Gisa Barros se destaca na Câmara com postura firme, independente e em defesa da população

Vereadora mantém coerência, fiscaliza o Executivo e se posiciona contra o inchaço da máquina pública

João Batista destaca atuação de Daniel Monteiro: “O vereador mais técnico e atuante de Mato Grosso”

vereador Daniel Monteiro, que vem se destacando por uma postura independente, técnica e coerente, especialmente nas discussões sobre políticas públicas e responsabilidade fiscal.

Ativista João Batista exalta Antonio Joaquim como patrimônio da educação em MT: “Referência ética, técnica e humana”

Professor e defensor dos direitos da infância destaca atuação exemplar do conselheiro do TCE-MT, que articula investimento histórico de R$ 120 milhões em creches no estado

Namorado de Mulher Filé é preso após atirar contra veículo

Mulher Filé ao lado do namorado, o policial militar Marcio Soares 

O namorado da dançarina de funk Yani Simone, a Mulher Filé, foi preso na madrugada deste domingo, após se envolver em uma confusão num posto de gasolina, no bairro de Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. O policial militar Marcio Roberto Cunha Soares teria pedido para um grupo de jovens diminuir o volume do som do carro onde estavam, mas os garotos teriam se recusado. Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, o PM teria sacado a arma e atirado contra o carro.

Agentes do Batalhão de Choque passavam na hora e prenderam Marcio. Ninguém ficou ferido. O namorado da funkeira foi levado para Delegacia de Irajá (38ª DP). Ele vai responder por dano qualificado, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e disparo de arma de fogo.

Yani Simone foi procurada, mas não retornou as ligações. A mãe da dançarina disse que a filha está bem e que manterá sua agenda de show neste domingo. Um advogado também foi contratado e esta agora na delegacia para tentar liberar Marcio.

Fonte: Extra.globo

Drama de Xuxa é o mesmo de 2,5 mil crianças em BH

Abuso sofrido pela apresentadora Xuxa na infância não é único. Só no primeiro trimestre, mais de 2.500 crianças e adolescentes foram violentadas em BH, maioria por parte da própria família
Sandra Kiefer -

Quando iniciou a carreira como apresentadora, a gaúcha Maria das Graças Meneghel, a Xuxa, mostrava a imagem de uma criança grande, ao mesmo tempo com forte apelo sexual, exibindo pernas de fora, blusas curtas e botas brancas de cano alto. Agora, aos 49 anos, a artista veio a público revelar ter sofrido abusos sexuais até os 13 anos, da parte de diversos parentes, como o namorado da avó e o melhor amigo do pai. A situação que Xuxa viveu não é uma exceção. Só em Belo Horizonte, entre janeiro e março deste ano, 2.572 crianças e adolescentes tiveram a infância marcada pelo abuso. E o crime está mais perto de casa do que se imagina. Em dois terços dos casos (65,9%) os dramas anônimos acontecem dentro da família, segundo os últimos números do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social. 

Veja o especial sobre pedofilia

Mesmo tendo acesso a recursos financeiros e a todo tipo de tratamento, a apresentadora Xuxa precisou de décadas para revelar o episódio de abuso infantil. “Costumo dizer que a criança é uma folha de papel lisa. Depois de amassar o papel, você pode tentar esticar e até passar com ferro, mas ele nunca vai voltar a ficar liso. Sempre vão restar marcas. Da mesma forma, o abuso sexual marca de forma profunda o desenvolvimento do sujeito”, compara Adriana Alberto, psicóloga da equipe executiva do Programa de ações integradas e referenciais de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no território brasileiro (Pair), em Belo Horizonte. 

Ana (nome fictício) sabe bem do que Xuxa estava falando em cadeia nacional. Desde os 12 anos, ela vinha sendo molestada pelo próprio pai. Filha única, ele era o responsável por colocar a filha para dormir à noite, enquanto a mãe demorava para chegar do trabalho. Ele deitava ao lado dela e ficava acariciando a menina, que fazia ginástica olímpica e chamava atenção pelo corpo atlético. Ana era molestada quase diariamente, mas sem que houvesse o rompimento do hímen. O relato foi feito por um amigo e confidente, o advogado Ricardo Vitorino, que é membro da comissão OAB Cidadã. 

