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CPI decide por cassação do ex líder da minoria DEM Demóstenes Torres

Foto: Reprodução de TVDemóstenes Torres prestou depoimento nesta quarta-feira para integrantes da CPI que investiga a relação do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e executivos. A sessão foi encerrada por volta das 13h20, tendo 56 votos a favor da cassação, 19 contra e cinco abstenções.
O depoimento começou por volta de 12h40, onde Demóstenes declarou estar sendo perseguido e acusado de cinco fatos, os quais está tentando se defender.
"Eu jamais menti aqui. Eu tenho a conduta parlamentar impecável. Os senhores são atestado disso. Quantas vezes eu procurei um senador, um ministro, para pedir qualquer favor para Carlos Cachoeira ou qualquer outro?", declarou Demóstenes
O senador afirmou ainda que seu maior advogado não é Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, mas sim o seu rádio , que tem mais de 200 mil horas de gravação, onde segundo ele, não aparece em nenhum momento pedindo propina.
"Não posso ser julgado para dar exemplo […] nesse período que vivi, eu fui perseguido como um cão sarnento, mandaram jornalistas atrás de mim para todos os lugares do país, fui investigado como ninguém, e não apareceu nada", afirmou o senador.
Demóstenes falou ainda de reportagens onde é citado, segundo ele, de forma indevida e afirma que a imprensa deve "desculpas".
"Eu fui braço político das crianças, pois todas as leis de pedofilia tem um dedo meu. Fui braço político do idoso, pois relatei com muita dignidade o estatuto do idoso e fui braço dos pobres, pois todas as bolsas que são distribuídas hoje tem um dedo meu", declarou Demóstenes.
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Senado cassa o mandato de Demóstenes Torres

Luciana LimaRepórter da Agência Brasil
Brasília – Por 56 votos a 19, o Senado aprovou a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Ele é acusado de usar o mandato a favor do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No momento da votação, 80 senadores estavam no plenário. A sessão foi aberta, porém a votação, secreta.
Ao defender a cassação do senador, o relator do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), enfatizou que Demóstenes mentiu em plenário para esconder sua relação com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo Humberto Costa, além de participar da organização criminosa, Demóstenes atuou para proteger Cachoeira das investigações que estavam sendo feitas pela Polícia Federal.
Após o discurso dos relatores no processo de cassação, começou a discussão do pedido. Os cinco senadores que pediram a palavra apoiaram a cassação do mandato de Demóstenes e todos defenderam o fim da votação secreta. Na semana passada, o Senado aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a votação secreta. A proposta precisa agora ser apreciada pela Câmara.
Edição: Talita Cavalcante  e Carolina Pimentel
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Saiba mais sobre Demóstenes Torres, cassado pelo Senado

DE BRASÍLIA
Procurador de Justiça licenciado, professor e advogado, Demóstenes Torres ganhou notoriedade no Senado às custas do estilo linha-dura nas Comissões Parlamentares e Inquérito e no plenário.
Em 9 anos e meio de mandato, Demóstenes foi uma das mais veementes vozes da oposição e colecionou desafetos, entre eles o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"Por que nós vamos, nós do Senado, ficar nessa posição efetivamente quase que de pedintes? Estamos solicitando ao presidente que se afaste", discursou Demóstenes, propondo abertura de processo contra Sarney.
Cresceu especialmente em 2009, ano marcado por turbulências na Casa. No mesmo ano, trocava os telefonemas com o empresário Carlinhos Cachoeira, o levou à sua derrocada política.
Demóstenes chegou ao Senado em 2003, graças ao discurso de "tolerância zero" adotado à frente da Secretaria de Segurança de Goiás.
Prometia, durante a campanha eleitoral, acelerar o rito do Judiciário. Contava, segundo políticos do Estado, que o tempo dedicado ao processo para apreensão de um caminhão de maconha é suficiente para que toda a droga seja consumida.
Todo ano, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, órgão dos sindicatos que acompanha o trabalho dos parlamentares federais, tem escolhido Demóstenes como um dos "Cabeças do Congresso".
Na carreira fora do Senado, foi duas vezes eleito procurador-geral de Goiás e presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça. Também exerceu o cargo de secretário de Segurança Pública e Justiça em seu Estado.
Colecionador compulsivo, guarda vinis, miniaturas e CDs. Charges ampliadas de um heroico Demóstenes ocupam parte da parede de seu gabinete.
Editoria de Arte/Folhapress

