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“A violência contra a criança é um crime silencioso”

Delegada Alexandra Fachone, da Deddica, expõe a realidade da violência intrafamiliar

Mary Juruna/MidiaNews
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Delegada Alexandra Fachone, da Deddica: todo o mês, chegam 300 boletins de ocorrência
LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – instituído pela Lei Federal 9.970/2000 – é celebrado em 18 de maio.

Apesar das intensas campanhas do governo, os números da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) mostram que muito ainda precisa ser feito.

Em apenas cinco meses, foram mais de 240 inquéritos policiais instaurados e mais de seis prisões já realizadas – um aumento de 26,83% em relação aos primeiros meses do ano passado.

Delegada da Deddica há dois anos, Alexandra Fachone critica a falta de políticas públicas e de estrutura familiar que, em sua opinião, fazem com que esses crimes continuem existindo.

“É importante que os governantes reflitam e criem políticas públicas de prevenção, porque atuar na repressão somente não fará com que essa realidade mude ou que isso pare de acontecer”, disse.

Em entrevista ao MidiaNews, ela conta quais são os crimes mais registrados contra a criança e o adolescente em Cuiabá, onde eles ocorrem, qual o perfil das vítimas e dos agressores e as dificuldades na investigação de cada caso.

"Quando você acha que já viu de tudo, você encontra novos casos que provam como o ser humano é capaz de ser extremamente cruel"
“Quando você acha que já viu de tudo, você encontra novos casos que provam como o ser humano é capaz de ser extremamente cruel”, desabafou.

Confira os principais trechos da entrevista concedida pela delegada ao MidiaNews:

MidiaNews – Os crimes de violência contra a criança e adolescente podem ser considerados de natureza “silenciosa”, uma vez que as vítimas, muitas vezes, não os denunciam?

Alexandra Fachone –
 É um crime silencioso, principalmente porque é intrafamiliar, ou seja, ocorre dentro do ambiente familiar. Então, é muito difícil para a vítima manifestar para alguém que ela gosta ou que ela tenha confiança, a violência que ela vem sofrendo.

MidiaNews – Quais são os crimes mais registrados em Cuiabá?

Fachone – 
Na prática, a maioria dos casos contra crianças e adolescentes é contra sua integridade física, de lesão corporal, maus tratos e abuso sexual.

MidiaNews – Quantos procedimentos a Deddica já abriu neste ano?

Fachone –
 Apenas este ano a Deddica já abriu 246 inquéritos policiais e 122 termos circunstanciados de ocorrência, além de ter realizado mais de 200 verificações preliminares de denúncias anônimas.

"Apenas neste ano, a Deddica já abriu 246 inquéritos policiais"
MidiaNews – Aumentou o número de denúncias em relação aos anos anteriores?

Fachone –
 Sim, o índice vai aumentando a cada ano, tanto daqueles que resultam na instauração de inquérito policial, que são de crimes mais graves, quanto dos que resultam em Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), onde a gente apura autoria e materialidade de crimes com menor potencial ofensivo. Acreditamos que esse aumento se deve, principalmente, pelo trabalho maior de divulgação dos casos que são registrados e investigados, notadamente os mais graves. A maioria dos casos não são divulgados, pois nossas vítimas e suas famílias precisam ser preservadas. Está sendo dada uma resposta à sociedade, que vê os agressores sendo punidos, e isso acaba incentivando com que as vítimas quebrem o silêncio e denunciem. Porque o crime sempre existiu, principalmente o sexual, mas ninguém falava. A vítima não quebrava essa lei do silêncio porque a sociedade até a taxava de culpada daquela situação. E isso ainda existe, principalmente nos casos envolvendo adolescentes, porque o próprio agressor acaba trabalhando esse lado do psicológico da vítima e ela fica se sentindo mal para denunciar alguma coisa.

MidiaNews – E o percentual de êxito nas investigações da Deddica é alto?

Fachone – 
Sim. A maioria dos inquéritos instaurados é concluída com autoria e materialidade definida, com várias prisões feitas, o que hoje é mais difícil porque para se prender preventivamente tem que estar presentes os requisitos e pressupostos que garantam essa prisão. Não é qualquer autor de delito que pode ser preso. Às vezes a gente até prova quem é o agressor, mas não cabe a prisão, porque ele não está ameaçando a vítima, não fugiu, não demonstra risco para a investigação.

Mary Juruna/MidiaNews
"A maioria dos casos é de violência intrafamiliar, envolvendo pais e parentes"
MidiaNews – Levando em conta sua experiência e atuação nesses casos, onde esses crimes são mais recorrentes?

Fachone –
 Esses crimes acontecem em famílias de qualquer classe social, infelizmente. Embora os casos de maior incidência sejam registrados na periferia, os crimes contra crianças e adolescentes não são restritos às classes menos favorecidas. Também são encontrados nas classes mais abonadas. O que eu vejo é uma falta de estrutura familiar. Os pais trabalham o dia todo, por exemplo, e as crianças ficam sozinhas, sem os cuidados de um adulto, sem supervisão e principalmente sem limites. Daí os pais chegam à noite já cansados, sem tempo, disposição e paciência para dar atenção aos filhos e acabam não fornecendo o suporte que eles necessitam, carinho, cuidado, presença mesmo, não perguntam como foi seu dia, o que eles fizeram, se está tudo bem, como foram na escola, enfim, acabando criando uma lacuna, fazendo com que os filhos se sintam sozinhos, quando não os fazem ficar revoltados por serem seus próprios agressores. Deixam uma porta aberta para que recebam pessoas que poderão ocupar o lugar daqueles pais. E aí essa pessoa pode ser um pedófilo ou qualquer outro agressor.

MidiaNews – Em quais situações mais ocorrem esses crimes e quem, na maioria das vezes, assume o papel de agressor?

Fachone – 
A maioria dos casos é de violência intrafamiliar, ou seja, envolvendo os pais e parentes. Em sequência aparecem os vizinhos, amigos, pessoas que tem contato íntimo com a vítima. O agressor é sempre alguém que tem algum contato com a vítima. É diferente de ser vítima de um assalto, roubo ou outro crime que ocorre com qualquer um na rua, feito por um desconhecido. A criança não sofre esse tipo de crime. Isso é extremamente raro. O crime contra a criança e o adolescente sempre é praticado pela família, pelos parentes, pais, mães, padrastos, madrastas, tios, tias, a padrinhos, cuidador, sempre por alguém que tenha contato, intimidade e confiança da vítima, e ainda pior, de forma reiterada.