Ameaças
Ele conta que para coagir a filha, o pai ameaçava matá-la junto com a mãe caso ela não ficasse calada. Pouco antes de completar 15 anos, idade que tem hoje, Ana finalmente teve coragem de relatar os abusos para a mãe, que se separou do marido. Nenhuma das duas teve coragem de denunciar o homem pelo crime, com receio de sofrerem represálias e de que a sociedade passasse a rejeitá-la, caso a história viesse à tona. Atualmente, Ana faz tratamento com psicólogos. Ana, segundo o amigo, é hoje uma adolescente saudável e com beleza acima da média, mas nunca teve namorado nem se envolveu com ninguém. Após a revelação, mãe e filha se mudaram para uma cidade do interior mineiro. 
Xuxa, ao contar sua história, justificou, segundo a opinião da psicóloga Adriana Alberto, o motivo de não conseguir ter um relacionamento sexual satisfatório nem manter relacionamentos estáveis e ao menos se achar bonita. “Tenho pacientes que só conseguem voltar a se relacionar sexualmente de olhos fechados”, diz. Ao receber convite para se tornar modelo, a primeira reação de Xuxa foi negativa. “Não. Não sou bonita. Não sou fotogênica”.


PALAVRA DE ESPECIALISTA: RICARDO VITORINO, ADVOGADO E MEMBRO DA OAB CIDADÃ

 (Beto Magalhães/EM/D.A Press - 11/3/2010)


“É preciso denunciar o adulto”

“A violência física é detectada mais facilmente por meio de marcas de agressão. Já a violência sexual pode ou não trazer marcas físicas, pode ou não envolver pagamento em dinheiro ou em favores, pode ou não ter laços de amor ou de parentesco entre o agressor e a vítima. Por esses motivos, a denúncia da vítima menor de idade em relação ao adulto é fundamental, porque a perícia forense raramente consegue identificar vestígios de abuso sexual contra uma criança, somente quando há violência. Ainda que se faça uma perícia judicial, ela raramente detecta o abuso sexual, sendo imprescindível a denúncia contra o adulto. Nesses casos, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais admite como prova apenas o depoimento da vítima, não sendo necessária nem a presença de testemunhas. Apenas a palavra da vítima é suficiente para a condenação do agressor.”
 


PEDOFILIA MT:O MAIOR PORTAL SOCIAL DO CENTRO OESTE:Portal Todos Contra a Pedofilia MT bate recorde de acessos 514.691 mil visitas

João Batista de Oliveira,Diretor do Portal Todos Contra
a Pedofilia MT,o maior ativista na luta contra a pedofilia no estado


Novos desafios – O Portal Todos Contra a Pedofilia MT entra em 2012 com novos desafios e responsabilidades com o leitor. Nossa pequena equipe tem motivos de sobra para comemorar 2012 e, por isso, este ano que já no mês de junho impõe ainda mais um trabalho redobrado em nossa cobertura jornalística em todas as áreas especialmente o combate a pedofilia.

Nosso melhor desempenho aconteceu no mês de maio, com 149.115 mil  de acessos.O grande número de acessos foi provocado pela cobertura da campanha MT de Mãos Dadas Contra a Pedofilia.Já foi comprovado que nos grandes fatos jornalísticos aumentam a navegação em nosso portal, destacou João Batista de Oliveira,diretor do Portal Todos Contra a Pedofilia MT,que é o maior ativista na luta contra a pedofilia no estado de Mato Grosso.

Esses números são significativos diante da importância cada vez maior baseados nas estatísticas que mostra o Brasil como o maior consumidor de pornografia infantil mundial, pretende tornar cada vez mais efetivo o combate ao crime da pedofilia através de esclarecimentos contundentes e eficazes. Aliado a esse fato, a estatística extremamente positiva tem importância particular, pois o portal, infelizmente sem grandes estruturas por falta de apoio e falta de interesses dos políticos de MT em ajudar financeiramente, o portal não é escorado num outro portal e muito menos depende de verbas oficiais para existir, porem se tivesse o apoio a estatística poderia ser a melhor ainda. Prova que nosso tipo de abordagem ainda tem espaço diante de uma imprensa comprometida com a publicidade chapa-branca.