Ex DEM Por 56 votos a 19, Senado cassa mandato de Demóstenes Torres

Parlamentar goiano é o segundo senador na história do país a ter o mandato cassado pelos colegas. Ele foi acusado de ter mentido ao Senado sobre sua relação com Cachoeira

       
Por 56 votos a 19, Senado cassa mandato de Demóstenes Torres
Demóstenes fica inelegível até 2027. Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado Foto: Reprodução
Por 56 votos a 19, com cinco abstenções, o Senado cassou nesta quarta-feira (11) o mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Eram necessários 41 votos para cassar o mandato do senador. Demóstenes foi acusado de ter mentido aos colegas sobre sua relação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Com a decisão, Demóstenes fica inelegível até 31 de janeiro de 2027. No seu lugar assume Wilder Pedro de Morais (DEM-GO). Esta é a segunda vez que os senadores cassam o mandato de um colega.
A votação foi secreta, com os senadores votando no painel do Senado. Isso aconteceu após a fase de discussão, iniciada com a defesa da cassação pelos relatores do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT). Depois, a sessão foi aberta para outros senadores falarem. Cinco se pronunciaram.
Após esta fase, foi a vez do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) falar em nome de seu partido. O Psol apresentou o requerimento que resultou no processo no Conselho de Ética. “A cumplicidade com o erro em um lugar qualquer é o caminho para o desvio ético em qualquer lugar”, disse Randolfe. Para o senador do Amapá, o resultado da votação está ligado à credibilidade do Parlamento.
“O que se exige de nós, homens que tem a função da preservaçao da coisa pública, é mais do que se exige do cidadão. A ética e o decoro é mais exigido de nós”, discursou. Randolfe reforçou que os senadores precisam “ser exemplo e fazer exemplo”. Durante sua intervenção, de 20 minutos, ele lembrou quais fatos levaram o Psol a apresentar a representação ao Conselho de Ética.
O primeiro é o fato de ter, de acordo com ele, mentido aos colegas. Também pesou contra Demóstenes, continuou Randolfe, a defesa dos interesses de Cachoeira no Congresso e de ter recebido vantagens indevidas. Entre elas, o rádio Nextel usado para se comunicar com o bicheiro. “A nenhum agente público cabe receber favores de qualquer agente privado, ainda mais de um contraventor conhecido”, afirmou.
Defesa
 Após acordo feito no início da sessão, Demóstenes teve um total de 50 minutos para se manifestar. Destes, 15 ficaram com seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e o restante para ele. O defensor do agora ex-senador goiano questionou se é ético o Senado cassar o mandato de uma pessoa eleita com mais de 2 milhões de votos.
Já Demóstenes apelou aos colegas para ser julgado primeiro pelo Judiciário. E, depois, pelos eleitores goianos. O mandato dele iria até janeiro de 2019. Para se candidatar, o ex-senador primeiro terá de se filiar a um partido. “Fui perseguido feito um cão sarnento. Fui investigado como ninguém foi no Brasil. Dia e noite. E não apareceu nada. Aí começaram a inventar”, afirmou, acrescentando que a imprensa deve um “pedido de desculpas”.
Suplente
Primeiro suplente da coligação que elegeu Demóstenes, Wilder Pedro de Morais é dono da Orca Construtora e de shoppings centers em Anápolis e Goiânia. Ex-marido de Andressa Mendonça, hoje casada com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ele não estava presente na sessão do Senado que selou o fim do mandato de Demóstenes. A posse ainda não tem data marcada.
A história de Wilder é semelhante a de Valmir Amaral. O empresário brasiliense, dono de empresas de transporte, assumiu o mandato em 2000 quando o Senado, pela primeira vez na sua história, cassou um senador. Luiz Estevão perdeu o mandato após ser acusado pela CPI do Judiciário de desviar verba federal destinada à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. Sob ele pesou também o fato de, em discurso, ter mentido aos colegas. Na oportunidade, em sessão fechada, houve 52 votos pela cassação de Estevão, com dez abstenções e 18 pela manutenção do mandato.
Discursos
Após os relatores defenderem seus pareceres pela cassação de Demóstenes, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), abriu para discussão. Cinco senadores se pronunciaram, todos contra o senador goiano. Para Mário Couto (PSDB-PA), cassar o mandato é uma forma de devolver um “pouco de ética” ao Senado. “Está faltando credibilidade a esta Casa. Está faltando moralidade às casas legislativas do país”, disse.
Para a senadora Ana Amélia (PP-RS), os parlamentares devem se lembrar que o julgamento de um processo de quebra de decoro parlamentar é político. Ela classificou a sessão desta quarta-feira como “constrangida” e lamentou que o voto ainda seja secreto. “Mesmo sendo secreto, o voto deve ser consciente e responsável”, opinou a pepista.
Também se pronunciaram o presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), e os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e João Capiberibe (PSB-AP). “Hoje devemos única e exclusivamente o nosso direito de ser senador a um único juízo, o povo, o eleitor. Não fomos nomeados, não fomos designados pelo Poder Executivo para representa-lo nessa Casa”, disse Valadares.