MidiaNews – Há como se traçar o perfil desses agressores?

"Infelizmente, o agressor não tem um perfil pré-determinado. Eles estão em todas as classes sociais, possuem os mais variados graus de instrução"
Fachone –
 Infelizmente, o agressor não tem um perfil pré-determinado. Eles estão em todas as classes sociais, possuem os mais variados graus de instrução – vão desde uma pessoa analfabeta até uma pessoa que tem pós-graduação, mestrado e doutorado. Já tivemos casos assim. Não é aquela pessoa que você olha e fala, por exemplo: ‘essa cara é um pedófilo’. Pelo contrário, normalmente é uma pessoa que está acima de qualquer suspeita, que goza de uma boa reputação social, é bem quista pela sociedade, é amiga de todo mundo, gosta de ajudar. E por trás dessa carapuça, se esconde um monstro.

MidiaNews – Há uma faixa etária mais vulnerável? As vítimas são, predominantemente, de que sexo?

Fachone – 
No caso dos crimes sexuais, as crianças do sexo feminino são as mais vulneráveis. Mas quando se trata de maus tratos e lesões corporais, não há predominância. A faixa etária também não tem como definir. Temos vítimas de abuso de até um até sete anos, mas os casos mais comuns são de menores de 14 anos, onde há o estupro de vulnerável. Recentemente tivemos o caso de uma criança de três anos que foi abusada pelo avô, com penetração.

MidiaNews – A criança ou o adolescente normalmente revela, em seu comportamento, sinais que foi vítima de algum tipo de abuso sexual ou agressão?

Fachone –
 Aqui a gente conta com um psicólogo, que é uma pessoa capacitada para fazer essa aferição. Mas a própria família pode perceber que algo de anormal está acontecendo, porque a vítima apresenta vários sintomas quando está sofrendo algum tipo de violência, principalmente se for uma violência sexual. Ela se torna introspectiva, fica com medo de adultos, se isola do convívio social, apresenta baixo rendimento escolar. A vítima também pode apresentar sintomas pós-traumáticos, como medo, insônia, ansiedade e depressão, pode se tornar agressiva sem motivos, revoltada, enfim, há diversos tipos de sintomas em que se pode verificar que aquela criança ou adolescente está passando por alguma situação diferente, merecedora de atenção. Às vezes, há também as evidências físicas como lesões nas partes íntimas, que ocorrem menos, mas normalmente é o psicológico que sobressai. Por isso que é importante que os pais sempre tenham contato com a criança, perguntem a ela o que está se passando no dia-a-dia, fiquem atentos aos seus comportamentos e se fazem merecedores de sua confiança para que possa existir dialogo e a vítima possa contar o que vem sofrendo.

Mary Juruna/MidiaNews
"Todos processo de investigação é difícil"
MidiaNews – Há casos em que a própria vítima faz a denúncia dos abusos sofridos? Como essas denúncias podem ser feitas?

Fachone – 
Sim. Há casos de adolescentes, por exemplo, em que eles vêm pessoalmente à delegacia para fazer a denúncia ou usam o Disque Denúncia e fazem a denúncia anônima, mesmo sendo vítima, por meio do Disque 100 ou 197. Mas, mesmo vindo pessoalmente à delegacia, a pessoa pode ter sua identidade preservada, caso tema represálias. Chegando a notícia aqui, a gente preserva a identidade dela e investiga da mesma forma. Qualquer pessoa pode denunciar: vizinho, alguém que viu a pessoa fazendo algo suspeito, enfim, qualquer pessoa que tenha presenciado ou sabe que a vítima está sofrendo algum tipo de agressão.

MidiaNews – Qual a forma mais frequente de denúncia?

Fachone –
 A mais frequente é pela presença na delegacia. Todo o dia a Deddica está cheia e recebe muitas denúncias. Geralmente a mãe vem e já traz a criança a qual recebe todo o atendimento necessário para dar início imediato às investigações. Não é um procedimento que dá para esperar. Essa vítima precisa ser atendida o mais rápido possível até porque, se for criança muito pequena, por exemplo, pode esquecer detalhes importantes. Precisamos tomar medidas rápidas, pois se couber prisão, o agressor precisa ser retirado do convívio social o mais rápido possível a fim de evitar que faça novas vítimas.

MidiaNews – Algumas denúncias também são feitas pelo Conselho Tutelar? Como funciona essa parceria com a polícia?

Fachone – 
Os conselheiros nos auxiliam muito, porque existe um conselho em cada bairro e às vezes a família da vítima é tão carente que não tem condições de chegar à delegacia e acaba procurando primeiro o conselho tutelar por estar mais próximo. É importante destacar que os conselhos atendem diversas famílias em suas regiões, mesmo em situações que não configuram crimes, e acabam por criarem vínculos com as famílias e assim facilitam o acesso quando elas necessitam de apoio. Podemos dizer que eles são grandes parceiros da Deddica e são essenciais para que o nosso trabalho tenha efeito e a gente consiga ter êxito nas investigações.

MidiaNews – Como é o procedimento, a partir do momento em que as vítimas chegam à delegacia?

Mary Juruna/MidiaNews
Alexandra Fachone: Falta estrutura familiar e implementação de políticas públicas
Fachone – 
Se for criança até 12 anos de idade, ela é atendida pela equipe multidisciplinar, formada por uma assistente social e um psicólogo. Eles fazem o que denominamos de acolhimento, que é o recebimento da vítima em um espaço adequado, que no nosso caso é a brinquedoteca, um espaço lúdico, onde a criança permanece o tempo que for necessário, geralmente brincando, até que ela encontre confiança na equipe e sinta vontade de manifestar o que aconteceu. Depois que ela passa por esse atendimento psicossocial e havendo vestígios do crime, ela é encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal), para apurar a materialidade delitiva. Na maioria dos casos de crimes sexuais, por exemplo, não há materialidade, não há vestígios, porque se tratam de atos libidinosos. Mas há, infelizmente, casos em que há penetração ou então manipulação agressiva do órgão sexual da vítima que permitem aferir a materialidade delitiva.