Ano de 2012 entramos com o pé direito em termos de visitas. No lançamento da campanha MT de Mãos Dadas Contra a Pedofilia, o Portal Todos Contra a Pedofilia MT registrou 122 mil acessos. Posteriormente recebemos nada menos que 135 mil visitas.

Vamos corresponder com as novas expectativas e queremos continuar com sua confiança. Contamos também com sua crítica e sugestão. Afirmou João Batista.


As estatísticas de abuso sexual em MT:

As estatísticas de abuso sexual contra crianças e adolescentes apresentam dados alarmantes em Mato Grosso. Somente no ano passado, o estado registrou mais de 8 mil casos de estupro de vulnerável.
Segundo a direção do Portal Todos Contra a Pedofilia MT pesquisa feita pela entidade mostra que, a cada 15 segundos, uma criança é abusada no Brasil. Em Mato Grosso, foram registrados em 2010, 8.136 ocorrências. Em 80% dos casos os abusos são cometidos por algum membro da família da vítima.
Os casos mostram, além de abuso sexual, violência psicológica, violência física e exploração sexual. Segundo o diretor do portal, João Batista de Oliveira, o processo acelerado de desconstrução da família brasileira é um dos principais responsáveis pelo surgimento da dependência de drogas, a prostituição infanto-juvenil e a pedofilia.
Para mobilizar as próprias crianças e adolescentes, além da sociedade e o governo, a ONG realiza a campanha MT de Mãos Dadas Contra a Pedofilia. A idéia é difundir o tema para alertar sobre a importância da denúncia no combate a esses crimes.
Absurdo:
Segundo João Batista, existe associações ativistas pró-pedofilia, que acreditam que a pedofilia não é uma doença, mas sim uma orientação sexual e que a sociedade deve reconhecê-la.
Falta de Apoio Financeiro:
João Batista destacou que durante o ano de 2010, focou sua atuação em defesa da família no combate à pedofilia e dos maus costumes, e se compromete a ampliar essa atuação em 2011, em defesa de todos os grupos sociais que se encontram em situação de risco, particularmente mães solteiras e crianças que vivem abaixo da linha da pobreza. 

João Batista destacou que esse ano tem realizado uma grande maratona no estado contra a pedofilia, porem com muita falta de apoio financeiro, mesmo assim tem superado a dificuldade,e voltou a repetir uma frese corriqueira que acostuma a pronunciar, “Agora, a pergunta é, onde estão as autoridades que içaram a bandeira contra a pedofilia e promoveram discursos?” será que não pode na hora da distribuição da mídia aos sites e jornais (banner) incluir este portal que defende uma causa tão nobre, questionou o diretor do Portal Todos contra a pedofilia MT.
 
“Se a causa para eles, de fato são justas, as ações deveriam estar na pauta na hora de mandar banner à mídia, o portal de combate a pedofilia deveria ser a primeira a receber a mídia, porem ainda nenhum órgão tem enviado banner. ele destacou que já enviou e-mail aos deputados estaduais de MT,José Riva,Sergio Ricardo,a bancada do PMDB,a bancada do DEM,PSB,PSDB,PP,PTB,PR,PDT para serem parceiro no projeto A Escola de Mãos Dadas Contra a pedofilia e apoio ao portal Todos Contra a Pedofilia MT,acredito que neste ano podemos fortalecer ainda mais essa parceria numa articulação dos deputados de MT junto a própria SECOM da Assembléia Legislativa de MT e junto a SECOM do governo do estado de MT com a finalidade das secretarias destinarem mídia ao portal.