Ex-marido de mulher de Cachoeira deve assumir vaga de Demóstenes Torres ex DEM

Ex-marido de mulher de Cachoeira deve assumir vaga de Demóstenes
Com a cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), quem deve assumir a vaga no Senado é o empresário da construção civil Wilder Pedro de Morais (DEM), o primeiro-suplente. Engenheiro de 44 anos, Morais ocupa pela primeira vez um cargo público: desde 2011, é secretário de Infraestrutura do Estado de Goiás, função para o qual foi convidado pessoalmente pelo governador Marconi Perillo (PSDB). Morais é ex-marido da atual mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça.

Natural de Taquaral de Goiás, na região central do Estado, Wilder nasceu em uma família humilde de agricultores. Sua trajetória profissional, no entanto, o transformou em um empresário milionário. Seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, quando concorreu nas eleições de 2010, era de R$ 14,4 milhões.

Após iniciar carreira na empresa Construsan, de Goiânia, onde ficou por 11 anos e chegou a diretor-presidente, Morais fundou em 1997, com dois amigos de faculdade, a primeira empresa do Grupo Orca Construtora, que atua hoje no Brasil e no exterior. A companhia constrói e aluga, por exemplo, lojas para hipermercados de redes como o Carrefour. Os negócios de Morais ainda abarcam diversificados empreendimentos, como mineração, incorporação de construtoras, participação na construção de shoppings, entre outros.

Respeitado e influente no meio empresarial, Wilder Morais foi convidado em 2009, por Demóstenes Torres, para ser seu suplente na campanha do ano seguinte. Aceitando o convite pela admiração que sentia pelo senador, o empresário começou a participar do processo eleitoral, de forma ativa: pediu votos, distribuiu folhetos e teria sido também um dos principais doadores da campanha.

De temperamento discreto, Morais teve sua vida pessoal divulgada recentemente por causa da prisão de Cachoeira. Conversas gravadas pela investigação da Polícia Federal mostram que sua então mulher começou o relacionamento com o contraventor enquanto ainda era casada. Andressa e Morais tiveram dois filhos.

Carlinhos Cachoeira Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Terra

Cassado, Demóstenes será substituído por ex-marido de mulher de Cachoeira

Fonte: Agência Brasil
 Por 56 votos a 19, o Senado aprovou nesta quarta-feira (11) a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres. Houve cinco abstenções no processo de votação secreta. Assumirá o mandato de senador o primeiro suplente de Demóstenes, Wilder Pedro de Morais, que é ex-marido de Andressa Mendonça, atual mulher do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Demóstenes foi condenado à perda de mandato pela acusação de ter se colocado a serviço da organização criminosa supostamente comandada por Cachoeira.

Assim que o resultado foi divulgado pelo painel do Senado, Demóstenes não esperou a proclamação pelo presidente do Senado, José Sarney. Ele se levantou, acompanhado de seu advogado, e seguiu para elevador privativo que o levou até a saída do Senado. Sem dar entrevista, Demóstenes entrou no carro de deixou a Casa.

Antes, em seu discurso de defesa, Demóstenes Torres se disse vítima da imprensa e atacou o relator do seu processo no Conselho de Ética, senador Humberto Costa (PT-PE).