MidiaNews – E as crianças falam livremente sobre o que sofreram?

Fachone –
 Falam. Geralmente as crianças muito pequenas, de dois a três anos, são as mais difíceis de terem os depoimentos colhidos, porque elas não têm muita noção da gravidade do que aconteceu e a equipe não pode induzir a resposta. Mas elas demonstram, por meio dos nossos bonequinhos na Brinquedoteca. Eles perguntam se alguém a machucou ou fez algo que ela não gostava e, se ela diz que sim e não consegue explicar ou falar exatamente sobre o que aconteceu, ela mostra nos bonequinhos onde mexeram nela, onde a agrediram, ou seja, ela encontra na brincadeira uma forma de se expressar. A fala da vítima tem um valor probatório muito grande, porque é um crime onde não há testemunhas presenciais. Contudo ela não é aferida de forma isolada, há todo um conjunto probatório de fatos usados para se comprovar o crime ocorrido. São colhidos depoimentos de testemunhas que irão falar sobre a rotina da vítima, se ela ficava sozinha com agressor, suas mudanças de comportamento, tem o laudo pericial. E há caso, nos crimes sexuais, em que conseguimos fazer exame de DNA e comprovar a presença de material genético do agressor. Enfim, são crimes graves que têm que ser muito bem investigados para que não haja falha quanto a acusação.

MidiaNews – Depois disso, há um acompanhamento da vítima?

Fachone – 
Sim, o psicólogo e a assistente social fazem um encaminhamento da vítima para tratamento psicológico no sistema público de saúde.

"Na maioria dos casos, eles ganham a confiança da vítima, dão dinheiro, compram presentes"
MidiaNews – E quando os pais estão envolvidos? Há muitos casos em que o pai ou a mãe é o agressor e o parceiro é conivente com o crime?

Fachone – 
Sim, já pegamos casos assim. É uma situação delicada e aí as pessoas próximas precisam ter esse cuidado, como os avós. Já tivemos casos, por exemplo, quando o namorado da mãe era o agressor e ela era conivente. Então, nesses casos a mãe é indiciada no inquérito e responde criminalmente da mesma forma que o agressor, pois ela tinha o dever jurídico de proteger o filho. Nesses casos, a criança é retirada do convívio familiar depois que o Conselho Tutelar e o Ministério Público tomam ciência da investigação e, podendo o promotor de Justiça solicitar a destituição do pátrio poder dos pais agressores. Se houver alguém da família que possa cuidar da vítima, é preferível que ela fique no ambiente familiar. Mas, se não houver ninguém que possa ficar com a criança, ela é encaminhada ao Lar da Criança.

MidiaNews – A senhora acredita que a legislação é falha, branda na punição desses agressores?

Fachone –
 Não. Quanto aos crimes sexuais, houve mudanças no código penal com a criação de novos tipos penais e a pena majorada, como o estupro de vulnerável, além de novos crimes também no ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], Lei 8.069/90, igualmente com a pena elevada, sem contar que são crimes hediondos, havendo na prática muitas condenações.

MidiaNews – A lei permite que esses agressores sejam beneficiados com progressão de pena e alguns acabam voltando às ruas. Nesse caso, há situações de reincidência já investigados pela Deddica?

"Em média, recebemos 300 boletins de ocorrência por mês. Crimes contra a integridade física, maus tratos e, até mesmo, tortura a gente tem aqui"
Fachone –
 Casos em que a vítima volta a ser molestada pelo mesmo agressor, não. Antes da investigação sim, porque como é um crime intrafamiliar, é muito comum ela ser violentada várias vezes, por um longo período de tempo, até ela conseguir quebrar o silêncio e procurar ajuda. Agora, depois disso, muito raro isso acontecer. Na prática, ainda não tive conhecimento disso.

MidiaNews – E os agressores, quando são intimados a prestar depoimento na delegacia, reconhecem o ato?

Fachone – 
Não. Eles sempre negam. Eu tive uns dois casos, em que os agressores foram pegos em flagrante e não tinham como negar. E ainda assim, eles invertem e dizem que a criança que insistiu porque queria dinheiro, queria alguma coisa em troca e ele acabou cedendo. Em um desses casos, a vizinha viu o homem praticando atos libidinosos com uma menina de oito anos e, na hora do interrogatório, quando disse que ele foi visto, ele disse isso. Ou seja, há uma inversão total da realidade.

MidiaNews – Qual é o tipo mais comum de abordagem e convencimento da criança? É por meio da intimidação?

Fachone – 
Na maioria dos casos, eles ganham a confiança da vítima, dão dinheiro, compram presentes. Por isso é difícil ter lesão corporal, porque a violência é rara ou em último caso. Às vezes, usam de recursos não só da parte material, como presentes, mas também psicológica, com agrados, se fazem presentes, elogiam, levam para passear. A maioria é pelo agrado, pela confiança, até chegar ao abuso e a vítima acaba não conseguindo se defender.

MidiaNews – Com qual idade a senhora acredita que a vítima já consegue perceber que há algo errado, que está sendo abusada?

Fachone –
 Acredito que com três a quatro anos a criança já consegue discernir que o ato é errado, que não deve ser feito, que lhe é agressivo de alguma forma.

"Independentemente da pedofilia ser considerada uma patologia, uma doença, isso não exime agressor da culpa, porque ele sabe o que é certo e o que é errado"
MidiaNews – Sendo uma mulher a tratar desses tipos de casos, qual a maior dificuldade que a senhora encontra no cotidiano?

