Antônio Joaquim: educação, transparência e experiência como projeto político para Mato Grosso
A trajetória pública de Antônio Joaquim se confunde com momentos decisivos da política de Mato Grosso e do próprio processo de fortalecimento das instituições democráticas no Estado. Conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-secretário de Estado, ele construiu uma carreira política marcada por posições claras em defesa da educação pública, da transparência e do uso responsável do dinheiro público.
Em um cenário de desgaste da política tradicional, seu nome volta ao centro do debate após declarar a intenção de disputar as eleições de 2030, encerrando antes um ciclo institucional no Tribunal de Contas. Mais do que uma aspiração pessoal, a sinalização é interpretada por aliados e observadores como a retomada de um projeto político amadurecido ao longo de décadas.
Educação como base de desenvolvimento
Antônio Joaquim iniciou sua vida pública ainda na transição democrática do país, período em que a educação passou a ser compreendida como eixo estratégico de desenvolvimento social e econômico. Eleito deputado estadual entre 1986 e 1994 e, posteriormente, deputado federal de 1995 a 2000, atuou em um momento de consolidação de direitos sociais e de construção de políticas públicas estruturantes.
No Governo Dante de Oliveira, à frente da Secretaria de Educação, assumiu uma posição política firme: defender a escola pública como instrumento de igualdade de oportunidades. Sua passagem pela pasta foi marcada pela defesa da valorização dos profissionais da educação, do planejamento educacional e da responsabilidade do Estado com a formação cidadã. Essa atuação consolidou sua imagem como um gestor comprometido com políticas de longo prazo, distantes de soluções improvisadas.
Transparência e controle como escolhas políticas
Ao ingressar no Tribunal de Contas de Mato Grosso, no ano 2000, Antônio Joaquim levou para o órgão uma leitura política do controle externo. Para ele, fiscalizar não é apenas punir irregularidades, mas induzir boas práticas, fortalecer a gestão pública e garantir que os recursos cheguem efetivamente à população.
Durante sua presidência no TCE-MT, entre 2007 e 2010, defendeu a modernização do controle externo, o fortalecimento institucional e o diálogo com a sociedade. Sua atuação consolidou a transparência como eixo estratégico de governança, especialmente em áreas sensíveis como educação, saúde e infraestrutura. No Tribunal, tornou-se referência por sustentar que o combate ao desperdício e à corrupção é uma decisão política que impacta diretamente a vida das pessoas.
Retorno à política e leitura de cenário
Antônio Joaquim afirmou publicamente que pretende deixar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso ao final de 2029 para disputar as eleições de 2030. Segundo ele, a decisão faz parte de um planejamento pessoal e político de longo prazo, que define como um verdadeiro projeto de vida.
Em entrevista, o conselheiro destacou que vem se organizando com antecedência para esse retorno à política institucional. A intenção é, antes disso, disputar um possível último mandato como presidente do TCE-MT e concluir sua passagem pelo órgão com a tranquilidade de quem cumpriu o dever institucional.
“O conselheiro é como o magistrado, é o magistrado de contas. Ele não pode fazer política eleitoral. É proibido. É claramente a proibição de política eleitoral partidária. Eu não vou fazer”, declarou Antônio Joaquim, ao abordar o debate ético e legal sobre sua permanência no cargo enquanto manifesta intenção futura de candidatura.
Ele reforçou que continuará exercendo suas funções com independência e responsabilidade até o momento da desincompatibilização, prevista para o fim de 2029. “Vou com a consciência tranquila, porque tenho maturidade e confiança para não cometer o erro de fazer política partidária enquanto estiver no Tribunal”, afirmou.
Ao sinalizar sua saída de um cargo vitalício para retornar às urnas, Antônio Joaquim insere seu nome no debate político de Mato Grosso para o próximo ciclo eleitoral, deixando claro que qualquer definição sobre cargo — seja no Executivo ou no Legislativo, em âmbito estadual ou federal — dependerá do cenário político de 2030.
Sociedade civil entra em campo
A sinalização de retorno político de Antônio Joaquim também repercute de forma positiva entre lideranças da sociedade civil organizada. Para o ativista João Batista de Oliveira, conhecido como Joãozinho, diretor do Portal Vida e Direitos Humanos e referência nacional na luta em defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes, a trajetória do conselheiro o coloca em um patamar diferenciado no cenário público.
Segundo Joãozinho, Antônio Joaquim reúne atributos cada vez mais raros na política brasileira: experiência de Estado, coerência entre discurso e prática e compromisso histórico com pautas estruturantes. Para o ativista, a defesa da educação pública e da transparência não é oportunismo de momento, mas uma marca construída ao longo de décadas.
“Antônio Joaquim não descobriu a educação e a transparência agora. Essa sempre foi a trincheira dele. Quando esteve no Executivo, quando passou pelo Legislativo e, principalmente, no Tribunal de Contas, ele sempre tratou o dinheiro público com respeito e a educação como prioridade estratégica”, destacou.
Joãozinho avalia que a atuação de Antônio Joaquim no TCE-MT contribuiu para fortalecer a cultura de controle, responsabilidade e ética na gestão pública. “Ele ajudou a consolidar a ideia de que fiscalizar não é perseguir gestor, mas proteger a sociedade. Isso é visão de Estado, não de ocasião”, afirmou.
Para o ativista, a possível volta de Antônio Joaquim à política representa uma oportunidade de elevar o nível do debate público. “Nós precisamos de lideranças que tenham história, preparo e coragem. Antônio Joaquim tem autoridade moral para falar de transparência e educação porque viveu isso na prática”, disse.
João Batista de Oliveira ressalta ainda que a convocação feita ao conselheiro é política e programática. “Enquanto ele estiver no TCE, deve cumprir rigorosamente o papel de magistrado de contas, como ele próprio defende. Mas é justamente por essa postura ética, por esse respeito às regras, que ele se torna ainda mais qualificado para, no futuro, ocupar uma trincheira política em defesa do interesse público”, concluiu.





