Demóstenes reclamou de ter sido chamado de "braço político" e de "despachante de luxo" de Carlinhos Cachoeira, acusado pela Polícia Federal de comandar uma organização criminosa com a participação de políticos e empresários. "Fui moído, triturado, achacado na minha dignidade", reclamou o senador. “Fui chamado de despachante de luxo, braço político. Como é que eu vou me defender disso, se é como acusar a mulher de vagabunda. Tudo que ela disser vão dizer que ela está equivocada.”

Demóstenes lembrou que em 2004, a Polícia Federal realizou a Operação Vampiro que investigou fraudes em compra de medicamentos, época em que Humberto Costa era ministro da Saúde do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele também negou ter mentido no plenário do Senado ao se defender das denúncias. "Eu não menti aqui. Eu tenho a conduta parlamentar impecável. Quantas vezes eu procurei um senador aqui para pedir qualquer favor para Carlinhos Cachoeira?", questionou Demóstenes.

O senador disse ainda que está sendo visto como um "bode expiatório". “Querem me pegar porque vai ficar mal para a imagem do Senado", destacou Demóstenes. O senador repetiu que a mentira não configura quebra de decoro parlamentar. "Eu não menti, mas mentir não é quebra de decoro. Um senador não pode ser julgado pelo que fala na tribuna porque senão não sobra ninguém", atacou Demóstenes.

Polícia Federal

Antes do discurso de Demóstenes, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, ocupou por 15 minutos a tribuna do Senado. Ele defendeu que Demóstenes foi alvo de uma campanha difamatória e que é acusado por gravações que foram feitas de forma ilegal pela Polícia Federal. Além disso, de acordo com o advogado, os vazamentos criminosos das gravações ocorreram com o objetivo de provocar um prejulgamento tanto na justiça quanto no Senado.

"Estamos aqui para falar da vida de um senador que foi submetido a gravações iligais", disse o advogado. “Foram três anos um senador da República gravado indevidamente, ilegalmente”, enfatizou.

O advogado apelou para que os senadores esperassem o julgamento na Justiça para depois decidir sobre o mandato de Demóstenes. "Lá [no julgamento na Justiça] teremos o conforto da Constituição", disse o advogado. "A vida dá, nega e tira", ressaltou.

Almeida Castro também defendeu que a vontade dos eleitores de Demóstenes deveria ser respeitada pelos senadores. "Mais de dois milhões de eleitores trouxeram para cá o senador Demóstenes Torres", disse o advogado.

Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Senador goiano perdeu mandato por suas relações com Carlinhos Cachoeira
Marina Marquez, do R7, em Brasília
Demóstenes TorresR7, Brasília
Ele perdeu o cargo por 56 votos favoráveis, 19 contrários e cinco abstenções
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O Senado aprovou na tarde desta quarta-feira (11), por 56 votos a 19, a cassação do mandato de Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Houve ainda cinco abstenções.

Dos 81 senadores, apenas um — Cloris Fecury (DEM-MA) — estava ausente na sessão, que durou cerca de três horas e teve votação secreta.

Com o mandato cassado, o parlamentar ficará inelegível até 2027. Segundo a lei, ele não pode concorrer a um cargo público por até oito anos após o fim do seu mandato, que acaba em 2019.

Esta é a segunda cassação na história do Senado. Em 2000, Luiz Estevão foi cassado por 52 votos a 18. Ele era acusado de participar de um desvio de R$ 169 milhões nas obras do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo.

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Demóstenes foi acusado de quebra de decoro por ter trabalhado em prol do bicheiro Carlinhos Cachoeira no Congresso Nacional. Ele é suspeito de participar de um suposto esquema de exploração de jogos ilegais, como o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, que seria comandado pelo contraventor no Distrito Federal e em Goiás. A quadrilha foi desmontada pela Polícia Federal na operação Monte Carlo, e Cachoeira está preso desde fevereiro.

Gravações feitas pela PF com o aval da Justiça revelaram a ligação entre o senador e o bicheiro e apontaram, inclusive, que Demóstenes recebia dinheiro de Cachoeira e atuava em favor de seus interesses no Senado.

O senador sempre negou as acusações. Disse que era amigo de Cachoeira e afirmou que, até a prisão do bicheiro, não sabia dos crimes que ele cometia.

Processo de cassação

Demóstenes perdeu o mandato devido a uma representação apresentada pelo PSOL. A primeira etapa do processo se deu no Conselho de Ética, no qual os senadores não ficaram convencidos com os argumentos de Demóstenes e aprovaram por unanimidade o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que pedia sua cassação por quebra de decoro parlamentar.