Fachone – 
Todo o processo de investigação é difícil porque, a cada dia, nos deparamos com uma situação mais horrível que a outra e, por muitas vezes, você acaba se colocando no lugar daquela vítima, daquela família que está passando por aquilo, por aquela dor, e acaba sentindo junto. Essa semana eu tive uma mãe aqui, por exemplo, que não conseguiu prestar depoimento porque estava sob efeito de remédios, depois de saber que a filha dela, de apenas 10 anos de idade, estava sendo molestada sexualmente há quase dois meses, de forma reiterada. Temos que ter uma força muito grande, porque cada dia vivenciamos um crime mais perverso do que o outro, chegamos a questionar como alguém pode ter capacidade de agir daquela forma. Em média, recebemos 300 boletins de ocorrência por mês, sempre de crimes contra a criança e adolescentes. Crimes contra a integridade física, maus tratos e até mesmo tortura a gente tem aqui, que são casos em que a lesão é tão grave que causa um trauma enorme na criança, um sofrimento intenso. Eu já tive um caso aqui de uma mãe que queimou o corpo inteiro da criança com uma moeda quente e a filha dela tinha apenas seis anos de idade. Então, quando você acha que já viu de tudo, você encontra novos casos que provam como o ser humano é capaz de ser extremamente cruel e o pior ainda, é que age justamente contra seu próprio filho, uma criança ou um adolescente indefeso, frágil, que dele necessita para viver, crescer saudável e protegido.

MidiaNews – A senhora, nos casos de abuso sexual envolvendo criança, que o agressor sofre de uma doença?

Fachone –
 Não é todo agressor que é pedófilo, que tem essa pré-disposição em ter prazer sexual somente com crianças. Tem aqueles que conseguem ter prazer com adultos, que não tem esse desvio e acabam por usarem as crianças e adolescentes por serem presas mais fáceis. Mas independente da pedofilia ser considerada uma patologia, uma doença, isso não exime  agressor da culpa, porque ele sabe o que é certo e o que é errado.

MidiaNews – Como a senhora avalia a importância da lei federal que cria o Dia Nacional de Enfrentamento?

"Atuar na repressão somente não fará com que essa realidade mude"
Fachone –
 Sem dúvida nenhuma, é um dia muito importante para todo mundo parar um pouco para pensar na gravidade desses crimes praticados contra a criança e o adolescente, principalmente o abuso e a exploração sexual. Porque hoje em dia a gente vê vários crimes acontecendo, cada vez aumentando mais e tem que ser tomada alguma providência. Isso é importante para que os governantes reflitam e criem políticas públicas de prevenção, porque atuar na repressão somente não fará com que essa realidade mude ou que isso pare de acontecer. A gente faz a nossa parte, tenta mostrar que a Justiça está sendo feita, que os agressores são presos, punidos e condenados, mas tem que ter alguma ação preventiva.

MidiaNews – Faltam mais campanhas de conscientização?

Fachone –
 Acredito que não. A campanha já está sendo feita e a está crescendo cada vez mais. O que falta realmente é a prática de algo que iniba, que faça com que, de alguma forma, essas crianças e adolescente não fiquem tão vulneráveis. De repente, algo voltado para o fortalecimento da família, que a cada dia está mais desestruturada, com uma violência cada vez maior dentro de casa. Hoje, por exemplo, nas Varas de Violência doméstica, é extremamente grande o número de procedimentos instaurados, refletindo essa total desestrutura familiar.


MidiaNews

CMDCA realizou o II fórum de combate à exploração sexual contra a criança e ao adolescente.

Aconteceu ontem (25/05), no Instituto Municipal João Francisco Andrade o II fórum de combate a exploração sexual da criança e do adolescente.
As palestras têm como objetivo conscientizar e mobilizar a opinião pública em torno do grave problema da violência praticada contra crianças e adolescentes, com ênfase para prevenção e o enfrentamento dos casos de abuso e a exploração sexual, bem como colher informações acerca da demanda e da estrutura hoje existente no município para seu atendimento, na perspectiva de definir estratégias para seu aperfeiçoamento e articular uma ‘’rede de proteção’’ aos direitos infanto-juvenis.
Estiveram presentes no evento o prefeito Tonho Veríssimo, Presidente da Câmara Edmilson Reis, vereadores; Francivaldo e Valtim; Daniel Macedo Secretário do CMDCA, Enfermeira Julliana Brito, Secretária de Assistência Social Aída Ramos, Padre Zé Luiz; Samara Melão, estudante de Serviço Social da UFPI; Sargento Cleidinaldo da NACOJ (Núcleo de Apoio Comunitário de Juazeiro do Piauí), Francisco das Chagas Vilela, integrante da DPCA (Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente) e o estagiário da DPCA Wildenberg Reis, acadêmico de direito.
O prefeito manifestou total apoio ao evento, reconhecendo a importância deste. Destacou a relevância de cuidarmos de nossas crianças e adolescentes, dando toda a atenção nos aspectos físicos, emocionais e sociais.
Durante as palestras, foram destacados temas como Bullying, pedofilia, gravidez na adolescência decorrente de abuso sexual, os diversos tipos de violência, o protocolo de atendimento destinado a uma vítima de violência sexual que chega à DPCA dentre outros.
O enceramento contou com a entrega de certificados e folhetos educativos, relacionados a campanha.
Fonte: ASCOM Prefeito de Juazeiro/ Ezequiel Lima

MPE-MT registra 28 casos de abusos sexuais contra crianças no Pantanal

Dados do Ministério Público Estadual são dos primeiros cinco meses.
Casos foram registrados em Poconé, região do pantanal mato-grossense.
Fonte: G1
Mais de 28 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes foram registrados nos primeiros cinco meses deste ano no município de Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá, região do pantanal mato-grossense. Segundo o Ministério Público Estadual, do total de vítimas, seis estão com medida protetiva. As denúncias foram feitas pelo disque 100, entre janeiro a maio, e encaminhadas à Promotoria de Justiça da cidade.
Os dados foram divulgados durante o Encontro Permanente da Juventude que abordou o tema “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. O presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública de Poconé, Jassom Borralho, alertou e demonstrou preocupação com as adolescentes da cidade. “Setenta por cento dos partos realizados este ano na cidade foram de meninas entre 13 e 15 anos”, pontuou ao reforçar que o levantamento foi repassado pelo obstetra do município.
Outra questão abordada é o fato da cidade de Poconé, que tem 232 anos e uma população estimada em 32 mil habitantes, ainda não possuir um lar para atender crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual mantido pelo município. Conforme a promotora de Justiça Daniele Crema da Rocha, o Ministério Público Estadual conseguiu viabilizar parcerias e melhorar a estrutura física do Conselho Tutelar. “Precisamos de muito mais, por isso estamos empenhados junto ao Conselho Municipal para garantir esses investimentos. A cidade não tem sequer benefícios do fundo da infância”, destacou a promotora.
O encontro fez alusão à adolescente de 15 anos, assassinada às margens da rodovia Transpantaneira, no pantanal mato-grossense, no dia 18 de maio do ano passado. O corpo dela foi encontrado uma semana após o crime. O suspeito, um menor de 16 anos, cumpre a medida sócio educativa no Complexo Pomeri, na capital. A estudante foi morta com requinte de crueldade de brutalidade e crueldade.
De acordo com o MPE, o estado ocupa o último lugar no ranking da região Centro-Oeste nas estatísticas de denúncias pelo disque 100. A denúncia também pode ser feita através da ouvidoria do Ministério Público (127); Polícia Militar (190); Polícia Civil (197); Samu (194); Dedica (65) 3901-5700 e o Disque Denúncia do Ministério Público 0800 6471 700.