Os recursos da destinação de mídia ao portal Todos Contra a Pedofilia MT são fundamentais para a manutenção e expansão das seguintes atividades:

Palestras e cursos para autoridades jurídicas e policiais
Denúncia On-line
§  Atividades de orientação e educação
§  Oficinas e palestras para educadores, pais, crianças e adolescentes
§  Elaboração de materiais pedagógicos
§  Pesquisas
§  Divulgação e conscientização
§  Campanhas e eventos
§  Atualização e aperfeiçoamento do Portal
§ Escola de Mãos Dadas Contra a Pedofilia 

Os maiores expoente na luta contra a pedofilia em MT:
O diretor do Portal Todos Contra a Pedofilia MT, João Batista de Oliveira, destacou que em 2010 e ao inicio do mês de agosto, se destacaram como os mais atuantes no combate a pedofilia em MT,são eles:

Deputado Estadual José Geraldo Riva, Coordenadora da Sala da Mulher da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso,Janete Riva, Vice - Presidente da Associação das Primeiras Damas de MT,Vivyane  Ceni Bedin,vereador Toninho do Gloria,Promotora de Justiça Lindinalva Rodrigues Dalla Costaque é assessora da frente nacional em defesa da famílias grande parceira do senador Magno Malta, Tânia Arantes, presidente da Câmara Municipal de Sorriso,vereador mais atuante Luis Fabio Marchioro (PDT) representantes do Ministério Público Estadual, Procuradoria Regional do Trabalho, Tribunal de Justiça, Polícia Civil, Polícia Federal, Delegacia Geral, Polícia Rodoviária Federal e Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente

Sargento da PM é suspeito de abusar sexualmente de adolescente no Triângulo Mineiro

A vítima é portadora de necessidades especiais e alega que participava de orgias na casa do policial, que já havia sido investigado por suposto abuso a uma menina de 12 anosDaniel Silveira

Um sargento da Polícia Militar, de 51 anos, há 30 na corporação, é alvo de uma sindicância interna sob suspeita de abusar sexualmente de um adolescente de 16 anos, portador de necessidades especiais, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. Esta é a segunda vez em que o militar é investigado por crime de pedofilia. 

De acordo com o comandante do Batalhão de Tupaciguara, capitão Ramon Tomaz Pereira, mediante esta segunda denúncia o sargento Valdison Marques Miranda será transferido de unidade assim que retornar das férias. "Ele já atua somente na área administrativa, por causa de problemas de saúde. Se confirmada a denúncia, ele poderá ser expulso da corporação", diz.

A denúncia de que o sargento teria abusado sexualmente do garoto foi feita pelos pais dele, que acompanhados de conselheiras tutelares procuraram a PM no dia 17 de maio. Conforme registrado no Boletim de Ocorrência, o adolescente relatou aos pais que quando o sargento o levava para a casa dele, sob pretexto de tomar banho de piscina e jogar sinuca, era obrigado a praticar sexo com o militar. "Ele afirmou que participava de orgias na casa do sargento, inclusive com a participação de outros jovens. O garoto citou o nome de um desses jovens que, procurado por nós, disse que não queria se pronunciar sobre o assunto. Ele acabou de completar 18 anos, é de uma família tradicional e por isso preferiu não se expor", destacou o capitão Ramon.

O pai do adolescente, um funcionário público de 64 anos, afirmou aos policiais que era frequente o filho ir para a casa do militar. Disse ainda que o garoto já havia relatado os possíveis abusos, mas os pais não lhe deram atenção. "O garoto estuda na APAE, onde também estuda um filho do sargento Valdison", acrescenta o capitão Ramon.

Em 2004 o sargento foi candidato a vereador e deve se candidatar novamente em 2012 (TSE/Divulgação)
Em 2004 o sargento foi candidato a vereador e deve se candidatar novamente em 2012
O adolescente chegou a ser submetido a exames periciais, que deram inconclusivos já que o último abuso teria ocorrido há mais de 15 dias. O sargento, que está em férias, foi procurado pelos oficiais e negou que promovia orgias em sua casa e que tenha abusado do menor. "Estamos averiguando se esta denúncia não teria motivação política, já que o sargento vai se candidatar a vereador neste ano", adiantou o capitão Ramon.