Segundo Costa, não há dúvidas de que Demóstenes tentou beneficiar o bicheiro, utilizando-se de seu mandato para tanto. O relator, em seu parecer, disse que não poderiam ser deixadas de lado as palavras de Demóstenes nas gravações e as promessas que fez de ajuda a Cachoeira, por exemplo.

— Demóstenes, em seu depoimento, insistiu no bordão: 'Julguem-me pelo que fiz, e não pelo que disse'. Julgaremos pelos seus atos, mas isso não nos exime de examiná-lo pela palavra. Atos e palavras não se desvencilham no processo de valoração. A figura de Cachoeira está sempre presente quando se trata de proporcionar comodidade, conforto, bem-estar ao senador. Cachoeira é um verdadeiro anjo da guarda do senador da República.

Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), novamente por unanimidade, os senadores decidiram que o processo era legal e estava de acordo com a Constituição.

Com isso, o assunto foi encaminhado ao plenário, onde a cassação se confirmou.

Relator critica ataque de Demóstenes Torres durante defesa

Do UOL, em Brasília
O relator do processo de Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE), criticou a posição de seu colega de criticá-lo ao fazer seu discurso de defesa na sessão desta quarta-feira (11) no Senado.
Em seu discurso, Demóstenes lembrou que o relator de seu caso no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), foi acusado de envolvimento na máfia dos Sanguessugas –esquema de liberação de emendas para a compra superfaturada de ambulâncias– quando era ministro da Saúde. “Eu quero o mesmo direito. Assim como ele [Costa], eu provei que sou inocente (...). O julgamento com clamor público é um julgamento horrível.”
“Não sou acusador. Cumpri papel de trazer a Esta Casa a verdade dos fatos”, disse Costa. Os casos citados não foram levados em consideração na investigação. “Entendo como um recurso da defesa me atacar. (...) Fui absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral.”

Demóstenes entra para história como segundo senador cassado no Brasil


Publicação: 11/07/2012 13:25 Atualização: 11/07/2012 13:40
Demóstenes Lázaro Xavier Torres, nascido em Anicuns, interior de Goiás, no dia 23 de janeiro de 1961, formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Tido como guardião da ética, sempre pronto para deflagrar adversários em atitude suspeita, foi relator da Lei da Ficha Limpa e hoje é alvo de uma série de denúncias.

O ex-senador é procurador licenciado do Ministério Público e ex-secretário da Secretaria Pública de Goiás. Presidiu, desde 2009, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado. No ano seguinte foi relator do projeto da Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados e daqueles que renunciam a mandatos para não serem cassados. Reconhecido nessa atuação, foi convidado pela OAB a redigir prefácio de livro em comemoração à lei.

Em fevereiro deste ano, foi aberto processo de expulsão de Demóstenes do partido Democratas, o DEM, por suspeitas de desvios éticos. Entretanto, no dia seguinte à abertura do processo, o ex-parlamentar protocolou ofício pedindo a desfiliação do partido, livrando-se assim da expulsão. Dessa forma permaneceu no Senado, entretanto sem partido.

Grampos feitos pela Polícia Federal (PF) e outras informações de inquéritos do órgão ligariam o senador Demóstenes Torres (Sem partido) ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Investigado por esquema de corrupção na Operação Monte Carlo, da PF, Cachoeira foi preso em fevereiro, sob acusação de exploração ilegal de jogos de azar em Goiás.

Demóstenes Torres é suspeito de manter conversas freqüentes com Cachoeira e também de ter recebido presentes e pedido dinheiro ao empresário. No dia 6 de março, durante sessão plenária, Demóstenes admitiu que trocou telefonemas com o bicheiro, mas que apenas recebeu presentes de casamento de Cachoeira, como uma geladeira e fogão importados. Pressionado, Demóstenes negou que seja investigado por crimes de contravenção e afirmou que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais.