Professor de escolinha é preso em flagrante acusado de pedofilia

No flagrante, o jovem estava com um microfone na roupa e toda conversa entre ele e o acusado foi gravada e já se encontra de posse da polícia.

 Professor de escolinha é preso em flagrante acusado de pedofilia

 Mensagens trocadas em rede social, aliciamento de menor, assédio e pedofilia. O caso absurdo chocou pais de crianças e adolescentes, no bairro da Pituba, na noite de quarta-feira (16). Luiz Andrade, conhecido na região como Adonay, foi preso em flagrante quando tentava aliciar mais uma criança. "Peguei ele falando com meu sobrinho de 16 anos pelo telefone. Coisas horrendas eram ditas e chegou a tal ponto que chamei a polícia", contou uma testemunha ao site Bocão News, após relatar que o acusado marcou um encontro com o adolescente, monitorado pela tia. Quando o encontro foi feito e o jovem chamado para ter relações com o homem, a polícia foi acionada e realizou a prisão em flagrante.
No momento da prisão, o celular de Adonay foi apreendido e fotos de crianças e adolescentes foram encontradas no banco de imagem. Ainda segundo a polícia e a tia do jovem, Adonay é responsável por realizar campeonatos de futebol já que está à frente de uma escolinha. A polícia informou ainda que o professor distribui panfletos  para atrair as vítimas ao campeonato e, desta forma, pegar os contatos deles. "Ele cobrava R$ 30 para que o menino se filiasse e participasse da escolinha. Além disso e o que é mais grave, é que já foi descoberto que ele trabalha na Igreja Renascer em Cristo e coordena o ministério Kiss Crianças", contou a testemunha.
No flagrante, o jovem estava com um microfone na roupa e toda conversa entre ele e o acusado foi gravada e já se encontra de posse da polícia.
Pais e jovens já foram chamados à Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), onde Luiz Andrade está custodiado. "Imagine o que já pode ter feito com crianças mais novas. Isso é um absurdo", desabafou a tia. A prisão foi feita por agentes da Delegacia Especializada Crime Contra Criança Adolescente (Derca).
A reportagem tenta o contato com o delegado Guilherme Machado, do DTE, mas ainda não obteve retorno.

Secretário de Defesa dos EUA pede fim da violência sexual no Exército


"O assédio e a agressão sexual nas Forças Armadas são uma traição absoluta aos juramentos pronunciados por cada soldado", frisou, acrescentando que "esse mal deve ser erradicado"

 (REUTERS/Mike Segar)
Nova York - O secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, pediu neste sábado (25/5) o fim do assédio e da violência sexual no Exército americano.

Falando em uma cerimônia de graduação dos cadetes da Academia de West Point, no estado de Nova York (nordeste), o chefe do Pentágono fez um apelo à responsabilidade de "chefe" dos futuros líderes do Exército.

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"O assédio e a agressão sexual nas Forças Armadas são uma traição absoluta aos juramentos pronunciados por cada soldado", frisou, acrescentando que "esse mal deve ser erradicado".

A intervenção do secretário da Defesa acontece alguns dias depois da revelação de um novo escândalo, envolvendo um sargento instrutor em West Point, suspeito de ter fotografado cadetes sem seu conhecimento - especialmente durante o banho.

Dos 4.500 cadetes que estudam em West Point, cerca de 15% são mulheres.

O Exército americano tem sido minado pelo acúmulo de casos de violência sexual. Um relatório do Pentágono mostra um aumento de 6% em um ano, chegando a 3.374 casos em 2012.

Agressão sexual é um "flagelo" entre militares dos EUA, diz secretário


Agressão sexual é um "flagelo" entre militares dos EUA, diz secretário

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, classificou no sábado a agressão sexual como um "flagelo", ao falar a graduados da Academia Militar de West Point, onde um sargento é acusado de filmar cadetes femininos nos chuveiros.
AP
Secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel fala durante coletiva no Pentágono (arquivo)

"O assédio sexual e agressão sexual nas forças armadas são uma traição profunda de juramentos sagrados e confiança sagrada", disse Hagel. "Este flagelo precisa ser erradicado."
Seus comentários foram feitos um dia depois que o presidente Barack Obama pronunciou uma mensagem semelhante aos graduados da Academia Naval dos EUA, dizendo que a agressão sexual ameaça minar a confiança e a disciplina nas Forças Armadas dos Estados Unidos.
O Pentágono vem enfrentando uma série de escândalos sexuais nas últimas semanas, incluindo os casos em que os defensores militares para as vítimas de violência sexual eram eles próprios acusados de crimes sexuais. Um estudo divulgado pelo Departamento de Defesa, há duas semanas, estima que os relatos de contato sexual indesejado nas forças armadas, desde tocar até o estupro, cresceram 37% em 2012, para cerca de 26 mil casos, ante 19 mil no ano anterior.
Em West Point, no Estado de Nova York, o sargento de primeira classe Michael McClendon foi acusado na semana passada por atos indecentes, prevaricação e crueldade, disse o Exército.
McClendon serviu como um oficial tático não-comissionado na academia desde 2009, um trabalho que o colocou como encarregado de orientar e treinar uma companhia de cerca de 121 cadetes.
    Reuters 

    Retratado em filme sobre escândalo sexual, ex-diretor do FMI vai a Cannes


    Strauss-Kahn, acusado de assediar camareira, levou namorada ao festival.
    Filme divulgado no evento na terça-feira (14) mostra queda do político.

