A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de
Franca (SP) teve acatado o pedido de prisão preventiva do rapaz de 18 anos, suspeito de espancar uma menina de sete meses com a ajuda da mãe dela no início do mês de maio. Segundo a delegada Graciela David Ambrósio, a Justiça decretou a prisão do jovem na sexta-feira (24), e desde então, ele está foragido. De acordo com Ambrósio, a mãe da criança, uma adolescente de 15 anos, deve ser detida, mas o parecer sobre o pedido encaminhado pela DDM ao juiz da Infância e Juventude de Franca ainda não foi anunciado.
A delegada afirmou que após a conclusão do inquérito policial, o casal deve responder pelo crime de tortura. Na semana passada, a mãe da criança confessou à polícia que havia espancado a filha para se vingar do pai da menina, já que o atual companheiro estaria com ciúmes. O bebê que teve sete costelas quebradas e que apresentou pneumonia está internado na Santa Casa de Franca. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a criança tem apresentado uma melhora gradativa.
De acordo com Ambrósio, o inquérito policial deve ser concluído após novo exame de corpo de delito na criança. "O médico legista pede 30 dias para dar a conclusão final da natureza da lesão, ou seja, se foi lesão grave ou gravíssima. A criança será submetida a exames novamente", afirma. Apesar da confissão da mãe, que afirmou que a criança foi agredida a socos, a delegada ainda investiga outras possíveis agressões ao bebê. "Estamos nos inteirando melhor do que aconteceu. Podem ter havido outras situações. Vamos tentar esclarecer melhor durante as investigações.” Entretanto, a delegada acredita que os sinais apresentados pela criança configuram crime de tortura. "Por tudo o que nós levantamos, pelos fatos, pelo sofrimento intenso e prorrogado que a criança teve, eu entendo que eles praticaram o crime de tortura. Encaminharemos o caso ao juiz, que decidirá se denuncia ou não no referido crime", explica a delegada.
Ambrósio afirma que o namorado da mãe da criança, que está foragido, desapareceu no dia 20 de maio, data em que a adolescente confessou o espancamento da criança e confirmou a participação do jovem no crime.
Passa bem
Internado na Santa Casa desde o dia 15 de maio, o bebê tem evoluído gradativamente. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a criança teve uma melhora clínica importante nos últimos dias - já respira sem a ajuda de aparelhos e se alimenta pela boca. Entretanto, não há previsão de alta.
Na semana passada, o Conselho Tutelar de Franca afirmou que a guarda provisória da menina ficaria com uma prima da mãe agressora. Segundo o Conselho, a mulher, de 26 anos, se dispôs a cuidar da criança e tem a intenção de pedir a tutela permanente dela, o que será decidido pela Justiça.
O caso
A agressão teria ocorrido no dia 13, mas a adolescente só procurou ajuda médica para o bebê dois dias depois, quando ele apresentava dificuldade para respirar. A menina chegou ao hospital onde foi constatado que ela havia fraturado sete costelas. No dia 17 de maio, peritos do Instituto Médico Legal (IML) realizaram exames de corpo de delito, que constataram que a criança havia sido espancada.
A adolescente e o namorado foram levados à delegacia. Segundo a delegada, a princípio, o casal afirmou que a criança havia sofrido uma queda, mas, em depoimento à polícia, a mãe revelou que havia espancado a filha porque estava nervosa. Ela e o atual companheiro teriam tido uma discussão por causa do ex-namorado dela, que é pai do bebê. Com o intuito de ‘descontar’ a raiva, a jovem passou a agredir a criança com socos. Segundo ela, o namorado de 18 anos também bateu no bebê. O rapaz, no entanto, negou as acusações.
Delegada Graciela Ambrósio pediu prisão de acusados de espancar bebê de sete meses (Foto: Reprodução/ EPTV)