Considerado por colegas como um dos principais quadros do Congresso e cogitado até para uma eventual candidatura à Presidência da República nas eleições de 2014, Demóstenes Torres, é acusado de quebra de decoro e é o segundo senador cassado do país. Agora, deverá voltar ao cargo de procurador de Justiça de Goiás, do qual se licenciou em 2001 a fim de se eleger pela primeira vez como senador da República.
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Senado cassa mandato do goiano Demóstenes Torres

Senador foi acusado de quebrar o decoro parlamentar por manter relações estreitas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Com a decisão do Senado, Demóstenes Torres ficará inelegível por oito anos contados a partir do fim do mandato (fevereiro de 2019). Assim, só poderá concorrer a um cargo político a partir das eleições de 2028.
O plenário do Senado Federal decidiu nesta quarta-feira, em votação secreta ( 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções), pela cassação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Os parlamentares entenderam que o senador goiano, por  quebrou o decoro parlamentar ao manter relações estreitas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro sob suspeita de comandar um esquema de jogos ilegais.
O senador foi alvo de processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar
Na abertura da sessão, o relator do processo no Conselho de Ética, o senador Humberto Costa (PT-PE), e o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT), tiveram mais tempo e falaram por 20 minutos cada.
Em sua fala, Costa contestou uma das frases que Demóstenes usou em sua defesa na tribuna nos últimos dias: "Mentir não é quebrar o decoro parlamentar". "Não é normal nem aceitável que se possa mentir ao Parlamento e à sociedade brasileira", afirmou o relator.
Costa também questionou a afirmação de Demóstenes, que disse não saber nada sobre os negócios ilegais de Cachoeira, embora fosse amigo do bicheiro. “A CPI dos Bingos indiciou Cachoeira por seis crimes (…) como alguém da intimidade desse cidadão não poderia saber de suas atividades criminosas? (…) se houve uma CPI que foi de conhecimento de todo o Brasil, que amigo é esse que não procurou saber por que o amigo foi indiciado por seis crimes?", disse.
Em sua vez, Taques ressaltou que o rito legal foi respeitado e que Demóstenes teve ampla chance de defesa durante o processo. "O senador adotou conduta incompatível com o decoro parlamentar, ferindo de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe", afirmou.
Em seguida, foi aberta a palavra aos senadores que quiseram se manifestar pelo tempo máximo de 10 minutos. Todos fizeram discursos contra Demóstenes, mas não puderam declarar o seu voto, que é secreto. Um dos mais enfáticos foi o senador Mário Couto (PSDB-PA). "Hoje é um dia de moralidade, sim, mas o País sabe que aqui não tem moralidade. O Brasil inteiro sabe que não existe Senado e Câmara neste País. O povo está dizendo ‘me engana que eu gosto’, é isso que o povo brasileiro deve estar dizendo hoje de todos nós", afirmou o tucano.
Também falou o senador João Capiberibe (PSB-AP), que assumiu o mandato no fim do ano passado após uma batalha jurídica para não ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "O que impressiona é a impunidade de certos políticos que circulam livremente por esse País como se nada tivesse acontecido, protegidos pelo foro privilegiado e pelo corporativismo", afirmou citando o caso do deputado e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, que integra a lista de mais procurados da Interpol e pode ser preso se sair do País.
Depois, o senador Randolfe Rodrigues (AP), líder do PSOL, partido que ingressou com representação contra Demóstenes, falou por 30 minutos. “A votação de hoje é paradigmática, o que está em jogo não é a posição, não é a conduta errônea de um senador da república, é sobre a credibilidade de uma instituição centenária”, afirmou na tribuna.
Para Randolfe, Demóstenes colocou o seu mandato a serviço dos interesses de Cachoeira e isso é revelado em várias interceptações telefônicas da investigação da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. “Pelos elementos dos autos, não há dúvida, podemos inferir que o representado não mantinha com o senhor Carlos Cachoeira apenas relações pessoais. Tinha, sim, relação de atuação na defesa dos interesses da organização criminosa", disse Randolfe.
Suplente 
Assume a vaga de Demóstenes Torres o suplente Wilder Pedro de Morais (DEM-GO). Sob ele já paira a acusação de omitir boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Wilder é um dos empresários mais ricos de Goiás e foi o segundo maior doador da campanha de Demóstenes em 2010, com R$ 700 mil repassados oficialmente por meio de duas de suas empreiteiras.
Inelegível 
Com a decisão do Senado, Demóstenes Torres ficará inelegível por oito anos contados a partir do fim do mandato (fevereiro de 2019). Assim, só poderá concorrer a um cargo político a partir das eleições de 2028.
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Demóstenes Torres

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