano. Tenho certeza que estou ao lado da grande maioria do povo cuiabano, que quer o dinheiro público voltado ao interesse público e não ao de uma ou duas pessoas.

DIÁRIO - O senador Blairo Maggi (PR), ao que parece, não tem interesse de se candidatar ao governo em 2014. Como fica o cenário sem ele na disputa?

MENDES – Estamos muito longe de 2014. Tenho dito que não podemos acabar uma eleição e começar outra. Precisamos voltar as nossas energias, o nosso foco, aos grandes desafios que estão presentes no dia-a-dia da nossa cidade, do nosso Estado, do nosso Brasil.

Portanto, o cenário de 2014 nós vamos ter muito tempo para construí-lo e fazer as conjecturas de quem serão os futuros candidatos, mas eu já dizia, lá em 2012, que Pedro Taques (PDT) ou Blairo Maggi seriam, possivelmente, o nosso candidato e, com certeza, o próximo governador do Estado.

DIÁRIO - Com a desistência de Maggi, o grande favorito ao governo no ano que vem é o senador Pedro Taques. Ele é o seu candidato?

MENDES – Nunca fizemos uma discussão clara. Tenho pelo senador Pedro uma amizade pessoal, apreço político, confio na sua trajetória, na sua história e tenho certeza que ele é um grande nome no cenário político brasileiro. Se for candidato, terá grandes chances de ser o próximo governador do nosso Estado.

DIÁRIO - O senhor acredita que o governador Eduardo Campos será candidato a presidente pelo PSB?

MENDES – Gostaria muito, porque o conheci um pouco mais de perto. O governador Eduardo Campos é hoje o presidente nacional do nosso partido, é o governador com a melhor avaliação. Demonstrou competência, tem experiência, apresentou resultados ao seu Estado. Tenho certeza que o Brasil precisa de uma mudança no cenário político.

DIÁRIO - O melhor é um acordo com o PSDB de Aécio Neves ou uma candidatura como terceira via, sem ligação com PT e o PSDB?

MENDES – O melhor acordo é com o povo brasileiro. O melhor acordo é com as mudanças que as ruas estão pedindo. Quem tiver a capacidade de interpretar isso, vai sair na frente. 

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=438234