    Da France Presse
    Comente agora
    O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn e a namorada Myriam L'Aouffir no festival de Cannes (Foto: Alberto Pizzoli / AFP)O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn e a namorada Myriam L'Aouffir no festival de Cannes (Foto: Alberto Pizzoli / AFP)
    O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss Kahn, protagonista de um escândalo sexual que lhe custou o cargo há dois anos, assistiu a uma das projeções doFestival de Cannes neste sábado (25).
    Strauss Kahn chegou acompanhado de sua nova namorada, a loira Myriam L'Aouffir, e ambos subiram a famosa escada que leva ao palácio do festival. Segundo fontes do evento, Strauss Kahn assistiu à estreia mundial do filme de Jim Jarmusch "Only lovers left alive", uma história de amor entre vampiros.
    Na semana passada, circularam em Cannes as primeiras imagens do filme de Abel Ferrara "Welcome to New York", que conta a história da queda de Strauss Kahn. O filme é estrelado por Gérard Depardieu, que interpreta DSK, cujo nome não é pronunciado, e pela atriz britânica Jacqueline Bisset.
    Vincent Maraval, diretor da Wild Bunch, produtora do filme, estava na terça-feira no famoso restaurante La Potinière, diante do Palácio dos Festivais, centro nervoso do festival de cinema, mostrando a todos que passavam, com visível satisfação, imagens de Depardieu em uma cama com mulheres nuas.
    As imagens entrecortadas por suspiros sugerem que o filme pretende retratar os detalhes sórdidos do suposto vício sexual de Dominique Strauss-Kahn, que até ser detido pela Polícia de Nova York, em maio de 2011, era apontado como o provável candidato socialista à Presidência da França.
    Em uma cena, um amigo pergunta a DSK por que se deixa levar pelo desejo sexual, e ele responde: "Você preferia jogar golfe?".
    O trailer de 1 minuto e 43 segundos também foi divulgado no YouTube, o que a Wild Bunch alega ter acontecido sem seu consentimento.
    A produtora informou que as primeiras imagens do filme estão destinadas a ser exibidas no mercado de cinema de Cannes, visitado por centenas de compradores de todo o mundo.
    Ferrara, diretor de "Vício Frenético", disse que o filme, que também abordará a batalha judicial de DSK, narra a queda em desgraça de um homem que estava no topo, que tinha tudo.
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    Marcha das Vadias pede fim da violência sexual no centro do Recife


    Terceira edição do protesto reuniu milhares de pessoas neste sábado.
    Manifestantes exibiram cartazes e pintaram mensagens pelo corpo.

    Priscila MirandaDo G1 PE
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    A terceira edição da Marcha das Vadias no Recife contou com a participação de cerca de duas mil pessoas que saíram às ruas da cidade, na tarde deste sábado (25), para pedir respeito e defesa às mulheres e denunciar a violência sexual. O evento acontece simultaneamente em outras capitais brasileiras, como São Paulo e Belo Horizonte.
    No Recife, a caminhada saiu da Praça do Derby e seguiu pela avenida Conde da Boa Vista, na região central da capital. Faixas e cartazes foram produzidos e muitos participantes tiraram parte da roupa como forma de protesto. Frases como "Meu decote não é um convite", e "Beleza sem padrões" foram pintadas no corpo das mulheres.
    Marcha Vadias Recife (Foto: Priscila Miranda / G1 PE)Anaísa participou da Marcha pela primeira vez. (Foto:
    Priscila Miranda / G1 PE)
    A estudante Anaisa Pereira fez questão de participar pela primeira vez da caminhada. "Eu sou feminista, vale a pena estar aqui. Toda mulher deve achar que merece mais respeito", disse a jovem. A universitária Karla Mello também participou pela primeira vez do evento e estampou na camisa a frase "Respeito é sexy". "Meu sonho é de um futuro para a minha filha com menos preconceito", pediu.
    O estudante Welleson Araújo decidiu apoiar as amigas e pintou o corpo também. "Vim lutar pelo feminismo, é importante estar na marcha, por tudo o que ela representa", disse. A dentista Patrícia Sampaio, uma das organizadoras do evento, cobriu o corpo apenas com uma burca. Ela segurava um cartaz onde se lia  "E poder me assegurar. de burca ou de shorts, todos vão me respeitar". "Você é julgado pelo o que você usa. A gente pede respeito", falou.
     
    Marcha Vadias Recife (Foto: Priscila Miranda / G1 PE)Marcha das Vadias do Recife percorreu ruas pela região central da cidade (Foto: Priscila Miranda / G1 PE)
    Marcha Vadias Recife (Foto: Priscila Miranda / G1 PE)Várias manifestantes pintaram frases de protesto no corpo (Foto: Priscila Miranda / G1 PE)


     
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    Assistência Social atende mais de 500 pessoas no Santos Dumont



    Cerca de 500 pessoas foram beneficiadas com serviços oferecidos no estande da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) no Projeto Bairro Vivo, realizado neste sábado, dia 25, na escola Manoel Pedro, no bairro de Santos Dumont.

    Na unidade móvel da Semas, a população pôde fazer cadastro, atualização de dados, consultas, agendamentos do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Os moradores do Santos Dumont e região também receberam orientações sobre os cursos profissionalizantes gratuitos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

    Para se inscrever nos cursos gratuitos, o interessado deve estar inserido no Cadastro Único e apresentar originais da Carteira de Identidade, CPF, Cartão do Bolsa Família ou NIS (Número de Inscrição Social) e comprovante de residência.

    Além dos serviços da unidade móvel do CadÚnico, os moradores do Santos Dumont puderam conhecer o trabalho dos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) e dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

    “Nossa intenção é aproximar as ações da Assistência Social da população, beneficiando o maior número de maceioenses com programas sociais e ainda sensibilizar quando ao combate a exploração e abuso sexual”, destacou a titular da pasta, Juliana Vergetti.

    Crianças e Adolescentes assistiram apresentação do teatro de fantoche sobre abuso e exploração sexual, combate e prevenção também de trabalho infantil de forma lúdica. Para a Diretora de Proteção Social Especial da Semas, Vânia Barros, o trabalho com fantoches é uma maneira de informar as crianças de forma leve e divertida.