Ainda segundo o capitão, a transferência do sargento para outra cidade é resultado do processo administrativo que buscou apurar a denúncia de que ele abusou de uma menina de 12 anos. Os pais dela alegaram que Valdison introduziu um dedo em sua vagina sob o pretexto de saber se ela ainda era virgem. Ele teria cometido este ato depois que os pais da menina o procuraram, relatando desconfiar que a filha estaria tendo relações sexuais com um adolescente mais velho. "O sargento Valdison já foi seminarista e depois se formou psicólogo. Por isso as pessoas mais simples confiam muito nele", destacou o capitão Ramon.

O comandante esclareceu que durante a averiguação desta denúncia, os pais da menina voltaram atrás, desmentindo o relato quando foram prestar depoimento formal sobre o caso. 

A reportagem tentou sem sucesso entrar em contato com o Sargento Valdison.

Lentidão da Justiça prolonga convivência entre vítima e agressor

Lei prevê criação de uma vara especializada para o julgamento dos crimes de pedofilia, o que poderá acelerar o processo
João Henrique do Vale

Vítimas de abuso sexual sofrem com a demora da Justiça para julgar os casos. Muitas crianças e adolescentes têm que conviver com o agressor por um longo período até que o autor do crime seja levado ao banco dos réus. A falta de uma vara especializada para julgar os crimes contra menores em Belo Horizonte pode ser um fator que dificulta os julgamentos. Uma lei já prevê a criação na capital, porém ainda não foi instalada.

Um exemplo do sofrimento vivido pelas vítimas é de um garoto que a promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público acompanha há alguns anos. O jovem, que teve a identidade preservada, foi atacado há mais de 4 anos e até hoje o suspeito está nas ruas, o que vem lhe causando problemas de saúde. “Ele não aceita que o agressor continue solto e vem sofrendo por causa disso. Para se ter uma ideia, por três vezes ele tentou se matar e está com anorexia. Pelo fato do agressor está solto, o garoto prefere se matar”, diz a promotora Maria de Lurdes Rodrigues Santa Gema.

Para ela, os problemas já começam nas investigações que muitas vezes não consegue provas suficientes para decretar a prisão dos suspeitos. “A questão não é que a pena é leve, mas o processo é demorado. E às vezes a prova colocada no processo não é suficiente para deixar o autor preso”, explica a promotora.

A instalação da vara especializada para julgar os crimes contra crianças e adolescentes em Belo Horizonte pode ser uma solução para dar mais agilidade aos processos. “A lei para a criação da vara já foi criada, falta apenas instalar. Essa é uma luta antiga nossa que pode se tornar realidade em breve”, espera Maria de Lurdes.

Protocolo estabelece nova conduta em processos judiciais de violência sexual

Procedimento deve ser criado para reduzir desgaste emocional das vítimas durante processo penal
João Henrique do Vale
joaoalmeida.mg@diariosassociados.com.br
Para as vítimas de violência sexual, relembrar as agressões sofridas é sempre doloroso e traumatizante. Durante o processo penal, prestar sucessivos depoimentos sobre o caso agrava ainda mais a dor. Por isso, em novembro de 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou a criação de uma sala especial para colher os depoimentos de pessoas abusadas sexualmente em todos os tribunais de Justiça. Porém, até hoje, a promessa para instalar o novo sistema em Belo Horizonte não saiu do papel.


A técnica, importada dos Estados Unidos, é usada no Brasil apenas no Rio Grande do Sul. Ao invés de prestar repetitivos depoimentos às polícias Civil e Militar, Ministério Público, Justiça e ao Conselho Tutelar, a vítima é levada para uma sala onde o interrogatório será gravado por câmeras de vídeo. Ela é interrogada por um profissional capacitado e poderão ser feitas perguntas por advogados e pelo juiz. “A vítima não terá contato com o agressor no momento de prestar declaração, para evitar que ela se sinta ameaçada. Temos que respeitar o momento e dar totais condições para que ela se sinta à vontade de falar sobre a violência”, explica a promotora de Justiça da Infância e Juventude Maria de Lurdes Rodrigues Santa Gema.