    “O teatro de fantoche é uma forma de falar às crianças de um assunto sério e delicado de maneira lúdica e divertida. Elas conseguem entender a mensagem, o que é mais importante para nós. Este trabalho já é feito nas escolas e estamos levando sempre para o Bairro Vivo”, disse Vânia.

    Dentro das atividades desenvolvidas pela Diretoria de Proteção Social Básica, gestantes foram orientadas quando a retomada do programa de distribuição de cestas nutricionais. Para ser beneficiária, a gestante deve está sendo acompanhada pela rede pública de saúde através do pré-natal.

    “Todo este excelente trabalho desenvolvido no Bairro Vivo, que aproxima as ações da Assistência Social da população, é fruto da dedicação dos servidores da Semas, que se disponibilizam em participar deste projeto tão importante idealizado pela Prefeitura de Maceió”, completou Juliana Vergetti.
    Ascom Semas

    GRANDE RECIFE // PROTESTO Marcha das Vadias no Recife exige o fim da violência contra a mulher


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    A Marcha seguiu pelo centro do Recife por quase três horas
    Foto: Rodrigo Lôbo / JC Imagem

    Do NE10
    Cerca de duas mil pessoas tomaram as ruas da área central do Recife na tarde deste sábado (25) para pedir o fim de qualquer tipo de  violência contra a mulher. Com concentração na Praça do Derby, uma multidão de corpos pintados - e até mesmo despidos - seguiu a terceira Marcha das Vadias no Recife. A manifestação começou às 14h e terminou, quase três horas depois, na Praça da Independência 

    Uma fileira interminável de cartazes propagava a luta pela desconstrução de valores machistas impostos pela sociedade. Mulheres, crianças, homens, pais e filhos desfilaram pelas Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes com os dizeres de alerta. "É uma celebração triste; estamos reinvindicando para que não haja violência, mas a sociedade ainda não entende", comenta Késia Salgado, uma das organizadoras do evento.

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    A terceira edição da Marcha das Vadias no Recife reuniu cerca de duas mil pessoas (Foto: Rodrigo Lôbo / JC Imagem)

    Durante a concentração e pelo percurso, várias intervenções artísticas de grupos que apoiam a causa. Nas performances, direito a mulheres nuas ou com poucas peças de roupas para desconstruir a visão do 'sexo frágil' ou a crença de que as mulheres pedem para ser estupradas. "A marcha vem para mostrar que as mulheres não ficarão mais caladas, que a impunidade não vai acontecer; vivemos uma epidemia e a sociedade tem que se reeducar", alerta Késia.

    Já no final da marcha, na Praça da Independência, o grupo abriu espaço para os depoimentos. Com megafones, mulheres vítimas de agressões compartilharam com os presentes suas experiências. De acordo com a organização, a marcha ganhou mais seguidores neste ano.
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    Com cartazes, corpos pintados e despidos, os manifestantes exigiram o fim de qualquer violência contra a mulher (Foto: Rodrigo Lôbo / JC Imagem)

    Sempre organizados em sua maioria pelas redes sociais, este ano a marcha contou com diversos debates preparatórios. No Facebook, o evento da Marcha das Vadias contou com quase 2.600 confirmações. A marcha deste sábado terminou, mas a luta não. "A marcha das vadias não para quando termina; continuamos trabalhando para que não se esqueça que a violência acontece todo dia", finaliza. 

    MOVIMENTO - O Movimento Slutwalk surgiu no Canadá, no início de 2011. Na época, diversos casos de abuso sexual em mulheres da Universidade de Toronto levou um policial a dizer que 'as mulheres evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas'. A tal frase levou milhares de mulheres às ruas de todo o mundo protestarem contra a crença de que 'as mulheres pedem para ser estupradas'.

    Abuso e exploração de crianças e adolescentes é preocupante em Riomafra

    Dados do Centro de Referência Especializado da Assistência Social de Mafra – CREAS demonstram que no Município uma criança ou adolescente sofre abuso sexual há cada 48h

    O dia 18 de maio é marcado pela mobilização de toda a sociedade com o objetivo de lutar contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Há muitas campanhas de incentivo à denúncia, reforçando o slogan “Esquecer é permitir. Lembrar é combater”. Tais campanhas divulgam o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
    No dia 18 de maio de 1998, durante o I Encontro da Ecpat (End Child Prostitution, Child Pornograply and Traffiking of Children for Senual Purposes) – organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças no Brasil e em outros países, realizado na Bahia, cerca de oitenta entidades públicas e privadas se reuniram. Ao final do encontro, decidiram criar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Esse dia foi instituído legalmente, por meio da lei no 9.970, de 17/5/2000.
    A criação da data teve o objetivo de repudiar o abuso e a exploração sexual infanto-juvenil e de não ser esquecida a história de Araceli Cabrera Sanches, que aos 8 anos de idade foi seqüestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muitos brasileiros acompanharam essa trágica história desde o início, mas ninguém ousou denunciar os criminosos, decretando, assim, a impunidade dos assassinos. Apesar da cobertura da mídia e do empenho de alguns jornalistas, o Caso Araceli ficou impune. Sua morte, porém, ainda causa indignação e revolta.
    Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), por meio do seu Laboratório de Estudos da Criança, constatou que a cada ano há, invariavelmente, mais de mil ocorrências de violência sexual contra crianças e adolescentes. No mesmo período a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) registrou 1.500 denúncias de abuso sexual; 58% dos casos aconteceram dentro da própria família da vítima. Há outros dados: em 80% dos casos de abuso sexual, a vítima é do sexo feminino; 49% dessas crianças têm entre dois e cinco anos de idade. A exploração sexual infanto-juvenil é a utilização de crianças e adolescentes com fins lucrativos; o abuso sexual diz respeito às situações em que a criança ou o adolescente é submetido, forçosamente e sob ameaça, à prática sexual com o adulto.
    O número de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual é crescente e assustador. Além disso, como em muitas situações o crime é praticado por membros da família da vítima, geralmente o caso é abafado e não é denunciado às autoridades competentes.
    O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o único representante do Poder Judiciário que integra a comissão de trabalho interministerial que combate a exploração sexual de crianças e adolescentes. Tal comissão tem como objetivos principais implantar uma política nacional de enfrentamento a esses abusos e estabelecer um cronograma de ação conjunta de entidades governamentais e nãogovernamentais para coibi-los.
    Preocupação em Mafra
    Na Sessão do Legislativo mafrense na última segunda-feira a vereador Marise Valério leu relatório do CREAS de Mafra e citou que os números de violência e exploração são assustadores no Município, salientando que há necessidade também de os vereadores se engajarem em um trabalho que venha a diminuir estes acontecimentos.
    De acordo com o relatório em três meses o Centro de Referência prestou atendimento a 119 famílias em Mafra, constatando-se aí 34 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, 42 situações de violência física e psicológica e mais 33 ocorrências ligadas à negligência contra os mesmos. “É uma preocupação muito grande, pois percebe-se que a cada 48h uma criança é abusada sexualmente em Mafra”, disse a vereadora, salientando a necessidade de ações que venham coibir estas ocorrências.
    Em Rio Negro casos são mais raros mais também preocupam
    Dados levantados por nossa reportagem junto ao Conselho Tutelar de Rio Negro apontam que nos primeiros três meses deste ano houve apenas um caso de suspeita ou confirmação de abuso sexual no Município. Maus tratos e negligência somaram 11 ocorrências no período; quatro casos de prostituição infantil foram detectados; outros 16 de criança/adolescente ‘vítima’ de alcoolismo e drogadição; 10 casos de abandono material, moral e intelectual e o Conselho prestou 16 atendimentos à Creches, Escolas e Colégios.
    No último final de semana houve um caso de por força de legislação o Conselho Tutelar ter que retirar crianças da casa dos pais e encaminhá-las à Casa de Passagem, mas as conselheiras ouvidas por nossa reportagem preferiram não se reportar ao assunto considerando que desejam preservar o nome das famílias e das crianças envolvidas. O assunto foi comunicado à Imprensa pela PM de Rio Negro, que auxiliou o Conselho na ação. Foram três as crianças retiradas do lar para proteção de sua integridade e que até o fechamento de nossa edição ainda se encontravam na Casa de Passagem de Rio Negro. O CT por sua vez, destaca que irá desenvolver trabalho para reinserir a família na sociedade e propiciar o retorno do convívio com os filhos.
    O CREAS de Rio Negro, por sua vez, nos meses de fevereiro, março e abril, registrou cinco casos de violência sexual contra crianças e 08 contra adolescentes; 02 de violência física contra criança e outros 14 relacionados a adolescentes e 09 casos de negligência contra criança mais 29 contra adolescentes (nessa situação incluindo-se medidas socioeducativas).

    Polícia investiga caso de abuso sexual no interior do Piauí


    O jovem de iniciais R. S. G, 16 anos, foi apreendido acusado de violentar sexualmente de três crianças no município de Beneditinos, a 91 km de Teresina. As crianças eram do sexo masculino com idades de 6, 9 e 10 anos. Na última agressão, ocorrida nesta quarta-feira (22), os três menores foram abusados coletivamente em um matagal.
    Crianças e acusados eram vizinhos. As agressões ocorriam no quintal da residência de R. S. G e também em um curral nas proximidades da casa.O delegado de Altos, Cadena Júnior, que participou da operação, conta que o garoto de 10 anos já havia tentado se matar com um barbante dentro da escola.
    “A polícia descobriu o caso porque o garoto que tentou se matar andava triste pela escola e falou para uma funcionária que não aguentava mais, só que não falava com medo e vergonha. Ela comunicou o caso à polícia que resolveu investigar e descobriu as agressões”, conta Vicente de Paula, coordenador de polícia de Beneditinos.
    Exames de conjunção carnal comprovaram a agressão em dois dos meninos. “O negócio estava tão sério que ele obrigava uma das crianças a sair mais cedo do colégio para se encontrar com ele. As crianças estavam com as partes íntimas com muitos ferimentos. A população está revoltada”, reitera o Vicente de Paula.
    O caso está sendo acompanhado também pelo Conselho Tutelar e as crianças estão recebendo acompanhamento psicológico. R. S. G está apreendido em uma das celas da delegacia de Beneditinos e aguarda transferência para o Centro Educacional Masculino, em Teresina.
    Familiares das vítimas serão ouvidos na próxima segunda-feira (27) para esclarecer alguns pontos, inclusive sobre a tentativa de suicídio da criança e o fato de que as agressões aconteciam há mais de um ano.

    Salvador dá passo importante no combate ao abuso sexual


    VINHETA DE ABERTURA – Ficar na torcida não resolve  - Entre em campo contra exploração sexual de crianças e adolescentes.
    LOC/REPÓRTER: Os policiais federais, estaduais, municipais, civis e guarda municipal de segurança pública de Salvador estão recebendo formação específica para aumentar a eficiência na prevenção e identificação dos casos de exploração sexual. Com a proximidade dos grandes eventos, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, as redes de combate à violação dos direitos infantojuvenis junto com a Ecpat Brasil, governos federal e estadual, participaram da instrução dos agentes de segurança pública no combate a violência sexual. A representante do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Luciana Reis, explica que as crianças podem sempre estar correndo risco de abuso sexual, por isso é importante que os agentes fiquem atentos.
    TEC/SONORA: Representante do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Luciana Reis.
    "Por exemplo, se eles vislumbrarem a situação de exploração sexual, uma menina na rodovia, quem eles poderiam acionar, o que eles poderiam fazer, no caso de, por exemplo, criança dentro de um veículo, que eles fizessem uma abordagem, no caso de polícia rodoviária federal, pedir a identificação dessa criança, constatar quem são os responsáveis para então que eles seguissem viagem. Aprenderam essas coisas básicas do dia-a-dia, mas que é de fundamental importância dentro da rede".
    LOC/REPÓRTER: As outras cinco cidades sede da Copa das Confederações: Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro, também estão recebendo a formação dos agentes de segurança pública. Se você conhece algum caso de abuso ou violência sexual, denuncie para o conselho tutelar de sua região ou ligue para o disque 100. A ligação é gratuita e sua denúncia é sigilosa.
    VINHETA DE ENCERRAMENTO- Uma campanha das redes de direitos humanos das crianças e adolescentes e do Ecpat Brasil. Seja nosso parceiro na luta contra a exploração sexual infanto-juvenil.

    Polícia investiga caso de abuso sexual no interior do Piauí