A nova sala é uma das etapas do Protocolo de Atuação Conjunta para Humanização no Atendimento à Vítima de Violência Sexual, que já está em vigor em Belo Horizonte. A primeira fase do projeto consiste em atender as vítimas logo depois do abuso sexual. “A primeira preocupação é tratar da vítima. Ela é encaminhada a um hospital preparado e recebida por um médico capacitado. O profissional vai orientar a pessoa e medicá-la com a pílula do dia seguinte, vacinas retro virais. Além disso, recebe acompanhamento psicológico que pode ser estendido de seis meses a um ano”, afirma a promotora.

Em Belo Horizonte, quatro hospitais são capacitados para esse tipo de atendimento: Odilon Behrens, Júlia Kubitschek, Odete Valadares e Hospital das Clínicas. Outras unidades podem entrar para a lista. “Recentemente, 50 médicos receberam a capacitação para atender as vítimas de abuso sexual. Eles devem ser encaminhados para hospitais das regionais da capital, que também poderão fazer este tipo de acompanhamento”, conta Maria de Lurdes.

Depois de medicadas e orientadas, as vítimas passam por exames para coletar o material genético do agressor. Esse DNA é encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde é guardado em um banco de dados. Antes da execução do protocolo, as vítimas tinham de passar pela delegacia e depois eram levadas ao IML para fazer o corpo de delito.

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Falta atendimento psicológico especializado às vítimas de abuso sexual em BH

Rede pública de saúde não oferece tratamento específico a vítimas de violência sexual. Segundo especialistas, traumas são graves e podem nunca ser superados
Daniel Silveira

Cassandra Mendonça lamenta que o Cavas não possa atender número maior de vítimas (Daniel Silveira/EM/D.A.Press)
Cassandra Mendonça lamenta que o Cavas não possa atender número maior de vítimas
Medo, reclusão, dificuldade no convívio social e afetivo são alguns dos reflexos provocados em uma criança ou adolescente vítima de abuso sexual. O trauma, garantem os especialistas, é imenso e pode nunca se apagar da memória. Garantir o tratamento especializado às crianças e aos adolescentes em situação de violência sexual consumada é um dos objetivos traçados pelo Plano Nacional de Enfrentamento ao Abuso Sexual Infanto-Juvenil. Entretanto, a rede pública de saúde em Belo Horizonte não oferece tratamento psicológico a estas vítimas. Apenas o Projeto Cavas – Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso Sexual, da Universidade Federal de Minas Gerais oferece acompanhamento clínico a este público. Porém, o serviço não é divulgado, porque a instituição não tem como atender à demanda.



O Cavas atende, em média, 40 crianças e adolescentes por mês. Só são atendidas pelo projeto as vítimas cujo caso de agressão já foi alvo de julgamento por parte do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O encaminhamento é feito pelo Juizado da Infância e da Juventude. “Infelizmente, não temos a menor condição de ampliar o atendimento”, lamenta Cassandra França, pós-doutorada em psicologia clínica e coordenadora do projeto. Ela conta que a criação do Cavas, ocorrida em 2005, foi motivada pelo surgimento de casos graves relacionados à violência sexual infanto-juvenil na clínica de psicologia da universidade.



“O primeiro caso emblemático foi de uma mãe que tinha seis filhos e todos eram abusados pelo pai. Quando soube, ela saiu de casa com os filhos e denunciou o marido. Depois de um tempo ela nos procurou novamente dizendo que preferia ficar com o marido e que decidiu oferecer os seis filhos à adoção. E assim o fez”, relata Cassandra. A partir de então ela idealizou o Cavas, que conta com a atuação de estudantes da graduação e da pós-graduação da universidade.

O projeto atua em três frentes: a clínica, a pesquisa científica e a capacitação de profissionais. Na primeira é oferecido o tratamento psicológico às vítimas. A outra subsidia uma série de pesquisas acadêmicas que resultam na publicação de teses e artigos sobre o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes. A última oferece cursos de aperfeiçoamento ou atualização de profissionais da área para atuação nos casos.